O Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, defendeu hoje a introdução de meios de dissuasão não nucleares no seu país, num discurso feito no parlamento ucraniano para apresentar o seu "plano de vitória" na guerra contra a Rússia.
"A Ucrânia propõe a instalação no seu território de um conjunto completo de medidas estratégicas de dissuasão não nucleares, que serão suficientes para proteger a Ucrânia de qualquer ameaça militar da Rússia", afirmou Zelensky, especificando que este ponto foi detalhado num "anexo secreto" do seu plano de vitória apresentado aos Estados Unidos, Reino Unido, França, Itália e Alemanha.
Além disso, na mesma intervenção, o Presidente ucraniano instou o Ocidente a levantar as restrições ao uso de armas de longo alcance contra a Rússia "em todo o território da Ucrânia ocupado pela Rússia e no território russo", bem como à continuação da ajuda para reforçar o "equipamento das brigadas de reserva das forças armadas ucranianas".
O líder ucraniano está hoje de manhã a apresentar aos deputados o seu "plano de vitória" para a guerra, depois de ter abordado o documento com alguns dos principais aliados ocidentais com o objetivo de os convencer a ajudá-lo a pôr em prática as medidas delineadas por Kiev e a derrotar a Rússia.
Esta apresentação no parlamento ucraniano acontece na véspera de Zelensky ir a Bruxelas para participar, como convidado, no Conselho Europeu que decorre quinta e sexta-feira. Na ocasião, o líder ucraniano irá apresentar os pormenores do plano aos 27 do bloco europeu.
No seu discurso no parlamento, Zelensky afastou por completo a possibilidade de ceder território à Rússia ou aceitar um "congelamento" na linha da frente, sublinhando que Moscovo vai perder a guerra iniciada em fevereiro de 2022.
"A Rússia vai perder a guerra contra a Ucrânia. Não pode haver um `congelamento` [da frente]. Não pode haver qualquer troca relativamente ao território da Ucrânia ou à sua soberania", defendeu.
A Ucrânia e os seus aliados devem "forçar a Rússia a participar numa cimeira de paz e estar pronta para acabar com a guerra", afirmou ainda o Presidente, sublinhando que o plano de vitória foi preparado "para os ucranianos".