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Ucrânia volta a reivindicar recuperação de terreno em Bakhmut

por Cristina Sambado - RTP
Serhii Nuzhnenko - Reuters

A Ucrânia revelou ter recuperado cerca de 20 quilómetros quadrados, nos últimos dias, em redor da cidade de Bakhmut, o epicentro dos combates nos últimos meses. Na última noite, Kiev voltou a ser alvo de ataques aéreos pelas forças russas.

“Nos últimos dias as nossas tropas libertaram cerca de 20 quilómetros quadrados a norte e sul de Bakhmut”, revelou a ministra ucraniana da Defesa, Ganna Maliar.


No entanto, a governante reconhece que “as tropas russas continuam a avançar para a cidade que estão a destruir com artilharia”.

Mais de 90 por cento da cidade é controlada pelas tropas de Moscovo.


Já o líder do grupo Wagner, Yevgeny Prigozhin, confirmou que as unidades mercenárias “avançaram 200 metros e ocuparam uma área de 113 mil metros quadrados”. Apenas 1,46 quilómetros quadrados permanecem no controlo inimigo em Bakhmut, acrescentou.

Prigozhin também anunciou num vídeo, publicado na terça-feira, a morte de um voluntário norte-americano que lutava ao lado das forças de Kiev no leste da Ucrânia. Kiev voltou alvo de novos ataques aéreos
Durante a noite, a Ucrânia afirmou ter repelido mais um ataque das forças russas em Kiev, com o abate de seis mísseis hipersónicos russos Kinjal e 12 outros dispositivos, incluindo mísseis de cruzeiro Kalibr, mísseis antiaéreos S-400 e mísseis balísticos Iskander, bem como drones de fabrico iraniano.

Segundo o autarca de Kiev, Vitali Klitschko, três pessoas ficaram feridas no ataque, que ocorreu horas antes da chegada à capital ucraniana do enviado chinês Li Hui para uma visita de dois dias.


Moscovo nega o abate dos equipamentos militares e afirma que o exército russo destruiu um sistema Patriot de fabrico norte-americano durante o ataque aéreo a Kiev e intercetou seis mísseis britânicos de longo alcance Storm Shadow.

A porta-voz da Força Aérea ucraniana descartou a possibilidade de que um míssil russo Kinzhal ter destruído o sistema de defesa aéreo Patriot. “É impossível”, afirmou Yuriy Ihnat, à Reuters.

Mais tarde, dois responsáveis norte-americanos afirmaram que o sistema Patriot poderá ter sofrido danos, mas que não ficou destruído.

Atualmente a Ucrânia tem dois sistemas de defesa aérea Patriot, um fornecido pelos EUA e o outro doado em conjunto pela Alemanha e Países Baixos.
Caças F-16 podem estar a caminho da Ucrânia
O Reino Unido e os Países Baixos querem criar uma “coligação internacional” para apoiar a Ucrânia com caças F-16, um equipamento considerado fundamental e que Volodymyr Zelensky há muito tempo solicitava junto dos aliados ocidentais.

O anúncio foi feito em Reiquejavique, durante a cimeira do Conselho da Europa, pelos primeiros-ministros do Reino Unido, Rishi Sunak, e dos Países Baixos, Mark Rutte. A maioria dos países da NATO tem mantido em aberto a possibilidade de enviar F-16 para a Ucrânia.

"O primeiro-ministro reiterou a sua convicção de que o lugar legítimo da Ucrânia é na NATO e os líderes concordaram com a importância de os aliados fornecerem assistência de segurança a longo prazo à Ucrânia para garantir que possam impedir futuros ataques", afirmou o porta-voz do gabinete de Sunak em Downing Street.

O presidente ucraniano já reagiu ao compromisso anunciado pelo Reino Unido e Países Baixos. Para Zelensky, “é um bom começo”. “Muito obrigado a todos”.


Já Paris ofereceu-se para treinar os pilotos de caça ucranianos, mas excluiu a possibilidade de enviar aviões de guerra para Kiev.
Duzentos mil soldados russos mortos
As Forças Armadas ucranianas afirmaram esta quarta-feira que o número de combatentes russos mortos desde a invasão da Ucrânia, a 24 de fevereiro de 2022, ultrapassou os 200 mil - número muito superior aos que é reconhecido por Moscovo.

O Estado-Maior do exército ucraniano declarou, no Facebook, que "cerca de 200.590 pessoas foram mortas", incluindo 610 nos combates registados nas últimas 24 horas, nomeadamente na cidade de Bakhmut, no leste da Ucrânia.

Os militares ucranianos referiram que, desde o início da guerra, foram destruídos 3.771 tanques de guerra, 3.166 sistemas de artilharia, 318 sistemas de defesa antiaérea, 308 aviões, 294 helicópteros, 2.748 drones, 982 mísseis de cruzeiro, 18 navios, 6.067 veículos e tanques de combustível e 417 peças de "equipamento especial".

A Rússia não fornece dados sobre baixas no conflito desde setembro, quando o ministro russo da Defesa, Sergei Shoigu, confirmou a morte de 5.937 soldados.

O portal de notícias russo Mediazona elevou para 22.055 o número total de mortos, dos quais 2.367 nos últimos 15 dias. Estes números foram comprovados, segundo o meio de comunicação, por dados públicos disponíveis, num trabalho de levantamento realizado em conjunto com a emissora britânica BBC.

c/ agências
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