Zelensky acredita que "imprevisibilidade" de Trump pode contribuir para fim da guerra na Ucrânia
O presidente ucraniano considerou, numa entrevista esta quinta-feira, que a imprevisibilidade de Donald Trump, que toma posse no próximo dia 20 de janeiro como presidente dos Estados Unidos, pode ajudar a pôr termo à guerra da Rússia com a Ucrânia.
Prestes a tomar posse e a voltar para a Casa Branca, o republicano é, na opinião de Zelensky, “capaz de deter Putin ou, para ser mais justo, ajudar-nos a deter Putin”.
“Ele é capaz de fazer isso”, reforçou.
O chefe de Estado ucraniano admitiu ainda que acredita que o presidente eleito dos EUA “quer realmente acabar com a guerra”.
"Gostaria muito que esta imprevisibilidade do presidente Trump se aplicasse à Rússia", acrescentou.Segundo Zelensky, Trump terá sugerido que fosse um dos primeiros chefes de Estado a visitar Washington após a tomada de posse. Na mesma entrevista televisiva desta quinta-feira, o presidente ucraniano adiantou que o presidente eleito norte-americano afirmou ter como uma prioridade a estabilização da linha da frente no início de 2025.
Quanto ao presidente russo, Zelensky considerou que este teme qualquer negociação porque veria isso como uma derrota para a Rússia. Recorde-se que o presidente ucraniano, se recusou durante muito tempo a negociar o fim da guerra com Vladimir Putin, mas recentemente suavizou a sua posição, concordando nomeadamente em desistir temporariamente de tentar retomar os territórios conquistados por Moscovo, em troca de garantias de segurança da NATO e de um aumento no número de armas.
O regresso de Donald Trump à Casa Branca aumenta a esperança da Ucrânia para a possibilidade de haver decisões fortes após quase três anos de invasão russa, mas também o receio de uma quebra no apoio financeiro e militar norte-americano, que o republicano criticou inúmeras vezes.
"Naturalmente, quaisquer garantias de segurança sem os Estados Unidos são garantias de segurança fracas para a Ucrânia", disse ainda.Embora vários países europeus, incluindo a França, tenham apresentado a ideia de enviar um possível contingente militar para a Ucrânia em caso de acordo de paz, Volodymyr Zelensky considerou que tal iniciativa não deveria substituir a adesão do seu país à NATO.
"Não gostaríamos que houvesse apenas um ou dois países para esta iniciativa. Esta iniciativa deve absolutamente ir no sentido da NATO. Isto não significa que o envio de forças europeias exclua um futuro dentro da NATO", apontou.
As forças ucranianas estão há meses em dificuldades enfrentando o Exército russo na frente leste e estão a recuar em vários setores.
Zelensky reconheceu assim que a situação é "realmente muito difícil" e que as tropas ucranianas "estão cansadas", em particular devido à "falta de reservas e rotação" de tropas.
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