O Presidente ucraniano Volodymyr Zelensky assegurou hoje que as suas tropas "avançam com sucesso" na região russa de Kursk, onde desde há uma semana decorre uma ofensiva militar de Kiev.
"Avançamos com sucesso na região de Kursk, atingimos o nosso objetivo estratégico", declarou Zelensky no seu discurso diário nas redes sociais.
Na sua página na rede social X, o Presidente ucraniano revela que manteve uma reunião com as chefias militares sobre a situação em Kursk, onde foram abordadas questões de segurança, ajuda humanitária "e, se necessário", o estabelecimento de gabinetes de comando militar.
"A Ucrânia está a defender-se a si própria e às vidas das pessoas das comunidades fronteiriças, e ainda a promover passos decisivos em território russo. As nossas forças cumprem escrupulosamente os requerimentos das convenções internacionais e a lei humanitária", assinalou.
O comando militar ucraniano assegurou hoje que mantém sob controlo até 76 localidades russas e anunciou planos para a formação de "corredores humanitários" em Kursk para a retirada dos civis.
O Ministério das Situações de emergência russo afirmou hoje que a maioria dos habitantes das zonas fronteiriças da província de Kursk, onde as tropas ucranianas efetuam uma incursão desde 06 de agosto, foi retirada da região.
"A maioria dos residentes das zonas fronteiriças da região de Kursk foram temporariamente deslocados e encontram-se em locais seguros", assinalou o ministério na rede social Telegram, sem fornecer o número total de civis abrangidos.
No entanto, precisou que 8.000 dos deslocados se encontram em abrigos situados em 11 regiões russas.
Na segunda-feira, o governador em funções de Kursk, Alexei Smirnov, assegurou que cerca de 121.000 pessoas foram retiradas das zonas fronteiriças com a Ucrânia e outras 60.000 transferidas para locais mais seguros.
Smirnov também afirmou que as forças ucranianas controlavam 28 localidades em território de Kursk, onde vivem cerca de 2.000 pessoas, mas não forneceu informações sobre a sua situação atual.
A ofensiva militar russa no território ucraniano, lançada a 24 de fevereiro de 2022, mergulhou a Europa naquela que é considerada a crise de segurança mais grave desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
A Ucrânia tem contado com ajuda financeira e em armamento dos aliados ocidentais, que também têm decretado sanções contra setores-chave da economia russa para tentar diminuir a capacidade de Moscovo de financiar o esforço de guerra.