Apoio à Palestina. Em Genebra, chega ao fim a ocupação da Universidade após evacuação da polícia
Na madrugada desta terça-feira, 14 de maio, as autoridades suíças evacuaram o edifício da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas (UniMail), no centro de Genebra, onde ainda permaneciam meia centena de estudantes, após quase uma semana de ocupação e de um ultimato feito pela reitoria, no domingo, apelando à desmobilização dos alunos. Não tendo tido efeito, foi apresentada ontem uma queixa-crime por "invasão de propriedade", o que levou à intervenção das forças de segurança.
“Cerca de vinte polícias, com uniforme e à paisana, entraram no edifício da universidade, por volta das cinco horas da manhã”, segundo a Rádio Televisão Suíça (RTS), citando o porta-voz da polícia de Genebra. “Os agentes procederam a controlos de identidade e retiraram os estudantes através de um parque de estacionamento por baixo do edifício”, acrescenta. De acordo com a mesma fonte, a operação decorreu de forma pacífica com os manifestantes detidos a ser posteriormente interrogados nas esquadras da polícia.
À saída do recinto, os estudantes entoaram cânticos como “somos filhos de Gaza” e “Palestina livre, livre” e foram aplaudidos pelas duas dezenas de pessoas que passaram a noite frente à universidade para os apoiar, observou a RTS no local. Como última palavra de ordem, ecoaram “mais quente, mais quente, somos mais quentes do que a reitoria”, uma provocação que já tinham lançado durante a mobilização de segunda-feira à tarde.
Ultimato para sair ignorado
Face à ameaça de desmobilização, no domingo à noite centenas de pessoas reuniram-se frente à universidade para protestar “contra a repressão” e “em solidariedade com a Palestina” mas também para apelar à demissão da reitoria. Uma mobilização que se repetiu em força no dia seguinte, na sequência dos desenvolvimentos.
"Invasão de propriedade"
Depois de Genebra, as ocupações estudantis pró-Palestina têm vindo a ganhar terreno na Suíça: Berna, Basileia, Friburgo ou Lausanne, os manifestantes exigem que as suas universidades tomem uma posição sobre as violações dos direitos humanos que estão a ser cometidos em Gaza. Apelam também a “libertação da Palestina” da ocupação israelita e ao boicote académico às instituições e empresas de Israel.