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1.270 hectares de terra. G7 denuncia expansão dos colonatos de Israel na Cisjordânia

por RTP
Mussa Qawasma - Reuters

Os ministros dos Negócios Estrangeiros do G7 denunciaram esta quinta-feira a iniciativa de Israel de expandir os seus colonatos na Cisjordânia ocupada, considerando essa intenção "contraproducente para a causa da paz". Entretanto, os Estados Unidos avançaram com novas sanções contra israelitas acusados de incitar à violência contra os palestinianos também na Cisjordânia.

No mês passado, Israel anunciou que iria legalizar cinco colonatos na Cisjordânia, estabelecer três novos e apoderar-se de 1.270 hectares de terra neste território, onde os palestinianos procuram criar um Estado independente.

O G7, grupo que inclui Estados Unidos, Reino Unido, Canadá, Japão, França, Alemanha e Itália, já condenou a medida e instou Israel a recuar na sua decisão. "Reafirmamos o nosso compromisso para com uma paz duradoura e sustentável (...) com base na solução de dois Estados", declararam as sete maiores democracias do mundo.
Cerca de 490.000 israelitas vivem em colonatos na Cisjordânia, entre três milhões de palestinianos.
"Rejeitamos igualmente a decisão do Governo israelita de confiscar 1.270 hectares de terra na Cisjordânia - o maior confisco de terras desde os Acordos de Oslo (em 1993) - e a decisão de expandir os colonatos existentes na Cisjordânia ocupada, autorizando 5.295 novas unidades habitacionais e três novos colonatos", acrescentaram em comunicado.

Os ministros dos Negócios Estrangeiros do G7 apelaram também a Israel para que libertasse todas as receitas fiscais da Autoridade Palestiniana ainda retidas, defendendo que a manutenção da estabilidade económica na Cisjordânia é "fundamental para a segurança regional".

Desde o reacender da guerra em Gaza, desencadeada pelo do Hamas a Israel a 7 de outubro, a situação financeira da Autoridade Palestiniana, que exerce poderes limitados sobre uma parte da Cisjordânia, não parou de se deteriorar.
Sanções dos EUA
Também esta quinta-feira, os Estados Unidos anunciaram novas sanções contra israelitas acusados de incitar à violência contra palestinianos na Cisjordânia ocupada.

"Hoje, impomos sanções a três indivíduos e cinco entidades israelitas ligados a atos de violência contra civis na Cisjordânia", declarou o Departamento de Estado em comunicado, acrescentando que tem como alvo a organização Lehava, dirigida por Ben Zion Gopstein.

Washington, que é apoiante de Israel, acusa esta organização extremista de ter estado "envolvida em repetidos atos de violência contra os palestinianos".

O Departamento de Estado condenou ainda a existência de quatro colonatos "utilizados como base para ações violentas destinadas a deslocar os palestinianos".

"Estes postos avançados têm sido utilizados para perturbar o pastoreio, restringir o acesso a poços e lançar ataques violentos contra palestinianos vizinhos", alertou Washington.

Os postos avançados, conhecidos como colonatos "selvagens", são construídos sem autorização de Israel.

"Os Estados Unidos continuam profundamente preocupados com a violência extremista e a instabilidade na Cisjordânia, que comprometem a segurança de Israel" e "encorajam o Governo israelita a tomar medidas imediatas para responsabilizar esses indivíduos e entidades", acrescentou o Departamento de Estado.

As sanções norte-americanas, que são em grande parte simbólicas, congelam todos os bens destes indivíduos ou entidades nos Estados Unidos e proíbem quaisquer transações financeiras.

c/ agências
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