Especial
Crise política. Presidente da República vai falar ao país após reunião do Conselho de Estado

Kremlin afirma que região de Kursk está prestes a ser reconquistada

por Rachel Mestre Mesquita -RTP
Russian Pool via Reuters

Com a equipa dos EUA a caminho de Moscovo para conversações sobre a possibilidade de um acordo cessar-fogo de 30 dias, o Kremlin anunciou que as tropas russas informaram na quarta-feira Vladimir Putin de que estão perto de expulsar as forças ucranianas da parte da região fronteiriça de Kursk, a oeste do país, que Kiev tomou do outro lado da fronteira em agosto. Esta quinta-feira de manhã o exército russo disse que as suas tropas retomaram o controlo de Sudzha, uma cidade importante na região.

O presidente russo, Vladimir Putin, fez uma visita supresa a Kursk na quarta-feira e ordenou aos militares russos que "libertassem totalmente" a região, de acordo com os meios de comunicação russos.

Do lado de Kiev, o chefe das Forças Armadas da Ucrânia, Oleksandr Syrsky, confirmou que algumas das suas tropas estavam a retirar-se de Kursk, enquanto o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky afirmou que o país está a intensificar esforços diplomáticos para "criar todas as condições necessárias para pressionar a Rússia e alcançar uma paz real".

Em cima da mesa das negociações está um possível acordo de cessar-fogo de 30 dias na Ucrânia, acordado esta terça-feira entre Donald Trump e Volodymyr Zelensky, e sobre o qual o Kremlin ainda não se pronunciou. O presidente dos EUA, Donald Trump, disse ter recebido "mensagens positivas" vindas do Kremlin sobre a possibilidade um cessar-fogo.

A Rússia disse esta manhã estar pronta para discutir a iniciativa de paz sobre a Ucrânia com os Estados Unidos já esta quinta-feira, de acordo com a porta-voz do ministério das Relações Exteriores da Rússia, Maria Zakharova.
Plano de Trump para a paz em 100 dias é "impossível" 

No entanto, um relatório confidencial preparado para o Kremlin, por um grupo de reflexão sediado em Moscovo, sugere que a Rússia não tem interesse numa paz antecipada, considerando o plano de Donald Trump para resolver o conflito na Ucrânia em 100 dias de "impossível" e que Trump "não parece compreender" a complexidade da situação, de acordo com o Washington Post

O documento, elaborado em fevereiro, argumenta que "uma resolução pacífica da guerra na Ucrânia não pode acontecer antes de 2026" e aponta para exigências extremas para qualquer acordo de paz, entre elas a criação de uma zona tampão no nordeste da Ucrânia, fronteira com Belgorod e Bryansk, além de uma zona desmilitarizada no sul, próximo da Crimeia e um desmantelamento total do atual Governo ucraniano. 

"O atual regime de Kiev não pode ser alterado a partir do interior do país. É necessário o seu desmantelamento total”, afirma o relatório.

O documento também rejeita a entrada de forças de manutenção da paz e insiste no reconhecimento da soberania russa sobre os territórios ocupados.

Questionado sobre as recomendações deste relatório, o porta-voz do Kremlin Dmitry Peskov disse não estar a par dessas recomendações.

c/ agências 
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