Ofensiva russa na Ucrânia. A evolução da guerra ao minuto

por Mariana Ribeiro Soares, Graça Andrade Ramos, Cristina Sambado, Andreia Martins - RTP

Equipamento militar destruído em Bucha, na região de Kiev Atef Safadi - EPA

Acompanhamos aqui todos os desenvolvimentos sobre a ofensiva militar desencadeada pela Rússia na Ucrânia.

Mais atualizações

01h00 - Ponto de situação:


  • Crimes de guerra e genocídio. O presidente ucraniano visitou a cidade de Bucha, onde foram encontrados corpos de mais de 400 civis e valas comuns após a reconquista da cidade pelas tropas ucranianas. Volodymyr Zelensky fala em crimes de guerra e genocídio e avisa que as ações das forças russas em Bucha dificultam as negociações;

  • “Encenação”. O Kremlin nega atrocidades cometidas em Bucha, classificando como uma "encenação" as imagens de cadáveres nas ruas e valas comuns na cidade ucraniana. Moscovo garante ainda ter “documentos” sobre a “verdadeira natureza” do sucedido em Bucha que irá apresentar na reunião que convocou para terça-feira do Conselho de Segurança da ONU;

  • Investigações. O presidente norte-americano acusou de novo Vladmir Putin de ser um criminoso de guerra. Os EUA têm uma equipa que está a recolher todos os indícios sobre crimes na Ucrânia e as instâncias judiciárias internacionais estão também a liderar várias investigações;

  • Novas sanções. A União Europeia está a preparar-se para endurecer ainda mais as sanções a Moscovo. A Casa Branca também vai anunciar novas sanções contra a Rússia esta semana devido a massacres em Bucha;

  • Boicote à Rússia. Os Estados Unidos vão pedir à Assembleia Geral da ONU que suspenda a Rússia do Conselho de Direitos Humanos. O Reino Unido também defende a expulsão da Rússia do órgão da ONU;

  • Ameaça de novos combates em Donbass. Autoridades de regiões no norte da Ucrânia afirmaram que as tropas russas abandonaram as cidades. O Pentágono também reportou que dois terços das tropas russas abandonaram a área de Kiev. No entanto, os EUA e a Ucrânia acreditam que a Rússia está apenas a “reequipar-se” e a “reabastecer-se” para lançar um novo ataque no leste do país, focando-se na região de Donbass. O governador da administração-civil da região de Donetks antecipa um agravamento dos combates e apelou à fuga urgente dos civis.

00h45 - Ucrânia: “Não há lugar para a Rússia no Conselho de Direitos Humanos da ONU”

O ministro dos Negócios Estrangeiros da Ucrânia, Dmytro Kuleba, defende que a Rússia não deveria ter lugar no órgão de Direitos Humanos das Nações Unidas.

"Falei com o secretário-geral da ONU, António Guterres, sobre a atual situação de segurança e o massacre de Bucha", anunciou Kuleba na sua conta do Twitter.


"Enfatizei que a Ucrânia usará todos os mecanismos disponíveis da ONU para recolher provas e responsabilizar os criminosos de guerra russos. Não há lugar para a Rússia no Conselho de Direitos Humanos da ONU”, sublinhou.

O apelo da Ucrânia junta-se, assim, ao dos EUA e do Reino Unido, que também pediram a expulsão da Rússia do Conselho de Direitos Humanos.

00h30 - Crimes de guerra na Ucrânia. Juristas admitem possibilidade de genocídio

Antigos juristas do Tribunal Penal Internacional não têm dúvidas de que o massacre em Bucha configura vários crimes de guerra.


23h18 - Zelensky vai discursar no Conselho da Segurança da ONU na terça-feira

O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelenskiy, discursará no Conselho de Segurança das Nações Unidas na terça-feira, numa reunião convocada pela Rússia para debater o massacre em Bucha.

"Gostaria de enfatizar que estamos interessados na investigação mais completa e transparente, cujos resultados serão conhecidos e explicados a toda a comunidade internacional", disse Zelensky esta segunda-feira.

O presidente ucraniano anunciou que pelo menos 300 civis morreram em Bucha, a cidade ucraniana onde foram encontrados centenas corpos e valas comuns depois de a Ucrânia ter recuperado a cidade das forças russas.

23h06 - Rússia já cometeu mais de 4.000 crimes de guerra, acusa procuradora ucraniana

A procuradora-geral da Ucrânia denunciou hoje que o país já registou "mais de 4.000 crimes de guerra" cometidos pelas forças russas durante o conflito e revelou que as circunstâncias da morte de civis em Bucha ainda não foram verificadas.

"Desde o início da guerra, registamos mais de 4.000 crimes militares, crimes de guerra", salientou Iryna Venediktova, em entrevista ao canal francês BFM TV.

Iryna Venediktova acrescentou que as situações ocorridas nas cidades de Mariupol, no sudeste da Ucrânia, e de Bucha, perto de Kiev, ainda não foram verificadas.

Mas assegurou que está a trabalhar para documentar os factos e apresentar as provas primeiro perante os tribunais ucranianos e depois perante o Tribunal Penal Internacional.

"Trabalhamos para que todos os responsáveis ??sejam levados à justiça, a começar pelas pessoas que desencadearam esta guerra, que a incentivaram, que criaram as condições para que ela acontecesse, que invadiram o país e que deram ordens precisas para matar civis", garantiu.

22h42 - "Massacre desumano e chocante". PR repudia o que aconteceu em Bucha

Marcelo Rebelo de Sousa repudia massacre em Bucha, na Ucrânia. O Presidente da República disse que o que aconteceu representa um atentado aos Direitos Humanos e um "massacre chocante".


22h10 - António Costa "chocado" com massacre em Bucha

O primeiro-ministro português exprimiu a sua revolta ao fim da tarde na rede Twitter.
22h00 - Mykolaev. Bombardeamentos russos fizeram 10 mortos

"Ao longo do dia de hoje, um total de 10 pessoas foram mortas durante os bombardeamentos e 46 feridas", afirmou o responsável administrativo da cidade de Mykolaev.

Um dos bombardeamentos matou nove pessoas. Um dos mortos de hoje era uma criança, acrescentou.

21h47 - "Nem um único residente de Bucha sofreu violência de russos", diz embaixador russo na ONU

O embaixador russo nas Nações Unidas afirmou hoje que "nem um único residente de Bucha sofreu qualquer violência às mãos dos russos", classificando como uma "encenação" as imagens de cadáveres nas ruas e valas comuns na cidade ucraniana.

"Foi encenado. (...) é uma falsa narrativa apresentada por Kiev", disse o diplomata Vassily Nebenzia, numa conferência de imprensa que convocou hoje na sede das Nações Unidas, em Nova Iorque, para abordar as acusações de tortura e morte de civis em Bucha.

"Nem um único residente de Bucha sofreu qualquer violência às mãos dos russos", acrescentou o embaixador.
Vassily Nebenzya criticou ainda o Reino Unido por ter recusado hoje uma reunião do Conselho de Segurança pedida pela Rússia, "algo inacreditável e sem precedentes na história das Nações Unidas".

O embaixador garantiu que a Rússia vai apresentar o mais depressa possível "provas empíricas" do que afirmou ao Conselho de Segurança, em como as suas forças não têm estado a matar civis na Ucrânia e não estiveram envolvidas no sucedido em Bucha.

"Temos provas empíricas disto" disse Nebenzya. "Pretendemos apresentá-las o mais depressa possível ao Conselho de Segurança para que a comunidade internacional não seja enganada pelo falso enredo de Kiev e dos seus apoiantes ocidentais".

O ministro russo dos Negócios Estrangeiros, Sergei Lavrov, garantiu esta tarde que o embaixador russo iria apresentar "documentos" a provar a inocência russa.

21h44 - Pentágono sem dúvidas que russos cometaram atrocidades em Bucha

O Pentágono afirmou oficialmente que os responsáveis pelas atrocidades cometidas em Bucha foram obviamente forças russas, mesmo sem se saber precisamente que unidades estavam a operar na zona.

"Eu penso que é razoavelmente óbvio, náo apenas para nós mas para o mundo, que as forças russas são responsáveis pelas atrocidades em Bucha", afirmou o porta-voz do Pentágono John Kirby em conferência de imprensa.

"Agora exatamente quem - que unidades, se eram contratados ou chechanos - não creio que possamos dizer agora. Mas não estamos certamente a refutar que estas atrocidades pcprreram e ocorrem às mãos dos russos".

Um alto responsável do Pentágono afirmou durante a tarde sob anonimato que os militares norte-americanos não podiam conformar nem refutar com certeza as alegações ucranianas sobre os civis massacrados em Bucha por forças russas.

21h25 - Portugal já aceitou mais de 27.000 pedidos de proteção temporária

Portugal já aceitou mais de 27.000 pedidos de proteção temporária de refugiados da invasão russa da Ucrânia, segundo a mais recente atualização feita pelo Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF).

Desde o início da invasão da Ucrânia pela Rússia, em 24 de fevereiro, o SEF concedeu 27.228 pedidos de proteção temporária a cidadãos ucranianos e a estrangeiros que residiam naquele país.

O SEF acrescenta que entre os refugiados ucranianos que chegaram a Portugal e beneficiários da proteção temporária, 9.648 são menores.

21h10 - Odessa. Onde tudo falta, livros não deixaram de vender-se
21h00 - Novos bombardeamentos contra Odessa e Mikolaiev

20h50 - Mais sanções ainda esta semana

A Casa Branca vai anunciar novas sanções ocidentais contra a Rússia “esta semana” devido a massacres em Bucha.

A garantia foi deixada pelo conselheiro para a Segurança Nacional, Jake Sullivan.

Na mesma ocasião deverão ser anunciados novos apoios e assistência militar à Ucrânia, revelou ainda Sullivan aos jornalistas.

20h40 - Atrocidades em Bucha. Joe Biden volta a acusar Putin de crimes de guerra

20h30 - Bucha. População em choque relata atrocidades

20h20 -Bucha. Cadáveres amarrados e com tiros na nuca espalhados pelas ruas da cidade
20h10 - Massacre em Bucha. Zelensky fala em crimes de guerra e genocídio

19h45 - EUA apoiam equipa internacional para investigar massacres em Bucha

Departamento de Estado diz que os EUA vão apoiar a formação de uma equipa multinacional de procuradores internacionais para recolher provas e analisar o sucedido em Bucha, a pedido da Ucrânia.

19h40 - Eurogrupo apoia reforço das sanções após "imagens horríveis dos ataques" russos

O presidente do Eurogrupo, Paschal Donohoe, disse que os ministros das Finanças da zona euro apoiam o reforço das sanções financeiras da União Europeia (UE) à Rússia na sequência das "imagens horríveis dos ataques" russos em Bucha.

"A reunião de hoje ficou marcada pelas imagens horríveis dos ataques cometidos pelo exército russo contra civis na Ucrânia. Estamos todos chocados e estamos prontos a intensificar as sanções e o apoio ao povo da Ucrânia", declarou Paschal Donohoe, falando em conferência após uma reunião do Eurogrupo, no Luxemburgo.

Frisando ser "muito importante manter a unidade que tem caracterizado a resposta" da União Europeia (UE), Paschal Donohoe anunciou um debate na terça-feira, já ao nível dos ministros das Finanças dos 27, no Ecofin, sobre "outras ações" a adotar.

Também presente na ocasião, o comissário europeu da Economia, Paolo Gentiloni, declarou ser "clara a necessidade de reforçar a unidade europeia e de aumentar a resposta" aos ataques russos, nomeadamente através de mais medidas restritivas.

(Agência Lusa)

19h30 - Moscovo promete “documentos” sobre a “verdadeira natureza” do sucedido em Bucha

As forças russas são acusadas de massacres e atrocidades contra a população covil da cidade ucraniana e o Kremlin rejeita quaisquer responsabilidades, apontando o dedo às autoridades da Ucrânia.

O ministro russo dos Negócios Estrangeiros, Sergei Lavrov, afirma ter “documentos” sobre a “verdadeira natureza” do sucedido em Bucha que irá apresentar na reunião que convocou do Conselho de Segurança da ONU.

“Hoje, por intermédio do nosso representante permanente, vamos promover uma conferência de imprensa na qual documentos precisos serão apresentados sobre a verdadeira natureza dos acontecimentos”, declarou Lavrov.

O ministro responsável pela diplomacia do Kremlin anunciou que a conferência terá lugar às 19h30 GMT na sede das Nações Unidas em Nova Iorque.

19h17 - Mais 3.376 pessoas retiradas de áreas de combates

Vice-primeiro-ministro da Ucrânia afirmou que 3.376 pessoas foram retiradas esta segunda-feira através de corredores humanitários

19h05 - Presidente alemão reconhece "erro" no apoio ao gasoduto com Rússia

O presidente alemão, Frank Walter Steinmeier, admitiu hoje um "erro" de avaliação, por ter defendido a necessidade de realizar o gasoduto germano-russo Nord Stream 2 quando foi ministro dos Negócios Estrangeiros.

"Foi claramente um erro", disse Steinmeier, segundo fontes presidenciais citadas pela televisão pública alemã ARD, após críticas da Ucrânia e da Polónia à gestão do político e da ex-chanceler Angela Merkel.

Steinmeier foi ministro da Chancelaria do governo social-democrata de Gerhard Schröder, entre 1999 e 2005.

18h50 - Presidente do PE exige “embargos restritivos” às energias russas

Roberta Metsola apelou os dirigentes dos 27 a instaurar “embargos restritivos” sobre as importações de energias russas e acusou a Rússia de cometer “crimes de guerra” na Ucrânia.

“A Europa deve acelerar a sua política de dependência zero face ao Kremlin, libertar-se dos fornecimentos energéticos russos, impor embargos restritivos e deixar de financiar indiretamente as bombas”, declarou Metsola na abertura da sessão plenária do Parlamento Europeu em Estrasburgo. 

A presidente do PE esteve no final da semana passada em Kiev para se reunir com dirigentes ucranianos como o primeiro-ministro Denys Shmyhal.

Foi recebida com aplausos no Parlamento Europeu. A seu pedido, os eurodeputados cumpriram um minuto de silêncio em memória das vítimas da guerra na Ucrânia

Roberta Metsola condenou "as atrocidades" cometidas pelo exército russo em Busha, classificando-as como "horríveis e vergonhosas".

18h45 - França segue Alemanha e Lituânia e expulsa diplomatas russos

Em comunicado, o Ministério dos Negócios Estrangeiros de França anunciou que vai expulsar "numerosos" diplomatas russos por "atividades contrárias aos nossos interesses".

"Esta ação increve-se numa iniciativa europeia" explicou um comunicado do Ministério. "A nossa primeira responsabilidade é semrpe garantir a segurança dos franceses e dos europeus" afirma o texto.

Fontes do Ministério francês indicam que será 35 os diplomatas expulsos.

A Lituânia expulsou o embaixador e encerrou o consulado russo e Berlim declarou personae non grata quatro dezenas de diplomatas russos.

A Rússia já prometeu responder nos mesmos termos às expulsões dos seus diplomatas.

18h35 - Ucrânia com rotas alternativas para exportações

O primeiro-ministro Denys Shmyhal anunciou o estabelecimento de novas vias logísticas para exportar a sua produção, sobretudo agrícola, am alternativa ao controlo dos portos por parte da Rússia.

[Formamos] novas rotas logísticas para renovar ao máximo as exportações ucranianas. Estamos à procura de novas possibilidades e a criar novas infraestruturas nas nossas fronteiras”, afirmou Shmyhal num comunicado vídeo.

A Ucrânia é um dos maiores exportadores de cereais do mundo e antes da guerra encaminhava-os por via marítima. Agora, com as águas controladas pela Armada russa, os produtores procuram encaminhar a sua produção por via-férrea.

18h06 - Países árabes propõem mediação entre Rússia e Ucrânia

O ministro dos Negócios Estrangeiros do Egito, Sameh Shoukry, está em Moscovo como parte de uma delegação da Liga Árabe e em conferência de imprensa anunciou a disponibilidade dos países árabes assumirem a mediação entre russos e ucranianos.

Participam da delegação os chefes das diplomacias de cinco nações, Egito, Argélia, Iraque, Jordânia e Sudão, além de Ahmed Aboul Gheit, secretário-geral da Liga Árabe.

Após reuniões previstas com o homólogo russo, Serguei Lavrov, a delegação prevê reunir-se terça-feira com o ministro ucraniano dos Negócios Estrangeiros. Dmytro Kuleba, terça-feira, na Polónia.

18h01 - Ministro ucraniano diz que atrocidades em Bucha são “a ponta do icebergue”

Dmytro Kulema afirmou em Varsóvia, Polónia, onde esteve reunido com a sua homóloga britânica, que as provas das mortes de civis na cidade de Bucha são somente “a ponta do icebergue” e mostram a necessidade do agravamento de sanções contra Moscovo.

“Os horrores que vimos em Bucha não passam da ponta do icebergue da quantidade de crimes cometidos pelo exército russo”, afirmou Kulena em conferência de imprensa após o encontro com Liz Truss.

“Já não bastam meias-medidas. Exijo as sanções mais severas esta semana, este é o apelo das vítimas das violações e dos assassínios. Se têm dúvidas quanto às sanções, vão primeiro a Bucha”, desafiou.

17h49 - Dois terços das tropas russas abandonaram área de Kiev diz Pentágono

Os dois terços das tropas russas que ocupavam a região de Kiev desde o início da invasão retiraram para a Bielorrússia, indicou um alto responsável do Pentágono, que interpreta o recuo como uma reorganização antes de um novo assalto noutra área da Ucrânia.

“Restam cerca de um terço das forças que eles tinham deslocado para Kiev”, afirmou a mesma fonte, sob anonimato.

“Continuamos a vê-los a reorganizarem-se na Bielorrússia”, acrescentou. “O que continuamos apensar é que eles vão reequipar-se, reabastecerem-se e talvez mesmo receber reforços, antes de serem reenviados para a Ucrânia para combater noutro lugar”.

“Concluímos que eles vão ser reenviados para o leste do país, para a região do Donbass, mas não passa da nossa análise: ainda não começamos a vê-los a moverem-se”, sublinhou o mesmo responsável.

Questionado sobre a possibilidade das tropas ucranianas receberem carros armados de fabrico soviético incluindo T-72, o mesmo tipo utilizado por forças russas na Ucrânia, a mesma fonte admitiu que tal venha a suceder, uma vez que outros países decidem soberanamente o que enviar para a Ucrânia, tal como os Estados Unidos.

17h38 - Alemanha expulsa "número significatico" de diplomatas russos

Moscovo irá responder à decisão alemã de expulsar "40 diplomatas" prometeram os serviços diplomáticos russos, referiu a agência noticiosa da Rússia Interfax.

A Alemanha considerou como "indesejáveis" [personae non grata] um “número significativo” de responsáveis da embaixada russa, anunciou a ministra dos Negócios estrangeiros Annalena Baerbock, acrescentando que Berlim irá aumentar o seu apoio às forças armadas ucranianas. 

De acordo com um comunicado da diplomacia alemã, os diplomatas russos visados são pessoas que "trabalham dia a dia contra a nossa liberdade e contra a nossa coesão social", representando um regime de "incrível brutalidade", como ficou provado pelas imagens de crimes de guerra cometidos na cidade ucraniana de Bucha.

17h33 - Merkel assume recusa em acolher a Ucrânia na NATO em 2008

A ex-chanceler alemã, Angela Merkel, defendeu hoje a sua recusa, em 2008, do início do processo de adesão à NATO da Ucrânia, reagindo às críticas do presidente ucraniano, que lamentou o "medo absurdo" demonstrado por alguns líderes na altura.

A antiga chefe do Governo alemão, que deixou a política no final de 2021, declarou, num curto comunicado divulgado pela sua porta-voz, que "assume as suas decisões na cimeira da NATO de Bucareste".

Nessa cimeira, em abril de 2008, a Alemanha manifestou-se contra o lançamento do processo de adesão à Aliança Atlântica da Ucrânia e da Geórgia, posição partilhada pelo então Presidente francês, Nicolas Sarkozy, considerando que ambos os países não eram democracias razoavelmente estáveis.

Numa mensagem em vídeo, no domingo à noite, do presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky criticou a "recusa escondida" da NATO em 2008 em admitir a Ucrânia devido ao "medo absurdo de alguns políticos em relação" a Moscovo, pensando que "ao rejeitar a Ucrânia, poderiam apaziguar a Rússia".

Zelensky sugeriu a Merkel e a Sarkozy que vão a Busha, uma cidade a noroeste de Kiev recentemente retomada pelos ucranianos, onde civis foram mortos e enterrados em valas comuns pelas forças russas, segundo o Governo de Kiev.

17h30 - Berlim assume o controlo da subsidiária alemã da Gazprom

O Estado alemão vai assumir temporariamente o controlo da subsidiária alemã do grupo russo Gazprom devido à sua "importância no fornecimento" de energia na Alemanha, anunciou o ministro da Economia, Robert Habeck.

A agência federal de redes vai tornar-se até 30 de setembro administradora da "Gazprom Germania", que tinha a Gazprom como único proprietário.

O grupo russo anunciou na sexta-feira que iria retirar-se desta subsidiária, sem indicar imediatamente quem assumiria o controlo, lançando a incerteza sobre o futuro da entidade, em pleno conflito sobre o gás russo devido à guerra na Ucrânia.

As subsidiárias da Gazprom são as operadoras das principais infraestruturas de armazenamento de gás e combustível na Alemanha. A Gazprom Germania, por sua vez, possui várias subsidiárias no Reino Unido, Suíça e República Checa.

(Agência Lusa)

17h15 - Guerra fez pelo menos 3.527 vítimas civis, incluindo 1.430 mortos indica ONU

A invasão russa da Ucrânia já fez pelo menos 3.527 vítimas civis, incluindo 1.430 mortos e 2.097 feridos, a maioria das quais atingidas por armamento explosivo de grande impacto, indicou hoje a ONU.

No relatório diário de vítimas civis confirmadas desde o início da ofensiva militar russa na Ucrânia, a 24 de fevereiro, o Alto-Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos (ACNUDH) contabilizou, até às 24:00 de domingo (hora local), 121 crianças entre os mortos e 178 entre os feridos.

A Alto-Comissariado da ONU acredita que estes dados sobre as vítimas civis estão, contudo, muito aquém dos números reais, sobretudo nos territórios onde os ataques intensos não permitem recolher e confirmar a informação.

É o que acontece, por exemplo, em Mariupol e Volnovakha (região de Donetsk), Izium (região de Karkiv), Popasna (região de Lugansk) e Irpin (região de Kiev), onde há alegações de numerosas baixas civis ainda por confirmar e que por isso não estão incluídas nas estatísticas da ONU.

O ACNUDH refere ainda que "a maioria das baixas civis foi causada pela utilização de armas explosivas com uma ampla área de impacto, incluindo bombardeamentos de artilharia pesada e sistemas de lançamento múltiplo de `rockets`, e por ataques aéreos e de mísseis".

(Agência Lusa)

17h03 - Espanha apreende iate “Tango” de olicarga próximo de Putin

A embarcação foi apreendida pela polícia nas ilhas Baleares a pedido dos Estados Unidos, anunciaram as autoridades espanholas e norte-americanas.

A operação desenrolou-se em Palma de Maiorca, com agentes da Guardia Civil de Espanha coadjuvados por agentes federais americanos do FBI e da Segurança Interna dos EUA, no quadro de uma carta rogatória dos Estados Unidos, referiu em comunicado a Guardia Civil.

Batizado “Tango” o iate de 78 metros de comprimento, estimado em 90 milhões de euros, “é propriedade do multimilionário russo Viktor Vekselberg” acrescentou. Vekselberg é considerado próximo do presidente russo.

A polícia espanhola acrescentou que no navio foram também apreendidos  documentos e equipamentos de armazenamento de dados.

16h51 - Equipa da Cruz Vermelha retida em Manhush

Uma equipa do Comité Internacional da Cruz Vermelha foi impedida de prosseguir uma tentativa de chegar a Mariupol para retirar civis e está retida na cidade vizinha “de Manhush a 20 quilómetros a ocidente de Mariupol” e controlada pelos russos, afirmou à agência Reuters o porta-voz do CICV.

Jason Straziuso acrescentou que a equipa foi retida pela polícia mas “não se trata de uma tomada de reféns”, sublinhou sem mais detalhes.

16h37 - Pentágono não confirma nem refuta atrocidades em Bucha

Os militares norte-americanos não conseguem confirmar de forma independente as alegações ucranianas de massacres em Bucha executados por forças russas contra a população civil.

A mesma fonte sublinhou contudo à Agência Reuters que não há também razões para duvidar dos relatos.

"Estamos a ver as mesmas imagens que vocês. Não temos contudo quaisquer razões para refutar as alegações ucranianas sobre estas atrocidades - claramente profundamente, profundamente perturbadoras", afirmou sob anonimato.

"O Pentágono não o consegue confirmar de forma independente e sózinho mas também não estamos em posição de refutar as alegações", referiu.

O Kremlin nega todas as acusações de assassínio sumário na cidade e aponta o dedo aos próprios ucranianos.

16h27 - Reino Unido quer expulsar Rússia do Conselho dos Direitos Humanos

Após os EUA, a secretária dos Negócios Estrangeiros do Reino Unido, Liz Truss, defendeu que a Rússia tem de ser suspensa do Conselho das Nações Unidas para os Direitos Humanos após a descoberta de centenas de corpos de civis executados e torturados em Bucha.

“Dadas as fortes provas de crimes de guerra, incluindo relatos de valas comuns e horrenda carnificina em Bucha, a Rússia não pode manter-se membro do Conselho de Direitos Humanos da ONU”, referiu Truss na rede Twitter. “A Rússia tem de ser suspensa”.
A responsável britânica está na Polónia para estudar com o seu homólogo ucraniano Dmytro Kuleba o agravamento das sanções europeias contra a Rússia.

16h18 - Tropas russas abandonaram Zytomyr

O governador da região de Zytomyr, no norte da Ucrânia a leste de Kiev e perto da fronteira com a Bielorrússia, anunciou que já não há tropas russas na área.

“Retiraram, deixando parte dos seus veículos e parte das suas munições”, afirmou Vitaly Bunechko nas redes sociais.

16h10 - Governo israelita sobre Busha: tomar populações civis como alvo é "crime de guerra"

O ministro israelita dos Negócios Estrangeiros condenou a Rússia, atribuindo-lhe o massacre de Busha e declarando, genericamente, que "causar intencionalmente dano a uma população civil é um crime de guerra".

O chefe da diplomacia israelita, Yair Lapid, manifestou-se sobre os massacres de Busha na noite de domingo através de um tweet, que constitui uma inovação do ponto de vista da política externa israelita.

16h00 - Ucrânia acusa Rússia de “tratamento inumano” de prisioneiros de Guerra

Os soldados ucranianos capturados pelo exército russo e recentemente libertados denunciaram terem sofrido “tratamentos inumanos” em cativeiro, afirmou Lioudmila Denissova, reposnsável pela pasta dos Direitos Humanos no Parlamento ucraniano.

“Os soldados ucraniano relataram oo tratamento inumano que sofreram da parte da Rússia” denunciou a responsável nas redes sociais, referindo nomeadamente maus tratos-físicos.

15h56 - Joe Biden exige “processo por crimes de guerra” após Bucha

O Presidente norte-americano Joe Biden exigiu a abertura de um “processo de crimes de guerra” após a descoberta em Bucha, arredores de Kiev, de centenas de corpos civis executados e abandonados nas ruas.

No regresso a Washington após um fim-de-semana em família no Delaware, Biden afirmou ainda aos jornalistas querer “ sanções suplementares” contra a Rússia


15h48 - Lituânia expulsa embaixador da Rússia

O país báltico espera uma rápida retaliação por parte da Rússia.

O ministro dos Negócios Estrangeiros da Lituânia, Gabrielius Landsbergis, expliocu que a expulsão do embaixador se deveu às atrocidades cometidas pelos soldados russos e à invasão da Ucrânia.

“Em resposta à agressão militar da Rússia contra a Ucrânia soberana e às atrocidades cometidas pelas forças armadas russas em diversas cidades ucranianas ocupadas, incluindo o horrendo massacre de Bucha, o governo lituano decidiu reduzir a representação diplomática e o embaixador da Federação da Rússia deverá deixar a Lituânia”, declarou Landsbergis.

Maria Zakharova, porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros da Rússia respondeu que a Lituânia irá sofrer retaliações.

“Não terão de esperar muito tempo”, afirmou.

15h33 - Apelo à fuga urgente da população civil do Donbass

O governador da administração-civil da região de Donetks, Pavlo Kyrylenko, aconselhou a população civil do Donbass controlada pela Ucrânia a fugir para trás das linhas de combate o mais depressa possível.

O exército ucraniano prepara-se para enfrentar as forças russas presentes no Donbass, revelou o governador durante uma conferência de imprensa em Kramatorsk.

“A situação mais difícil abrange Izium [localidade conquistada pelos russos, vizinha de Kharkiv] onde esperamos um agravamento da situação”, disse Kyrylenko. “Mantemos firmemente todo o território”, garantiu “mas a situação é tensa em todo o lado”.

“O inimigo bombardeia tudo”, acrescentou o responsável. “Inúmeras localidades ao longo da linha de demarcação foram destruídas pelos bombardeamentos.”

15h20 - Zelensky visita Bucha onde acusa Rússia de massacre e genocídio

O presidente da Ucrânia deslocou-se esta segunda-feira à cidade de Bucha, nos arredores de Kiev, onde foram encontradas dezenas de corpos de civis nas ruas.

Volodymyr Zelenski acusa os russos do massacre e de genocídio, mas afirma que as negociações para encontrar a paz têm de continuar.

14h59 - Von der Leyen anuncia investigação para punir “perpetradores de crimes hediondos”

A presidente da Comissão Europeia anunciou esta segunda-feira uma investigação da União Europeia a alegados crimes cometidos em Bucha e noutras cidades ucranianas pelas tropas russas, salientando que os “perpetradores de crimes hediondos não podem ficar impunes”.

“Esta tarde falei com o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, sobre os terríveis assassínios que foram descobertos em Busha e noutras áreas de onde as tropas russas saíram recentemente. Transmiti-lhe as minhas condolências e assegurei-lhe o total apoio da Comissão Europeia nestes tempos terríveis”, afirma Ursula von der Leyen, numa declaração publicada esta segunda-feira.

Vincando que “os perpetradores destes crimes hediondos não podem ficar impunes”, a líder do executivo comunitário anuncia que “a UE criou uma equipa de investigação conjunta com a Ucrânia para recolher provas e investigar crimes de guerra e crimes contra a humanidade”.

“As imagens angustiantes não podem e não serão deixadas sem resposta”, salienta.

(agência Lusa)

14h30 - Mariupol. 90% da cidade está destruída

O prefeito de Mariupol, Vadim Boitchenko, disse esta segunda-feira que 90 por cento da cidade está destruída e que 40 por cento da infraestrutura destruída é "irrecuperável".

O autarca refere ainda que 130 mil pessoas continuam retidas em Mariupol. 

14h15 - "Habitantes dizem que por muitos dias houve corpos nas ruas"

Os enviados especiais da RTP estiveram na cidade de ucraniana de Bucha, onde foram encontrados corpos de civis, na sequência do recuo das tropas russas.

14h10 - Deslocados devem adiar regresso a Kiev, diz autarca

O prefeito de Kiev, Vitaliy Klitschko, aconselha os deslocados que residiam em Kiev adiem o regresso à capital ucraniana por mais alguns dias.

"Em primeiro lugar, existe neste momento um recolher obrigatório de 24 horas na região de Kiev. Para além disso, em certas cidades à volta de Kiev, é provável que os ocupantes russos tenham deixado para trás minas terrestres, e provavelmente há muitas destas munições que ainda não foram detonadas", refere o autarca.

14h03 - Zelensky diz que ações das forças russas em Bucha dificultam negociações

O presidente ucraniano disse esta segunda-feira que que as atrocidades atribuídas às forças russas dificultam as negociações em curso.

"Estes são crimes de guerra e vão ser reconhecidos no mundo como genocídio", acrescentou Volodymyr Zelensky, que esteve em Bucha esta manhã.

13h46 - Alta Comissária da ONU para os Direitos Humanos "horrorizada" com imagens de Bucha

Michelle Bachelet, alta comissária das Nações Unidas para os Direitos Humanos, diz sentir-se "horrorizada" com as imagens de civis mortos nas ruas da cidade de Bucha.

Em comunicado citado pela agência France Presse, a responsável salienta que todos os corpos encontrados terão de ser exumados e identificados para investigar eventuais crimes de guerra.

"É fundamental que todos os corpos sejam exumados e identificados para que as famílias das vítimas sejam informadas e as causas exatas de morte sejam apuradas", vinca a responsável.

Bachelet refere que a ONU ainda não conseguiu verificar os números ou informações avançadas no domingo pelas autoridades ucranianas, mas pede investigações independentes sobre os eventos relatados.

"É vital que todos os esforços sejam feitos para garantir que há investigações independentes e eficazes sobre o que aconteceu em Bucha, de forma a garantir a verdade, justiça e responsabilidade, bem como reparações e soluções para as vítimas e as respetivas famílias", refere.

As provas de massacres em Busha e Kiev têm de ser preservadas, defende.

13h23 - Rússia impõe restrições de vistos a cidadãos de "países hostis"

O presidente russo assinou esta segunda-feira um decreto que introduz novas restrições de vistos para cidadãos de países considerados "hostis".

Desta forma, Putin suspende o regime simplificado de emissão de vistos russos com alguns países da União Europeia e ainda Noruega, Suíça, Dinamarca e Islândia.

O Ministério russo dos Negócios Estrangeiros fica ainda sob ordens para introduzir novas restrições à entrada de "cidadãos estrangeiros e apátridas que cometam ações hostis contra a Rússia, os seus cidadãos ou as suas entidades legais", vindos de países como a Ucrânia, União Europeia, Reino Unido, Estados Unidos ou Canadá. 

As medidas de retaliação tomadas por Moscovo afetarão delegações oficiais e jornalistas, explicou o Kremlin, em comunicado, referindo que o decreto presidencial ordena a suspensão parcial do acordo de simplificação de vistos assinado com a UE em 25 de maio de 2006.

Com esta medida, fica restringida a emissão de vistos múltiplos com validade de um ano para delegações oficiais e jornalistas, bem como vistos múltiplos com validade de cinco anos para membros de governos nacionais e regionais, parlamentos e tribunais.

A partir de agora, diplomatas dos países abrangidos pelas sanções deixam de poder entrar no território russo sem visto.

13h20 - SEF já concedeu 26.950 pedidos de proteção temporária

O Serviço de Estrangeiros e Fronteiras informa esta segunda-feira que já concedeu 26.950 pedidos de proteção temporária a cidadãos ucranianos e a cidadãos estrangeiros que residem naquele país.

Destes cidadãos que chegaram a Portugal desde o início da guerra, 9.558 são menores

12h59 - Rússia alerta contra eventual colocação de armas nucleares na Polónia

A Rússia alertou esta segunda-feira para a eventual colocação de armas nucleares dos Estados Unidos no território da Polónia, uma hipótese avançada pelo vice-primeiro-ministro polaco Jaroslaw Kaczynski.

Em conferência de imprensa, o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, alerta que tal decisão levaria "a um aumento ainda maior da tensão no continente".

No domingo, o responsável polaco referiu ao jornal alemão Die Welt que Varsóvia está disponível para acolher ogivas nucleares norte-americanas. Kaczynski propôs também o aumento da presença de tropas norte-americanas na Europa, nomeadamente nos países de leste.

12h46 - Cruz Vermelha não consegue chegar a Mariupol

De acordo com o porta-voz Jason Sraziuso, uma equipa da Cruz Vermelha não conseguiu chegar a Mariupol esta segunda-feira por questões de segurança. A equipa está a tentar alcançar a cidade para retirar os civis que continuam retidos.  Serão mais de uma centena.

Na televisão estatal da Ucrânia a vice-primeira ministra ucraniana Iryna Vereshchuks acusou as forças russas de estarem a bloquear os esforços da Cruz Vermelha.

12h38 - EUA querem suspender a Rússia do Conselho de Direitos Humanos

Os Estados Unidos vão pedir à Assembleia Geral da ONU que suspenda a Rússia do Conselho de Direitos Humanos, revelou a embaixadora norte-americana nas Nações Unidas, Linda Thomas-Greenfield.

O pedido surge depois de a Ucrânia ter acusado as tropas russas de matarem dezenas de civis na cidade de Bucha.

12h21 - Tropas russas já não ocupam Sumy

O governador de Sumy revelou que as forças russas já não ocupam nenhuma cidade ou aldeia da região e que se tinham retirado.

Segundo Dmytro Zhyvytskyi, as tropas ucranianas estão a trabalhar para retirar as poucas forças russas que restam.

O governador afirmou ainda que as tropas russas abandonaram muito equipamento militar na região ucraniana de Sumy, que fica na fronteira com a Bielorrússia.

12h06 - Mais de 4,2 milhões de refugiados

Segundo a Organização Internacional para as Migrações da ONU (ACNUR) 4.215.047 pessoas tiveram de fugir da Ucrânia desde a invasão russa. Nas últimas 24 horas foram contabilizados 38.646 refugiados.

Cerca de 90 por cento dos refugiados são mulheres e crianças, uma vez que as autoridades ucranianas não permitem a saída de homens em idade militar.

A ONU estima que existam quase 6,5 milhões de pessoas deslocadas internamente.

11h53 - Alemanha descarta embargo imediato à energia russa mas sublinha diminuição da dependência

O ministro alemão da Economia, Robert Habeck, afirmou esta segunda-feira que Berlim não irá impor um embargo imediato à energia russa. "Estamos no bom rumo e esta semana vamos avançar ainda mais. Estamos a trabalhar para a independência do gás, carvão e petróleo russos".

Habeck destaca que a Alemanha reduziu de 35 por cento para 25 por cento a sua dependência em relação ao petróleo alemão. Já em relação ao gás natural, a dependência alemã passou de 55 por cento para 40 por cento.

O responsável anunciou que serão determinadas novas sanções ainda esta semana em resposta ao massacre de civis em Bucha.

11h31 - Nova tentativa de retirada de cidadãos em Mariupol e Lugansk

As autoridades ucranianas reabriram vários corredores humanitários esta segunda-feira com o objetivo de tentar retirar civis de áreas cercadas e bombardeadas pelo exército russo. 

Destaque para a situação em Mariupol, onde mais de 100 mil pessoas estão há várias semanas praticamente sem alimentos, água ou ouros bens essenciais. Estes civis serão encaminhados para a cidade de Zaporizhia, segundo adiantou a vice-primeira-ministra da Ucrânia, Iryna Vereshchuk.

De acordo com a governante, desde domingo 15 autocarros já conseguiram partir de Mariupol rumo a Zaporizhia e quase 500 habitantes abandonaram a cidade em viaturas particulares.

Kiev também pretende retirar habitantes das cidades de Severodonetsk, Popasna, Lysychansk e Rubizhne, em Lugansk, no leste do país.

11h18 - "Ataque falso". MNE russo acusa Ucrânia de "encenação"

O ministro russo dos Negócios Estrangeiros, Sergei Lavrov, considerou esta segunda-feira que o que aconteceu na cidade de Bucha foi um "ataque falso", planeado de forma a prejudicar Moscovo.

Citado pela agência TASS, Lavrov refere que a disposição dos cadáveres nas ruas de Bucha foi "encenada" e que as imagens divulgadas pela Ucrânia e pela comunidade internacional dão uma versão falsa dos eventos ocorridos na Ucrânia.

10h47 - Kremlin nega alegações ucranianas sobre Bucha

O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, rejeita as acusações de massacre de civis na cidade de Bucha, considerando que as alegações da Ucrânia sobre o tema devem ser analisadas. 

Em declarações aos jornalistas, Peskov referiu hoje que a cronologia de factos e eventos em Bucha não corroboram a versão ucraniana e pediu aos líderes internacionais para que não avancem com julgamentos sumários.

O responsável afirmou ainda que Moscovo vai continuar os esforços para convocar uma reunião do Conselho de Segurança da ONU sobre o que designa de "provocações ucranianas".

10h33 – Alemanha a caminho de “embargo” energético contra a Rússia

O ministro alemão da Economia, Robert Habeck, disse esta segunda-feira que o país está a caminhar para um “embargo” energético contra a Rússia.

Questionado sobre as mortes de civis na Ucrânia e imagens recentes de massacres em Bucha, Habeck responde que a Alemanha está pronta a apoiar um embargo de energia contra a Rússia.

"Estamos a trabalhar todos os dias para criar as condições e os passos para um embargo. Esse é, na opinião do governo federal e também na minha opinião, o caminho certo que irá prejudicar Putin”, afirmou Habeck em conferência de imprensa.

10h19 - "Putin nunca irá quebrar o espírito do povo ucraniano"

O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, publicou esta segunda-feira um vídeo no Twitter onde reitera o apoio do Reino Unido à Ucrânia.

"Putin nunca irá quebrar o espírito do povo ucraniano ou conquistar a sua pátria. A Ucrânia vai erguer-se de novo e ocupar de novo o seu lugar entre as nações livres e soberanas", afirma Johnson.

No vídeo em causa, o primeiro-ministro britânico afirma que "desde o momento em que começou a invasão russa e as tropas e tanques atravessaram a fronteira, os ucranianos defenderam a sua pátria com coragem e tenacidade invencíveis".

"Estamos perdidos de admiração pelos seus valores e patriotismo. O nosso trabalho é fazer tudo o que for possível para os apoiar", acrescenta Boris Johnson.


10h06 - Deutsche Bank alerta para recessão em caso de interrupção no abastecimento de petróleo e gás russos

Christian Sewing, presidente executivo do Deutsche Bank, afirmou esta segunda-feira que a Alemanha irá enfrentar uma situação de "recessão significativa" caso haja interrupção no fornecimento de energia.

"A situação será ainda pior se as importações ou o abastecimento de petróleo e gás natural russos forem interrompidas. Uma recessão significativa na Alemanha será praticamente inevitável", afirmou o responsável do Deutsche Bank aos jornalistas. 

Refere que o recurso a medidas governamentais para o apoio às empresas seria "ainda mais urgente" e que o Banco Central Europeu deve agir para conter a inflação.

10h01 - UE discute com "urgência" novas sanções contra Moscovo

O chefe da diplomacia da União Europeia anunciou hoje que os 27 Estados-membros estão a discutir com "urgência" novas sanções a aplicar à Rússia.

As novas sanções são exigidas sobretudo por França e Alemanha depois dos acontecimentos em Bucha, cidade ucraniana onde houve massacre de civis.

A União Europeia "condena nos termos mais fortes as atrocidades cometidas pelas forças russas em várias cidades ucranianas ocupadas que agora foram libertadas", afirma Josep Borrell em comunicado.

9h53 - Irpin em escombros

A cidade de Irpin está sem água e sem luz e ainda bastante insegura dadas as operações de limpeza de minas e explosivos. A companhia de abastecimento de água foi destruída. Os quatro mil habitantes que permaneceram na cidade têm vivido em abrigos subterrâneos. Fotografias captadas pelo repórter da RTP David Araújo.

9h37 - Depois de Bucha, Alemanha apela a novas sanções da UE sobre gás russo

A ministra alemã da Defesa, Christine Lambrecht, defende que a União Europeia deve discutir a proibição de importação de gás russo.

A responsável diz que essa deve ser a resposta coordenada por parte da UE após o massacre de civis na cidade ucraniana de Bucha.

"Deve haver uma reação. Crimes assim não devem ficar sem resposta", refere a ministra alemã em entrevista à televisão ARD.

Com vários países profundamente dependentes da Rússia em termos energéticos, nomeadamente a própria Alemanha, a União Europeia tem resistido aos apelos para a aplicação de embargos ao gás e petróleo russos desde o início da guerra.

9h05 - Rússia lança investigação sobre "provocação" ucraniana em Bucha

Alexander Bastrykin, chefe do Comité de Investigação da Rússia, ordenou esta segunda-feira uma investigação contra a "provocação" ucraniana com a morte de civis em Bucha.

Segundo a agência Reuters, o responsável ordenou a abertura da investigação, alegando que Kiev espalhou "infromações deliberadamente falsas" sobre a ação das forças russas em Bucha.

8h53 - Polónia acusa Alemanha de ser "o principal obstáculo" a novas sanções

O primeiro-ministro polaco, Mateusz Morawiecki, disse esta segunda-feira que Berlim constitui o principal obstáculo, no contexto da União Europeia, à aplicação de novas sanções contra a Rússia.

Questionado pela agência Reuters sobre o impacto da vitória de Viktor Orbán nas eleições húngaras, no último domingo, o primeiro-ministro da Polónia afirmou que "é a Alemanha que é o principal obstáculo às sanções".

"A Hungria apoia as sanções", refere Varsóvia.

8h48 - Zelensky desafia Merkel e Sarkozy a irem a Bucha

Volodymyr Zelensky desafiou Angela Merkel e Nicolas Sarkozy a irem a Bucha "ver o resultado da política de concessões à Rússia durante 14 anos".

Perante as imagens de massacre, o Presidente ucraniano chamou aos militares russos "assassinos, carrascos e violadores".
8h32 - Tropas russas retiram-se de Sumy

O Exército russo iniciou no domingo a retirada da região de Sumy, no nordeste da Ucrânia. A informação foi avançada esta segunda-feira pelo chefe da administração militar ucraniana de Sumy, Dimitro Zhivitski.

Konotop, incluindo nas comunidades de Putivl, Buryn, Novo-Slobidskaya e Popivska, avançou a emissora pública ucraniana Suspilne.

Nos últimos dias, novas colunas de soldados russos tinham avançado na região de Sumy, "entrincheirando-se, aterrorizando comunidades e atirando contra civis", disse Zhivitski na plataforma Telegram.

"Vimos um grande número de batalhões a voltar para a Rússia, com a nossa artilharia a persegui-los. As Forças Armadas ucranianas e a defesa territorial empurraram-nos por toda a região de Chernigov", perto da fronteira com a Bielorrússia, disse o líder militar.

(agência Lusa)

8h29 - EUA condenam "atrocidades cometidas pelo Kremlin"

"Condenamos de forma veemente as aparentes atrocidades cometidas pelas forças do Kremlin em Bucha e em toda a Ucrânia. Estamos a tentar responsabilizar os culpados com todas as ferramentas disponíveis, com documentação e partilha de informações", diz o secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, no Twitter.


8h02 - Macron acena com novas sanções após imagens de Bucha

O presidente francês disse esta segunda-feira que é necessário impor novas sanções contra Moscovo após as mortes de civis na cidade de Bucha, perto de Kiev.

Em entrevista à rádio France Inter, Emmanuel Macron referiu que há indicações "muito claras" de que esses "crimes de guerra" foram cometidos pelas tropas russas.

Em resposta, os "parceiros europeus" deverão agora preparar um novo pacote de sanções, em particular medidas individuais sobre o carvão e o petróleo.

"É preciso enviar um sinal de que é a nossa dignidade coletiva e os nossos valores que estamos a defender", afirmou Macron, referindo-se em específico ao que tem suceddo em Bucha e Mariupol.

7h54 - Rússia diz que imagens de civis mortos em Bucha são culpa dos EUA

O Ministério russo dos Negócios Estrangeiros defendeu hoje que as imagens de civis mortos na cidade de Bucha fazem parte de um plano dos Estados Unidos para culpar e manchar a reputação de Moscovo.

"Quem são os mestres da provocação? Os Estados Unidos e a NATO, claro", disse Maria Zakharova, porta-voz do MNE russo.

Refere ainda que a história foi "encomendada" por Washington e que a indignação imediata por parte da comunidade internacional prova que o material foi plantado pelos norte-americanos.

7h28 - Zelensky apelou à resistência ucraniana em declaração nos Grammys

O presidente russo na cerimónia dos Grammys através de um vídeo pré-gravado. “Os nossos músicos usam coletes à prova de bala em vez de fatos de gala. Na nossa terra, estamos a lutar contra a Rússia, que traz um horrível silêncio com as suas bombas. O silêncio da morte”, afirmou.

Na cerimónia de entrega dos prémios de música, Volodymyr Zelensky apelou aos músicos e celebridades presentes para que "contem a história" do que se passa na Ucrânia através das redes sociais e televisão.


Ponto da situação
  • Kiev acusa as tropas russas de cometerem crimes de guerra e um "massacre" em Bucha, uma cidade que fica a 30 quilómetros de Kiev. No domingo, após a reconquista da cidade por parte de tropas ucranianas, foram encontrados os corpos de civis nas ruas e valas comuns.

  • De acordo com as autoridades locais, foram encontrados 410 corpos e 140 já foram examinados. A comunidade internacional está a reagir aos últimos desenvolvimentos e exige uma investigação. Moscovo nega as acusações de massacre de civis e diz que esta é mais uma "performance por parte do regime" em Kiev.

  • O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, condenou as tropas russas pelo que considera um "genocídio", afirmando que são "carniceiros", "torturadores" e "violadores". Acrescentou que os ucranianos não querem ser subjugados pelos russos e que por isso estão a ser exterminados.

  • Um ataque à cidade de Kharkiv, no domingo, fez pelo menos sete mortos e 34 feridos. Também no domingo, os mísseis russos destruíram importantes depósitos de combustíveis para as tropas ucranianas, localizados em Odessa. Não houve registo de vítimas destes ataques.