Acompanhamos aqui todos os desenvolvimentos sobre a ofensiva militar desencadeada pela Rússia na Ucrânia.
01h00 - Ponto de situação:
- Crimes de guerra e genocídio. O presidente ucraniano visitou a cidade de Bucha, onde foram encontrados corpos de mais de 400 civis e valas comuns após a reconquista da cidade pelas tropas ucranianas. Volodymyr Zelensky fala em crimes de guerra e genocídio e avisa que as ações das forças russas em Bucha dificultam as negociações;
- “Encenação”. O Kremlin nega atrocidades cometidas em Bucha, classificando como uma "encenação" as imagens de cadáveres nas ruas e valas comuns na cidade ucraniana. Moscovo garante ainda ter “documentos” sobre a “verdadeira natureza” do sucedido em Bucha que irá apresentar na reunião que convocou para terça-feira do Conselho de Segurança da ONU;
- Investigações. O presidente norte-americano acusou de novo Vladmir Putin de ser um criminoso de guerra. Os EUA têm uma equipa que está a recolher todos os indícios sobre crimes na Ucrânia e as instâncias judiciárias internacionais estão também a liderar várias investigações;
- Novas sanções. A União Europeia está a preparar-se para endurecer ainda mais as sanções a Moscovo. A Casa Branca também vai anunciar novas sanções contra a Rússia esta semana devido a massacres em Bucha;
- Boicote à Rússia. Os Estados Unidos vão pedir à Assembleia Geral da ONU que suspenda a Rússia do Conselho de Direitos Humanos. O Reino Unido também defende a expulsão da Rússia do órgão da ONU;
- Ameaça de novos combates em Donbass. Autoridades de regiões no norte da Ucrânia afirmaram que as tropas russas abandonaram as cidades. O Pentágono também reportou que dois terços das tropas russas abandonaram a área de Kiev. No entanto, os EUA e a Ucrânia acreditam que a Rússia está apenas a “reequipar-se” e a “reabastecer-se” para lançar um novo ataque no leste do país, focando-se na região de Donbass. O governador da administração-civil da região de Donetks antecipa um agravamento dos combates e apelou à fuga urgente dos civis.
O ministro dos Negócios Estrangeiros da Ucrânia, Dmytro Kuleba, defende que a Rússia não deveria ter lugar no órgão de Direitos Humanos das Nações Unidas.
"Falei com o secretário-geral da ONU, António Guterres, sobre a atual situação de segurança e o massacre de Bucha", anunciou Kuleba na sua conta do Twitter.
Spoke with UN Secretary General @AntonioGuterres on the current security situation and the Bucha massacre. Stressed that Ukraine will use all available UN mechanisms to collect evidence and hold Russian war criminals to account. No place for Russia on the UN Human Rights Council.
— Dmytro Kuleba (@DmytroKuleba) April 4, 2022
"Enfatizei que a Ucrânia usará todos os mecanismos disponíveis da ONU para recolher provas e responsabilizar os criminosos de guerra russos. Não há lugar para a Rússia no Conselho de Direitos Humanos da ONU”, sublinhou.
O apelo da Ucrânia junta-se, assim, ao dos EUA e do Reino Unido, que também pediram a expulsão da Rússia do Conselho de Direitos Humanos.
Antigos juristas do Tribunal Penal Internacional não têm dúvidas de que o massacre em Bucha configura vários crimes de guerra.
O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelenskiy, discursará no Conselho de Segurança das Nações Unidas na terça-feira, numa reunião convocada pela Rússia para debater o massacre em Bucha.
"Gostaria de enfatizar que estamos interessados na investigação mais completa e transparente, cujos resultados serão conhecidos e explicados a toda a comunidade internacional", disse Zelensky esta segunda-feira.
O presidente ucraniano anunciou que pelo menos 300 civis morreram em Bucha, a cidade ucraniana onde foram encontrados centenas corpos e valas comuns depois de a Ucrânia ter recuperado a cidade das forças russas.
A procuradora-geral da Ucrânia denunciou hoje que o país já registou "mais de 4.000 crimes de guerra" cometidos pelas forças russas durante o conflito e revelou que as circunstâncias da morte de civis em Bucha ainda não foram verificadas.
"Desde o início da guerra, registamos mais de 4.000 crimes militares, crimes de guerra", salientou Iryna Venediktova, em entrevista ao canal francês BFM TV.
Iryna Venediktova acrescentou que as situações ocorridas nas cidades de Mariupol, no sudeste da Ucrânia, e de Bucha, perto de Kiev, ainda não foram verificadas.
Mas assegurou que está a trabalhar para documentar os factos e apresentar as provas primeiro perante os tribunais ucranianos e depois perante o Tribunal Penal Internacional.
"Trabalhamos para que todos os responsáveis ??sejam levados à justiça, a começar pelas pessoas que desencadearam esta guerra, que a incentivaram, que criaram as condições para que ela acontecesse, que invadiram o país e que deram ordens precisas para matar civis", garantiu.
Marcelo Rebelo de Sousa repudia massacre em Bucha, na Ucrânia. O Presidente da República disse que o que aconteceu representa um atentado aos Direitos Humanos e um "massacre chocante".
É chocante a brutalidade das imagens que nos chegam de Bucha. Condenamos veementemente estas atrocidades contra civis. Uma barbaridade inaceitável que tem de ser veementemente punida pela justiça internacional. #BuchaMassacre
— António Costa (@antoniocostapm) April 3, 2022
"Ao longo do dia de hoje, um total de 10 pessoas foram mortas durante os bombardeamentos e 46 feridas", afirmou o responsável administrativo da cidade de Mykolaev.
Um dos bombardeamentos matou nove pessoas. Um dos mortos de hoje era uma criança, acrescentou.
O embaixador russo nas Nações Unidas afirmou hoje que "nem um único residente de Bucha sofreu qualquer violência às mãos dos russos", classificando como uma "encenação" as imagens de cadáveres nas ruas e valas comuns na cidade ucraniana.
"Foi encenado. (...) é uma falsa narrativa apresentada por Kiev", disse o diplomata Vassily Nebenzia, numa conferência de imprensa que convocou hoje na sede das Nações Unidas, em Nova Iorque, para abordar as acusações de tortura e morte de civis em Bucha.
"Nem um único residente de Bucha sofreu qualquer violência às mãos dos russos", acrescentou o embaixador. Vassily Nebenzya criticou ainda o Reino Unido por ter recusado hoje uma reunião do Conselho de Segurança pedida pela Rússia, "algo inacreditável e sem precedentes na história das Nações Unidas".
O embaixador garantiu que a Rússia vai apresentar o mais depressa possível "provas empíricas" do que afirmou ao Conselho de Segurança, em como as suas forças não têm estado a matar civis na Ucrânia e não estiveram envolvidas no sucedido em Bucha.
"Temos provas empíricas disto" disse Nebenzya. "Pretendemos apresentá-las o mais depressa possível ao Conselho de Segurança para que a comunidade internacional não seja enganada pelo falso enredo de Kiev e dos seus apoiantes ocidentais".
O Pentágono afirmou oficialmente que os responsáveis pelas atrocidades cometidas em Bucha foram obviamente forças russas, mesmo sem se saber precisamente que unidades estavam a operar na zona.
"Eu penso que é razoavelmente óbvio, náo apenas para nós mas para o mundo, que as forças russas são responsáveis pelas atrocidades em Bucha", afirmou o porta-voz do Pentágono John Kirby em conferência de imprensa.
"Agora exatamente quem - que unidades, se eram contratados ou chechanos - não creio que possamos dizer agora. Mas não estamos certamente a refutar que estas atrocidades pcprreram e ocorrem às mãos dos russos".
Um alto responsável do Pentágono afirmou durante a tarde sob anonimato que os militares norte-americanos não podiam conformar nem refutar com certeza as alegações ucranianas sobre os civis massacrados em Bucha por forças russas.
21h25 - Portugal já aceitou mais de 27.000 pedidos de proteção temporária
Portugal já aceitou mais de 27.000 pedidos de proteção temporária de refugiados da invasão russa da Ucrânia, segundo a mais recente atualização feita pelo Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF).
Desde o início da invasão da Ucrânia pela Rússia, em 24 de fevereiro, o SEF concedeu 27.228 pedidos de proteção temporária a cidadãos ucranianos e a estrangeiros que residiam naquele país.
O SEF acrescenta que entre os refugiados ucranianos que chegaram a Portugal e beneficiários da proteção temporária, 9.648 são menores.
A garantia foi deixada pelo conselheiro para a Segurança Nacional, Jake Sullivan.
Na mesma ocasião deverão ser anunciados novos apoios e assistência militar à Ucrânia, revelou ainda Sullivan aos jornalistas.
O presidente do Eurogrupo, Paschal Donohoe, disse que os ministros das Finanças da zona euro apoiam o reforço das sanções financeiras da União Europeia (UE) à Rússia na sequência das "imagens horríveis dos ataques" russos em Bucha.
"A reunião de hoje ficou marcada pelas imagens horríveis dos ataques cometidos pelo exército russo contra civis na Ucrânia. Estamos todos chocados e estamos prontos a intensificar as sanções e o apoio ao povo da Ucrânia", declarou Paschal Donohoe, falando em conferência após uma reunião do Eurogrupo, no Luxemburgo.
Frisando ser "muito importante manter a unidade que tem caracterizado a resposta" da União Europeia (UE), Paschal Donohoe anunciou um debate na terça-feira, já ao nível dos ministros das Finanças dos 27, no Ecofin, sobre "outras ações" a adotar.
Também presente na ocasião, o comissário europeu da Economia, Paolo Gentiloni, declarou ser "clara a necessidade de reforçar a unidade europeia e de aumentar a resposta" aos ataques russos, nomeadamente através de mais medidas restritivas.
As forças russas são acusadas de massacres e atrocidades contra a população covil da cidade ucraniana e o Kremlin rejeita quaisquer responsabilidades, apontando o dedo às autoridades da Ucrânia.
O ministro russo dos Negócios Estrangeiros, Sergei Lavrov, afirma ter “documentos” sobre a “verdadeira natureza” do sucedido em Bucha que irá apresentar na reunião que convocou do Conselho de Segurança da ONU.
“Hoje, por intermédio do nosso representante permanente, vamos promover uma conferência de imprensa na qual documentos precisos serão apresentados sobre a verdadeira natureza dos acontecimentos”, declarou Lavrov.
O ministro responsável pela diplomacia do Kremlin anunciou que a conferência terá lugar às 19h30 GMT na sede das Nações Unidas em Nova Iorque.
O presidente alemão, Frank Walter Steinmeier, admitiu hoje um "erro" de avaliação, por ter defendido a necessidade de realizar o gasoduto germano-russo Nord Stream 2 quando foi ministro dos Negócios Estrangeiros.
"Foi claramente um erro", disse Steinmeier, segundo fontes presidenciais citadas pela televisão pública alemã ARD, após críticas da Ucrânia e da Polónia à gestão do político e da ex-chanceler Angela Merkel.
Steinmeier foi ministro da Chancelaria do governo social-democrata de Gerhard Schröder, entre 1999 e 2005.
Roberta Metsola apelou os dirigentes dos 27 a instaurar “embargos restritivos” sobre as importações de energias russas e acusou a Rússia de cometer “crimes de guerra” na Ucrânia.
“A Europa deve acelerar a sua política de dependência zero face ao Kremlin, libertar-se dos fornecimentos energéticos russos, impor embargos restritivos e deixar de financiar indiretamente as bombas”, declarou Metsola na abertura da sessão plenária do Parlamento Europeu em Estrasburgo.
Foi recebida com aplausos no Parlamento Europeu. A seu pedido, os eurodeputados cumpriram um minuto de silêncio em memória das vítimas da guerra na Ucrânia
Roberta Metsola condenou "as atrocidades" cometidas pelo exército russo em Busha, classificando-as como "horríveis e vergonhosas".
#Ukraine is fighting for our values, in impossible conditions.
— Roberta Metsola (@EP_President) April 4, 2022
The images from #Bucha & #Irpin show the level of threat.
My appeal is to act:
• more humanitarian aid & military equipment
• more sanctions & close loopholes
• move to zero-gas from the Kremlin pic.twitter.com/x5mZtHF8K7
O primeiro-ministro Denys Shmyhal anunciou o estabelecimento de novas vias logísticas para exportar a sua produção, sobretudo agrícola, am alternativa ao controlo dos portos por parte da Rússia.
[Formamos] novas rotas logísticas para renovar ao máximo as exportações ucranianas. Estamos à procura de novas possibilidades e a criar novas infraestruturas nas nossas fronteiras”, afirmou Shmyhal num comunicado vídeo.
A Ucrânia é um dos maiores exportadores de cereais do mundo e antes da guerra encaminhava-os por via marítima. Agora, com as águas controladas pela Armada russa, os produtores procuram encaminhar a sua produção por via-férrea.
O ministro dos Negócios Estrangeiros do Egito, Sameh Shoukry, está em Moscovo como parte de uma delegação da Liga Árabe e em conferência de imprensa anunciou a disponibilidade dos países árabes assumirem a mediação entre russos e ucranianos.
Dmytro Kulema afirmou em Varsóvia, Polónia, onde esteve reunido com a sua homóloga britânica, que as provas das mortes de civis na cidade de Bucha são somente “a ponta do icebergue” e mostram a necessidade do agravamento de sanções contra Moscovo.
“Os horrores que vimos em Bucha não passam da ponta do icebergue da quantidade de crimes cometidos pelo exército russo”, afirmou Kulena em conferência de imprensa após o encontro com Liz Truss.
“Já não bastam meias-medidas. Exijo as sanções mais severas esta semana, este é o apelo das vítimas das violações e dos assassínios. Se têm dúvidas quanto às sanções, vão primeiro a Bucha”, desafiou.
Os dois terços das tropas russas que ocupavam a região de Kiev desde o início da invasão retiraram para a Bielorrússia, indicou um alto responsável do Pentágono, que interpreta o recuo como uma reorganização antes de um novo assalto noutra área da Ucrânia.
“Restam cerca de um terço das forças que eles tinham deslocado para Kiev”, afirmou a mesma fonte, sob anonimato.
“Concluímos que eles vão ser reenviados para o leste do país, para a região do Donbass, mas não passa da nossa análise: ainda não começamos a vê-los a moverem-se”, sublinhou o mesmo responsável.
A ex-chanceler alemã, Angela Merkel, defendeu hoje a sua recusa, em 2008, do início do processo de adesão à NATO da Ucrânia, reagindo às críticas do presidente ucraniano, que lamentou o "medo absurdo" demonstrado por alguns líderes na altura.
A antiga chefe do Governo alemão, que deixou a política no final de 2021, declarou, num curto comunicado divulgado pela sua porta-voz, que "assume as suas decisões na cimeira da NATO de Bucareste".
Nessa cimeira, em abril de 2008, a Alemanha manifestou-se contra o lançamento do processo de adesão à Aliança Atlântica da Ucrânia e da Geórgia, posição partilhada pelo então Presidente francês, Nicolas Sarkozy, considerando que ambos os países não eram democracias razoavelmente estáveis.
Numa mensagem em vídeo, no domingo à noite, do presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky criticou a "recusa escondida" da NATO em 2008 em admitir a Ucrânia devido ao "medo absurdo de alguns políticos em relação" a Moscovo, pensando que "ao rejeitar a Ucrânia, poderiam apaziguar a Rússia".
Zelensky sugeriu a Merkel e a Sarkozy que vão a Busha, uma cidade a noroeste de Kiev recentemente retomada pelos ucranianos, onde civis foram mortos e enterrados em valas comuns pelas forças russas, segundo o Governo de Kiev.
O Estado alemão vai assumir temporariamente o controlo da subsidiária alemã do grupo russo Gazprom devido à sua "importância no fornecimento" de energia na Alemanha, anunciou o ministro da Economia, Robert Habeck.
A agência federal de redes vai tornar-se até 30 de setembro administradora da "Gazprom Germania", que tinha a Gazprom como único proprietário.
O grupo russo anunciou na sexta-feira que iria retirar-se desta subsidiária, sem indicar imediatamente quem assumiria o controlo, lançando a incerteza sobre o futuro da entidade, em pleno conflito sobre o gás russo devido à guerra na Ucrânia.
As subsidiárias da Gazprom são as operadoras das principais infraestruturas de armazenamento de gás e combustível na Alemanha. A Gazprom Germania, por sua vez, possui várias subsidiárias no Reino Unido, Suíça e República Checa.
A invasão russa da Ucrânia já fez pelo menos 3.527 vítimas civis, incluindo 1.430 mortos e 2.097 feridos, a maioria das quais atingidas por armamento explosivo de grande impacto, indicou hoje a ONU.
No relatório diário de vítimas civis confirmadas desde o início da ofensiva militar russa na Ucrânia, a 24 de fevereiro, o Alto-Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos (ACNUDH) contabilizou, até às 24:00 de domingo (hora local), 121 crianças entre os mortos e 178 entre os feridos.
A Alto-Comissariado da ONU acredita que estes dados sobre as vítimas civis estão, contudo, muito aquém dos números reais, sobretudo nos territórios onde os ataques intensos não permitem recolher e confirmar a informação.
É o que acontece, por exemplo, em Mariupol e Volnovakha (região de Donetsk), Izium (região de Karkiv), Popasna (região de Lugansk) e Irpin (região de Kiev), onde há alegações de numerosas baixas civis ainda por confirmar e que por isso não estão incluídas nas estatísticas da ONU.
O ACNUDH refere ainda que "a maioria das baixas civis foi causada pela utilização de armas explosivas com uma ampla área de impacto, incluindo bombardeamentos de artilharia pesada e sistemas de lançamento múltiplo de `rockets`, e por ataques aéreos e de mísseis".
A embarcação foi apreendida pela polícia nas ilhas Baleares a pedido dos Estados Unidos, anunciaram as autoridades espanholas e norte-americanas.
A operação desenrolou-se em Palma de Maiorca, com agentes da Guardia Civil de Espanha coadjuvados por agentes federais americanos do FBI e da Segurança Interna dos EUA, no quadro de uma carta rogatória dos Estados Unidos, referiu em comunicado a Guardia Civil.
Batizado “Tango” o iate de 78 metros de comprimento, estimado em 90 milhões de euros, “é propriedade do multimilionário russo Viktor Vekselberg” acrescentou. Vekselberg é considerado próximo do presidente russo.
Uma equipa do Comité Internacional da Cruz Vermelha foi impedida de prosseguir uma tentativa de chegar a Mariupol para retirar civis e está retida na cidade vizinha “de Manhush a 20 quilómetros a ocidente de Mariupol” e controlada pelos russos, afirmou à agência Reuters o porta-voz do CICV.
Jason Straziuso acrescentou que a equipa foi retida pela polícia mas “não se trata de uma tomada de reféns”, sublinhou sem mais detalhes.
Os militares norte-americanos não conseguem confirmar de forma independente as alegações ucranianas de massacres em Bucha executados por forças russas contra a população civil.
A mesma fonte sublinhou contudo à Agência Reuters que não há também razões para duvidar dos relatos.
"Estamos a ver as mesmas imagens que vocês. Não temos contudo quaisquer razões para refutar as alegações ucranianas sobre estas atrocidades - claramente profundamente, profundamente perturbadoras", afirmou sob anonimato.
"O Pentágono não o consegue confirmar de forma independente e sózinho mas também não estamos em posição de refutar as alegações", referiu.
O Kremlin nega todas as acusações de assassínio sumário na cidade e aponta o dedo aos próprios ucranianos.
Após os EUA, a secretária dos Negócios Estrangeiros do Reino Unido, Liz Truss, defendeu que a Rússia tem de ser suspensa do Conselho das Nações Unidas para os Direitos Humanos após a descoberta de centenas de corpos de civis executados e torturados em Bucha.
“Dadas as fortes provas de crimes de guerra, incluindo relatos de valas comuns e horrenda carnificina em Bucha, a Rússia não pode manter-se membro do Conselho de Direitos Humanos da ONU”, referiu Truss na rede Twitter. “A Rússia tem de ser suspensa”.
Given strong evidence of war crimes, including reports of mass graves and heinous butchery in Bucha, Russia cannot remain a member of the UN Human Rights Council.
— Liz Truss (@trussliz) April 4, 2022
Russia must be suspended.
O governador da região de Zytomyr, no norte da Ucrânia a leste de Kiev e perto da fronteira com a Bielorrússia, anunciou que já não há tropas russas na área.
“Retiraram, deixando parte dos seus veículos e parte das suas munições”, afirmou Vitaly Bunechko nas redes sociais.
Os soldados ucranianos capturados pelo exército russo e recentemente libertados denunciaram terem sofrido “tratamentos inumanos” em cativeiro, afirmou Lioudmila Denissova, reposnsável pela pasta dos Direitos Humanos no Parlamento ucraniano.
“Os soldados ucraniano relataram oo tratamento inumano que sofreram da parte da Rússia” denunciou a responsável nas redes sociais, referindo nomeadamente maus tratos-físicos.
O governador da administração-civil da região de Donetks, Pavlo Kyrylenko, aconselhou a população civil do Donbass controlada pela Ucrânia a fugir para trás das linhas de combate o mais depressa possível.
“Esta tarde falei com o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, sobre os terríveis assassínios que foram descobertos em Busha e noutras áreas de onde as tropas russas saíram recentemente. Transmiti-lhe as minhas condolências e assegurei-lhe o total apoio da Comissão Europeia nestes tempos terríveis”, afirma Ursula von der Leyen, numa declaração publicada esta segunda-feira.
Vincando que “os perpetradores destes crimes hediondos não podem ficar impunes”, a líder do executivo comunitário anuncia que “a UE criou uma equipa de investigação conjunta com a Ucrânia para recolher provas e investigar crimes de guerra e crimes contra a humanidade”.
“As imagens angustiantes não podem e não serão deixadas sem resposta”, salienta.
(agência Lusa)
Com esta medida, fica restringida a emissão de vistos múltiplos com validade de um ano para delegações oficiais e jornalistas, bem como vistos múltiplos com validade de cinco anos para membros de governos nacionais e regionais, parlamentos e tribunais.
A partir de agora, diplomatas dos países abrangidos pelas sanções deixam de poder entrar no território russo sem visto.
Destes cidadãos que chegaram a Portugal desde o início da guerra, 9.558 são menores
Os Estados Unidos vão pedir à Assembleia Geral da ONU que suspenda a Rússia do Conselho de Direitos Humanos, revelou a embaixadora norte-americana nas Nações Unidas, Linda Thomas-Greenfield.
O governador de Sumy revelou que as forças russas já não ocupam nenhuma cidade ou aldeia da região e que se tinham retirado.
Segundo Dmytro Zhyvytskyi, as tropas ucranianas estão a trabalhar para retirar as poucas forças russas que restam.
O governador afirmou ainda que as tropas russas abandonaram muito equipamento militar na região ucraniana de Sumy, que fica na fronteira com a Bielorrússia.
Segundo a Organização Internacional para as Migrações da ONU (ACNUR) 4.215.047 pessoas tiveram de fugir da Ucrânia desde a invasão russa. Nas últimas 24 horas foram contabilizados 38.646 refugiados.
Cerca de 90 por cento dos refugiados são mulheres e crianças, uma vez que as autoridades ucranianas não permitem a saída de homens em idade militar.
A ONU estima que existam quase 6,5 milhões de pessoas deslocadas internamente.
Putin will never break the spirit of Ukraine’s people or conquer their homeland.
— Boris Johnson (@BorisJohnson) April 4, 2022
Ukraine will rise again and take her place among free and sovereign nations once more.
🇬🇧🇺🇦 pic.twitter.com/0VWziRkRGO
We strongly condemn apparent atrocities by Kremlin forces in Bucha and across Ukraine. We are pursuing accountability using every tool available, documenting and sharing information to hold accountable those responsible.
— Secretary Antony Blinken (@SecBlinken) April 4, 2022
⚡️Ukrainian artists, Zelensky address audience at the Grammys.
— The Kyiv Independent (@KyivIndependent) April 4, 2022
President Volodymyr Zelensky addressed the audience in a pre-recorded video, wherein he said:“We are fighting Russia, which brings horrible silence with its bombs. The dead silence. Fill the silence with your music.” pic.twitter.com/DrUzTNqsDO
- Kiev acusa as tropas russas de cometerem crimes de guerra e um "massacre" em Bucha, uma cidade que fica a 30 quilómetros de Kiev. No domingo, após a reconquista da cidade por parte de tropas ucranianas, foram encontrados os corpos de civis nas ruas e valas comuns.
- De acordo com as autoridades locais, foram encontrados 410 corpos e 140 já foram examinados. A comunidade internacional está a reagir aos últimos desenvolvimentos e exige uma investigação. Moscovo nega as acusações de massacre de civis e diz que esta é mais uma "performance por parte do regime" em Kiev.
- O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, condenou as tropas russas pelo que considera um "genocídio", afirmando que são "carniceiros", "torturadores" e "violadores". Acrescentou que os ucranianos não querem ser subjugados pelos russos e que por isso estão a ser exterminados.
- Um ataque à cidade de Kharkiv, no domingo, fez pelo menos sete mortos e 34 feridos. Também no domingo, os mísseis russos destruíram importantes depósitos de combustíveis para as tropas ucranianas, localizados em Odessa. Não houve registo de vítimas destes ataques.