Borrell apela a cessar-fogo. Hezbollah reivindica ataque em Telavive e no sul de Israel
O Hezbollah reivindicou este domingo um ataque com de mísseis e drones contra um alvo militar em Telavive e o sul de Israel. O chefe da diplomacia da União Europeia, Josep Borrell, apelou este domingo em Beirute a um cessar-fogo imediato na guerra entre Israel e o grupo xiita libanês.
Numa outra declaração o Hezbollah acrescentou que que usou também “drones explosivos” contra uma base naval em Ashdod, no sul de Israel.
Já o exército libanês informou que um soldado foi morto e outros 18 ficaram feridos, alguns com gravidade, num ataque israelita contra o sul do Líbano.
“O ataque do inimigo israelita teve como alvo um centro militar na cidade de al-Amiriyeh, que sofreu danos significativos”, indicou, em comunicado.
Após um ano de trocas de tiros na região transfronteiriça, Israel entrou em guerra aberta contra o Hezbollah em 23 de setembro, lançando uma intensa campanha de bombardeamentos no Líbano. Desde 1 de outubro, forças terrestres israelitas entraram no sul do Líbano, onde este conflito já matou mais de 3.500 pessoas e deixou acima de 1,2 milhões de deslocados, segundo as autoridades de Beirute. Chefe da diplomacia da UE apela em Beirute para cessar-fogo
Um dia depois de novos bombardeamentos israelitas no Líbano, o chefe da diplomacia europeia apelou em Beirute para um “cessar-fogo imediato” entre Israel e o Hezbollah no Líbano. Um dia depois de novos bombardeamentos israelitas no Líbano.
“Só vemos uma via possível: um cessar-fogo imediato e a aplicação integral da Resolução 1701 do Conselho de Segurança das Nações Unidas”, disse Josep Borrell, que está de visita à capital libanesa, referindo-se à resolução que pôs fim à anterior guerra entre Israel e o movimento libanês em 2006.
“Devemos pressionar o governo israelita e manter a pressão sobre o Hezbollah para que aceite a proposta de cessar-fogo dos EUA”, acrescentou.
O também vice-presidente da Comissão Europeia disse que o Líbano está “à beira do colapso” e apelou à pressão sobre Israel e a milícia xiita libanesa Hezbollah para que aceitem a última proposta de cessar-fogo dos Estados Unidos.
“Estamos a aguardar uma resposta concreta e definitiva do Governo israelita. Esperamos que isso seja possível com a participação dos Estados Unidos e da França”, afirmou, citado pela agência espanhola Europa Press.
A proposta de 13 pontos, que apela a uma trégua de 60 dias e à retirada do exército no sul do Líbano, foi discutida pelo enviado dos Estados Unidos Amos Hochstein, que viajou no início desta semana entre o Líbano e Israel. Mas não houve qualquer resultado anunciado e o ritmo dos ataques israelitas, principalmente contra redutos do Hezbollah no Líbano, acelerou após a missão.
Hochstein está empenhado há várias semanas em esforços de mediação para tentar levar as partes a um acordo de cessar-fogo, após mais de um ano de combates.
"Em Setembro, vim e ainda esperava que pudéssemos evitar uma guerra aberta de Israel contra o Líbano. Dois meses depois, o Líbano está à beira do colapso", lamentou Borrell.
O Governo libanês informou, nas últimas horas, Washington que aceitava a última proposta dos Estados Unidos para um cessar-fogo. Borrell pediu aos deputados libaneses que assumissem “a sua responsabilidade política” e elegesse um presidente para pôr fim ao vazio de poder no Líbano.
Destacou igualmente o papel da Força Interina das Nações Unidas no Líbano (FINUL), recordando os quatro “capacetes azuis” feridos há alguns dias.
Borrell fez os apelos enquanto o Hezbollah anunciava hoje novos ataques contra Israel e o exército do Líbano dava conta de um ataque israelita que matou um soldado e feriu 18.
O Hezbollah começou a atacar o norte de Israel em apoio ao Hamas quando Israel iniciou uma ofensiva militar na Faixa de Gaza em agosto de 2023, em resposta a um ataque do grupo extremista palestriniano em solo israelita. Israel intensificou os bombardeamentos contra o sul do Líbano no final de setembro e lançou uma nova ofensiva terrestre contra o país vizinho.
Mais de um ano de troca de tiros entre Israel e o Hezbollah matou mais de 3.500 pessoas no Líbano, segundo as autoridades libanesas. Israel calcula que cerca de 2.500 eram milicianos do grupo xiita pró-iraniano.