Ucrânia abateu dois mísseis e 18 drones russos

por Cristina Sambado - RTP
Valentyn Ogirenko - Reuters

A Força Aérea ucraniana revelou esta segunda-feira que a Rússia lançou dois mísseis de cruzeiro Kh-59/69 e 37 drones para atacar a Ucrânia durante a noite.

Dos 37 drones, 18 foram abatidos pelas defesas de Kiev. A Força Aérea também abateu dois mísseis lançados no ataque, disse a força aérea.

Em contrapartida, as defesas aéreas russas abateram 13 drones ucranianos em três regiões do oeste da Rússia, afirmou o Ministério russo da Defesa esta segunda-feira no Telegram.

Além dos militares, a defesa área ucraniana conta uma força de voluntários composta maioritariamente por juízes, agentes da autoridade e outros funcionários públicos que lançam holofotes para o céu, tentando localizar drones russos e abatê-los com metralhadoras.

Um deles é Vladyslav Tsukurov, que durante o dia ajuda a manter o funcionamento judicial, julgando casos civis e criminais fora da capital ucraniana, Kiev. À noite junta-se à unidade de Tsukurov, chamada “Mriya” (“Sonho”), foi fundada logo após a invasão russa de fevereiro de 2022 por um antigo juiz do Supremo Tribunal, que recorreu aos seus contactos.

Os juízes estão isentos do recrutamento. Mas Vladyslav Tsukurov revelou à Reuters que se alistou depois de as suas filhas terem optado por ficar no país enquanto a luta prosseguia. “Como pai, tenho de as proteger”, disse. “A minha família escolheu a Ucrânia.”

“Somos todos juízes de diferentes tribunais e encontramos uma linguagem comum. E acredito que esta é uma das melhores equipas”, acrescentou Tsukurov, natural de Kharkiv.

O sistema judiciário ucraniano tem falta de pessoal - algo que o Governo afirmou ter de resolver, uma vez que está a tentar cumprir as condições de adesão à União Europeia.
Chefe da oposição alemã visita Ucrânia

O líder da oposição conservadora alemã, Friedrich Merz, que tem possibilidade de se tornar o próximo chanceler do país, chegou a Kiev esta segunda-feira para conversar com a liderança ucraniana a forma de evitar uma invasão em grande escala da Rússia.

Queremos que esta guerra terrível termine o mais rapidamente possível e que a paz seja restaurada na Europa”, afirmou Friedrich Merz acrescentando que queria assegurar à liderança ucraniana o apoio do seu bloco conservador.
A guerra na Ucrânia está a tornar-se um dos principais temas da campanha antes das eleições antecipadas na Alemanha, marcadas para 23 de fevereiro, após o colapso da coligação de Scholz.

Merz adotou um tom mais agressivo em relação à Rússia do que o chanceler Olaf Scholz, dizendo que a Alemanha deveria entregar à Ucrânia os mísseis de cruzeiro de longo alcance Taurus que há muito deseja, se o Kremlin não parar de bombardear as infraestruturas civis.

Só se a Ucrânia for forte é que Putin estará disposto a entrar em negociações”, realçou Merz.

Segundo o líder da oposição alemã, “se o nosso apoio à Ucrânia enfraquecer, então esta guerra vai durar mais tempo. Se o nosso apoio à Ucrânia for consistente, então esta guerra terminará mais rapidamente.”

A visita de Merz, há muito planeada, ocorre uma semana depois de uma viagem surpresa da chanceler à Ucrânia, a primeira em dois anos.
Mais de 40 mil soldados ucranianos mortos no conflito

O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, revelou no domingo que 43 mil soldados ucranianos foram mortos e 370 mil ficaram feridos desde o início do conflito com a Rússia, há quase três anos.

“Desde o início da guerra, a Ucrânia perdeu 43 mil soldados que foram mortos no campo de batalha”, escreveu hoje Volodymyr Zelensky nas redes sociais, citado pela agência AFP, acrescentando que houve 370 mil feridos, dos quais metade regressou ao combate.

No anterior balanço, em fevereiro, o Presidente ucraniano estimou que o número de soldados ucranianos mortos rondava os 31 mil.

Desde a invasão da Ucrânia pela Rússia, em fevereiro de 2022, morreram também mais de 66 mil soldados russos, segundo a BBC e o site Meadiazone que em agosto divulgaram ter na sua posse os nomes de 66.471 soldados russos mortos na guerra.

c/ agências
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