Tribunal russo condena ex-deputado à revelia por falsas informações sobre Exército

por Lusa

Um tribunal russo condenou hoje à revelia o antigo deputado e opositor Dmitri Gudkov, acusado de ter publicado informações falsas sobre o Exército e que vive no exílio desde 2021.

"Tendo em conta a posição do Ministério Público, o tribunal condenou Dmitri Gudkov a oito anos de prisão numa colónia penal", anunciou o Ministério Público num comunicado de imprensa.

O ex-deputado foi considerado culpado de divulgar "informações deliberadamente falsas" sobre o Exército russo, segundo a mesma fonte.

Membro da Duma, a câmara baixa do parlamento russo, entre 2011 e 2016, Gudkov, que se estabeleceu entretanto no Chipre, afirmou na rede Instagram que esta condenação foi uma "condecoração de honra".

O opositor do Kremlin acrescentou que os seus pensamentos estão com as atuais "centenas de presos políticos russos" que não puderam ou não quiseram deixar a Rússia como ele.

Desde o lançamento da invasão russa da Ucrânia, em fevereiro de 2022, muitos outros opositores no exílio foram condenados à revelia, o que os coloca em risco de prisão caso regressem ao seu país.

Dmitri Gudkov anunciou em junho de 2021 que tinha deixado a Rússia, justificando ter sido ameaçado pelo Kremlin de ser preso no âmbito de um processo-crime que considerou ser falso.

Desde a sua saída do país, foi classificado como "agente estrangeiro", ao abrigo de uma lei usada como instrumento de repressão que o submete a um rigoroso controlo administrativo em território russo.

Esteve integrado num grupo de opositores russos exilados que instaram em Paris os países da União Europeia a fazerem mais para acolher os seus compatriotas que fogem do regime do Presidente da Rússia, Vladimir Putin.

O processo penal que levou à sua atual condenação foi instaurado devido a um vídeo, publicado no YouTube em abril de 2022, no qual criticava as ações do Exército russo na Ucrânia, de acordo com a agência de notícias estatal Tass.

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