Moscovo voltou esta sexta-feira a acusar as tropas ucranianas de bombardearem as imediações da central nuclear de Zaporizhia. O ministro russo da Defesa diz mesmo que Kiev está a cometer "terrorismo nuclear" e a arriscar uma catástrofe na Europa.
Em comunicado divulgado pelo Ministério, Shoigu nega as acusações da Ucrânia e do Ocidente e considera que qualquer escalada de tensões na central nuclear será da responsabilidade de Kiev.
De acordo com o ministro russo, a Ucrânia disparou 120 projéteis de artilharia e lançou 16 ataques de drones nas últimas seis semanas.
“Isso não é nada mais, nada menos do que terrorismo nuclear”, acrescentou Sergei Shoigu, acusando ainda os Estados Unidos e a União Europeia de “encorajarem essas ações imprudentes”.
Para Moscovo, a Ucrânia está a criar “uma ameaça real de uma catástrofe nuclear”.
Há várias semanas que Rússia e Ucrânia se acusam mutuamente de colocarem em risco a segurança nesta central nuclear, a maior da Europa, e que está sob controlo das tropas russas desde março, nas primeiras semanas da invasão russa.
Dois inspetores vão ficar em Zaporizhia
Na quinta-feira, uma equipa de 14 peritos da Agência Internacional de Energia Atómica (AEIA), liderada pelo diretor-geral, Rafael Grossi, chegou à central nuclear para avaliar a situação e dar conta de eventuais danos na sequência do conflito.
Esta sexta-feira, a agência russa RIA Novosti adiantava que dois inspetores da Agência Internacional de Energia Atómica vão ficar de forma permanente na central nuclear de Zaporizhia.
A agência citava o embaixador russo junto das instituições internacionais em Viena, onde fica localizada a sede da AIEA.
Já o diretor-geral da agência da ONU deverá regressar ainda hoje à Áustria. De acordo com a agência Reuters, Rafael Grossi deverá dar uma conferência de imprensa às 20h00 (19h00 em Lisboa) na chegada ao aeroporto de Viena.