Tensão crescente entre NATO e Moscovo. Caças alemães e suecos acionados após avião militar russo sobrevoar o Mar Báltico

por Rachel Mestre Mesquita - RTP
Forças Armadas da Suécia via Reuters

Jatos de combate alemães e suecos foram acionados este domingo para intercetar um avião de reconhecimento russo que entrou no espaço aéreo internacional sobre o Mar Báltico durante a manhã, anunciaram Berlim e Estocolmo. Trata-se da mais recente incursão aérea por parte da Rússia após vários drones e aeronaves militares terem entrado sem autorização no espaço aéreo da NATO no último mês.

Na sequência do mais recente de sucessivos atos considerados provocadores por parte do Kremlin, a NATO ordenou que a “força de alerta de reação rápida” da Alemanha investigasse uma aeronave não identificada que entrou no espaço aéreo internacional sobre o Mar Báltico no domingo de manhã, segundo as autoridades alemães. Tratava-se de um de avião de reconhecimento russo IL-20M que desligou os seus “transponders” e ignorou os pedidos para estabelecer contacto. 



"A aeronave acabou por ser um avião de reconhecimento russo IL-20M. Após identificá-la visualmente, a Bundeswehr (Forças Armadas alemãs) entregou a escolta aos nossos parceiros suecos da NATO @SwedenNato e retornou a Rostock-Laage”, anunciou a Delegação da Alemanha na OTAN numa publicação na rede social X.

A informação foi confirmada pela Força Aérea sueca que afirmou que os seus caças estavam “a identificar e a monitorizar uma aeronave de reconhecimento russa IL-20 no espaço aéreo internacional”.
Aumento da tensão entre NATO e Rússia
Trata-se da mais recente incursão aérea por parte da Rússia após vários drones e aeronaves militares russas terem entrado sem autorização no espaço aéreo da NATO no último mês, e acontece logo depois de a Estónia ter anunciado uma reunião de emergência do Conselho de Segurança da ONU após três caças russos MiG-31 terem violado o seu espaço aéreo no Golfo da Finlândia. Moscovo negou essa acusação.

O primeiro-ministro da Estónia, Kristen Michal, invocou o Artigo 4.º da NATO, que permite aos membros da aliança realizar consultas com os aliados quando qualquer Estado acredita estar sob ameaça, à semelhança do que fez a Polónia dias antes.

Segundo o ministro estónio da Defesa, Hanno Pevkur, as ações russas pretendem desviar as atenções da Ucrânia: “É exatamente isso que a Rússia quer: desviar a nossa atenção de ajudar a Ucrânia e concentrar-nos no nosso próprio quintal. Esse é o objetivo principal”, afirmou.

Já o chefe da diplomacia estónia, Margus Tsahkna, considerou que a violação do espaço aéreo da Estónia era “parte de um padrão mais amplo de escalada por parte da Rússia, tanto a nível regional como global”, após sucessivas violações do espaço aéreo polaco e romeno: “Este comportamento requer uma resposta internacional”, declarou.
Trump promete ajudar países da NATO
Questionado sobre o incidente no Mar Báltico no domingo, Donald Trump admitiu que os Estados Unidos poderiam apoiar a Polónia e os países do Báltico na defesa face à ameaça russa, caso Moscovo viesse a intensificara a atividade militar na região."Sim, eu ajudaria, eu ajudaria", respondeu o presidente americano.

Após o incidente na Estónia na sexta-feira, o presidente dos Estados Unidos afirmou “não gostar” da incursão militar aérea russa que já visou quatro membros da NATO e admitiu que “pode ser um grande problema”.

“Bem, não gosto disso. Não gosto quando isso acontece. Pode ser um grande problema”, afirmou Donald Trump.
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