As "pinças" de Kamala sobre guerras, porte de armas e imigração

por Cristina Santos - RTP
Falta menos de um mês para o dia das eleições presidenciais dos Estados Unidos Evelyn Hockstein - Reuters

Houve momentos tensos, respostas pouco claras e muitas acusações a Donald Trump. Alguns analistas afirmam que a candidata democrata passou por alguns apertos em questões como a guerra no Médio Oriente ou a imigração durante uma entrevista ao programa "60 Minutes" da estação norte-americana CBS News.

A entrevista, gravada, aconteceu numa altura em que Kamala Harris tem sido criticada precisamente por ter dado poucas entrevistas.

Falta menos de um mês para o dia das eleições presidenciais dos Estados Unidos.
Israel, Netanyahu e a guerra
Kamala Harris recusou-se a afirmar que o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, é um “forte aliado” dos Estados Unidos.“O trabalho que fazemos diplomaticamente com a liderança de Israel é uma busca contínua para tornar claros os nossos princípios”, disse Harris.

Perante a insistência do jornalista Bill Whitaker, a candidata democrata corrigiu a questão, afirmando que “a melhor pergunta é: temos uma aliança importante entre o povo americano e o povo israelita”. Sendo esta a questão, "a resposta a essa pergunta é sim".

Na manhã de segunda-feira, Kamala Harris assinalou um ano dos ataques do Hamas plantando uma romãzeira na residência oficial do vice-presidente em Washington.
Crédito: Reuters

“Um símbolo de esperança para lembrar aos futuros vice-presidentes dos Estados Unidos não apenas o horror de 7 de outubro, mas também a força e a resistência do povo judeu”.
Imigração
Num momento mais tenso, a candidata e atual vice-presidente foi questionada sobre se admitia que tinha sido um “erro” aliviar as restrições fronteiriças impostas durante a Presidência de Trump. Isto porque três anos depois a Administração Biden repôs as restrições.

É um problema antigo, mas temos soluções e desde o primeiro dia, literalmente, temos apresentado”, disse a candidata democrata, culpando Trump por pressionar os republicanos no Congresso a esvaziar um acordo fronteiriço que teria aumentado a fiscalização da imigração.

O jornalista insistiu: “O que eu perguntei foi: se foi um erro permitir que aquela enchente acontecesse?”. Harris respondeu que “as políticas que temos proposto visam resolver um problema, não promover um problema”.  A democrata garantiu que ela e Biden “cortaram pela metade o fluxo de imigração ilegal”.
Putin e a guerra na Ucrânia
Sobre a Ucrânia, Harris disse que não se sentaria à mesa com o presidente russo, Vladimir Putin, a menos que a Ucrânia também estivesse presente. Kamala criticou a posição de Trump. Se Trump ainda fosse presidente, defendeu Kamala, “Putin estaria em Kiev neste momento”."Ele diz que vai acabar com a guerra no primeiro dia. Sabe o que isso quer dizer? Rendição".
A arma de Kamala
A posse de uma arma de fogo da atual vice-presidente foi outro tema da entrevista. “Já a tenho há algum tempo”, disse, sublinhando que a sua “formação é na aplicação da lei”.

Ex-procuradora distrital da Califórnia, Kamala Harris riu-se quando questionada sobre se já havia disparado: “É claro que sim, num campo de tiro”.
O convite a Trump
Donald Trump também foi convidado para o 60 Minutes, mas recusou. De acordo com a CBS, o republicano aceitou, mas depois mudou de ideias. A campanha de Trump desmentiu que tenha concordado em ser entrevistado.

Durante a campanha presidencial de 2020, Trump abandonou a entrevista da CBS, também no 60 Minutes, com a jornalista Leslie Stahl, depois de questionado sobre a covid-19.
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