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Conflito Israel-Hezbollah poderá prolongar-se para 2025

por Lusa

A S&P Global Ratings admite a possibilidade de o conflito entre Israel e o Hezbollah se prolongar para 2025, enfraquecendo ainda mais as perspetivas de recuperação da já frágil economia e cenário político no Líbano.

A S&P acrescenta em nota sobre o Líbano, divulgada na quinta-feira, que a escalada do conflito, após a morte do líder do movimento xiita libanês Hezbollah, Hassan Nasrallah, e a ação militar de Israel em território libanês "acarretam sérios riscos" para o país. 

"Consideramos que o recrudescimento dos combates e dos ataques no Líbano poderá persistir até 2025 e expandir-se para outras partes do país. A perda de vidas humanas, os danos nas infraestruturas, o aumento dos custos fiscais da guerra, a deslocação da população e a diminuição das receitas do turismo, juntamente com a alteração da dinâmica política devido ao enfraquecimento do Hezbollah, exercerão, na nossa opinião, uma forte pressão sobre a economia libanesa", sublinhou a agência.

Além disso -- prossegue -- "atrasará ainda mais as reformas económicas e financeiras e a recuperação a longo prazo das contas fiscais e externas".

Segundo a S&P Global Ratings, que cita dados do Governo libanês, cerca de um milhão de pessoas foram deslocadas devido aos ataques israelitas em curso, situação que é suscetível de prejudicar a estabilidade social do Líbano, tendo igualmente em conta que o país já acolhe cerca de 1,5 milhões de refugiados sírios, "o que coloca as finanças e os serviços públicos sob pressão".

O ambiente político fragmentado do Líbano, a capacidade legal limitada do Governo provisório para promulgar legislação e os atrasos na nomeação de `funcionários-chave` -- incluindo um novo Presidente -- "continuam a impedir as reformas necessárias para iniciar a recuperação económica e sair da situação de incumprimento", afirma a S&P Global Ratings, frisando que a nota não constitui uma reavaliação da notação financeira do país.

O Hezbollah libanês integra o chamado "Eixo da Resistência", uma coligação liderada pelo Irão de que fazem parte também, entre outros, o grupo extremista palestiniano Hamas e os rebeldes Huthis do Iémen.

O líder do Hezbollah, Hassan Nasrallah, morreu no mês passado num bombardeamento israelita da sede da organização, nos subúrbios sul de Beirute.

A morte do líder do movimento xiita libanês Hezbollah aconteceu após a morte do chefe das operações militares e das forças de elite, Ibrahim Aqil, num outro ataque em Beirute.

O Governo do Irão lançou, na noite de terça-feira, cerca de 200 mísseis contra Israel, em retaliação por estas mortes e também da do líder do Hamas, Ismail Haniyeh, e de um general iraniano.

As Forças de Defesa de Israel, que lançaram esta semana operações terrestres no sul do Líbano, disseram que a maioria dos mísseis foi intercetada com o apoio dos Estados Unidos e Washington garantiu que vai colaborar com Telavive na resposta a Teerão.

O bombardeamento iraniano foi o segundo feito por este país diretamente contra Israel, após um outro realizado em abril em resposta a um ataque aéreo mortal ao consulado iraniano em Damasco, que Teerão atribuiu a Israel.

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