O presidente russo, Vladimir Putin, fez uma visita supresa a Kursk na quarta-feira e ordenou aos militares russos que "libertassem totalmente" a região, de acordo com os meios de comunicação russos.
Do lado de Kiev, o chefe das Forças Armadas da Ucrânia, Oleksandr Syrsky, confirmou que algumas das suas tropas estavam a retirar-se de Kursk, enquanto o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky afirmou que o país está a intensificar esforços diplomáticos para "criar todas as condições necessárias para pressionar a Rússia e alcançar uma paz real".
Em cima da mesa das negociações está um possível acordo de cessar-fogo de 30 dias na Ucrânia, acordado esta terça-feira entre Donald Trump e Volodymyr Zelensky, e sobre o qual o Kremlin ainda não se pronunciou. O presidente dos EUA, Donald Trump, disse ter recebido "mensagens positivas" vindas do Kremlin sobre a possibilidade um cessar-fogo.
A Rússia disse esta manhã estar pronta para discutir a iniciativa de paz sobre a Ucrânia com os Estados Unidos já esta quinta-feira, de acordo com a porta-voz do ministério das Relações Exteriores da Rússia, Maria Zakharova.
Plano de Trump para a paz em 100 dias é "impossível"
No entanto, um relatório confidencial preparado para o Kremlin, por um grupo de reflexão sediado em Moscovo, sugere que a Rússia não tem interesse numa paz antecipada, considerando o plano de Donald Trump para resolver o conflito na Ucrânia em 100 dias de "impossível" e que Trump "não parece compreender" a complexidade da situação, de acordo com o
Washington Post.
O documento, elaborado em fevereiro, argumenta que "uma resolução pacífica da guerra na Ucrânia não pode acontecer antes de 2026" e aponta para exigências extremas para qualquer acordo de paz, entre elas a criação de uma zona tampão no nordeste da Ucrânia, fronteira com Belgorod e Bryansk, além de uma zona desmilitarizada no sul, próximo da Crimeia e um desmantelamento total do atual Governo ucraniano.
"O atual regime de Kiev não pode ser alterado a partir do interior
do país. É necessário o seu desmantelamento total”, afirma o relatório.
O documento também rejeita a entrada de forças de manutenção da paz e insiste no reconhecimento da soberania russa sobre os territórios ocupados.
Questionado sobre as recomendações deste relatório, o porta-voz do Kremlin Dmitry Peskov disse não estar a par dessas recomendações.
c/ agências