A Ucrânia confirmou esta sexta-feira ter levado a cabo um ataque com drones contra um aeroporto na Rússia no início da semana. O dispositivo foi lançado a partir do próprio território russo. Esta é a primeira vez que Kiev admite realizar operações dentro do país inimigo.
"Estamos a operar a partir do território russo", insistiu Budanov numa entrevista à publicação The War Zone. O responsável não quis, porém, adiantar se o ataque a Pskov foi levado a cabo pelos seus homens ou por russos a atuar a favor dos ucranianos.
O Kremlin recusou-se a comentar as declarações deste responsável militar, com o porta-voz presidencial russo, Dmitri Peskov, a falar apenas "numa prerrogativa" dos militares de Moscovo.
Durante a noite de terça para quarta-feira, drones ucranianos atacaram o aeroporto de Pskov, cidade russa localizada perto da fronteira da Estónia, Letónia e Bielorrússia, a quase 700 quilómetros da Ucrânia.
Os ataques com drones atribuídos à Ucrânia e que têm como alvo Moscovo e outras cidades russas têm ocorrido quase diariamente há vários meses. Ao mesmo tempo, as forças russas continuam a bombardear cidades ucranianas.
Ameaças de bomba em escolas
Em Kiev, o regresso das crianças e jovens às aulas foi marcado por ameaças de bomba contra escolas. O alerta foi dado pela polícia ucraniana esta sexta-feira, primeiro dia do ano letivo. Alguns estabelecimentos de ensino foram inspecionados, mas não houve necessidade de evacuação.
"Recebemos informações sobre a presença de bombas nas escolas de Kiev", escreveu a polícia ucraniana no Telegram. "Todos os estabelecimentos de ensino são controlados pelas forças policiais" na capital ucraniana, acrescentou.O regresso às aulas abrange perto de quatro milhões de estudantes ucranianos – presencialmente, remotamente ou em formato híbrido – e é o segundo desde que a Rússia invadiu a Ucrânia, em fevereiro de 2022.
Apesar dos frequentes ataques a cidades ucranianas, "a nação preservou a possibilidade de as crianças frequentarem as escolas", afirmou esta sexta-feira o chefe da administração presidencial ucraniana, Andriï Iermak, no Telegram.
Segundo o responsável, 3.750 escolas foram destruídas "por mísseis e bombas russas" desde o início da guerra. Em algumas cidades, foram montados abrigos subterrâneos para permitir que os professores continuassem as suas aulas em caso de alertas aéreos.
"Alunos e professores são forçados a adaptar-se a estas realidades", explicou, por sua vez, o comandante do Exército ucraniano Valery Zaluzhny. "Mas o principal é que os nossos filhos estudem (…), porque o conhecimento e a cultura são o que nos distingue do inimigo. São estes os pilares sobre os quais assenta a frente de hoje e sobre os quais se irá construir o futuro do nosso país".
Desde o início de junho, o exército ucraniano tem levado a cabo uma difícil contraofensiva no sul e no leste do país, numa tentativa de recuperar os territórios ocupados pelas forças de Moscovo.
c/ agências