Washington tornou-se parte do conflito na Ucrânia ao autorizar Kiev a usar mísseis norte-americanos, diz Moscovo
Esta terça-feira, o secretário norte-americano de Defesa, Lloyd Austin e ministro homólogo russo Andrei Belousov conversaram ao telefone, sobre a crise na Ucrânia. Belousov "citou o risco de uma nova escalada na situação devido às armas americanas fornecidas às Forças Armadas ucranianas", referiu o ministério russo. Moscovo acrescentou ainda que o telefonema foi uma iniciativa de Washington.
De acordo com o Pentágono, esta conversa é a primeira entre as entidades de defesa russas e norte-americanas desde a nomeação de Andrei Belousov para ministro, no mês passado. Foi, inclusive, a primeira ligação desse tipo desde março de 2023.
Os dois lados apresentaram relatos divergentes sobre a discussão telefónica.
Já a Rússia alertou Washington, sobre os perigos do fornecimento contínuo de armas dos EUA à Ucrânia.
Belousov adverte Austin sobre os EUA se terem tornado parte do conflito na Ucrânia a partir do momento que autorizaram Kiev a usar mísseis norte-americanos de longo alcance contra províncias russas e a Crimeia, disse o ministério russo.
Entretanto, no dia 854 de guerra os combates mantêm-se intensos.
Enquanto as tropas ucranianas lutam para manter a posição na frente oriental na região de Donetsk, os ataques aéreos de Kiev causaram a morte a uma mulher idosa e outras quatro pessoas ficaram feridas na região de Belgorod, no sul da Rússia, disse o governador da região. Acrescentou que vários edifícios foram danificados. Já o Ministério da Defesa da Rússia sublinhou que os seus sistemas de defesa aérea destruíram 29 drones ucranianos.
Também nesta terça-feira, o Tribunal Penal Internacional emitiu mandados de prisão para o ex-ministro da Defesa da Rússia e seu chefe do Estado-Maior militar por atacarem alvos civis na Ucrânia. O tribunal acusa Sergei Shoigu e o importante general russo Valery Gerasimov de crimes de guerra e crimes contra a humanidade.
Este inicio de semana é ainda marcado pelo anuncio da Rússia de proibir o acesso dentro do país às transmissões de 81 meios de comunicação diferentes da UE, incluindo a Agence France-Presse e o Politico.
Este inicio de semana é ainda marcado pelo anuncio da Rússia de proibir o acesso dentro do país às transmissões de 81 meios de comunicação diferentes da UE, incluindo a Agence France-Presse e o Politico.
Moscovo acusou os meios de comunicação de “distribuírem sistematicamente informações imprecisas” sobre o que a Rússia chama de operação militar especial na Ucrânia.