"Acreditamos que tal ajuda a Putin é imoral", clama o chefe de Estado ucraniano.

O fornecimento de gás russo à Europa está a concentrar cada vez mais atenção. Quase três anos após a invasão russa da Ucrânia, Kiev anunciou no verão passado que não renovaria o contrato que a vincula à Rússia para transportar gás russo para a Europa através de uma extensa rede de gasodutos.

Esta questão voltou a ser referida na quinta-feira, em Bruxelas, na cimeira dos líderes da UE, quando o líder ucraniano insistiu que vai mesmo cortar o fornecimento de gás russo para a Europa. Então Zelensky também se mostrou contra uma alternativa para fazer chegar o gás russo sem passar pela Ucrânia.Medidas que a serem aplicadas prejudicam a Eslováquia que importa três mil milhões de metros cúbicos por ano do monopólio russo do gás Gazprom.

O primeiro-ministro eslovaco critica Kiev por estas posições e avisou que poderiam ser tomadas medidas contra a Ucrânia.

Na mensagem que partilhou no X, Volodymyr Zelensky acusou Robert Fico de não querer encontrar soluções para substituir o gás russo e garantir a “independência energética” da Europa.“Estamos a perder pessoas por causa da guerra que Putin iniciou, por isso pensamos que tal ajuda a Putin é imoral”.
 
O presidente ucraniano sugere ainda que o primeiro-ministro eslovaco está a ser “pago”, uma vez que o “objetivo principal” de Robert Fico “é fazer negócios com a Rússia”.
“Por que é que este líder é tão dependente de Moscovo?”, questiona Volodymyr Zelensky.
Entretanto, o primeiro-ministro da Eslováquia veio dizer que Vladimir Putin está disponível para “continuar a fornecer gás ao Ocidente e à Eslováquia, o que será praticamente impossível depois de 1 de janeiro de 2025”.Robert Fico considera que Vladimir Putin foi “injustamente demonizado” pelo Ocidente.


Quanto ao Kremlin, o porta-voz da Presidência russa, Dmitry Peskov, refere que o fornecimento de gás é “uma situação muito difícil que requer maior atenção”.