Kim Jong-un acusa Ocidente de alimentar guerra na Ucrânia

por Lusa
Kim Jong-un esteve reunido com comandantes e instrutores militares KCNA via Reuters

Kim Jong-un acusou o Ocidente de provocar a guerra na Ucrânia para expandir "o seu intervencionismo militar a todo o mundo", informou a agência noticiosa KCNA, numa altura em que Pyongyang enviou tropas para apoiar Moscovo.

"Devemos considerar a guerra contra a Rússia, que os Estados Unidos e o Ocidente estão a travar, enviando a Ucrânia como guarda avançada, como uma guerra para aumentar a sua experiência prática", disse o líder da Coreia do Norte.

Kim falava em Pyongyang, durante uma conferência de comandantes e instrutores militares, num discurso tornado público pela agência de notícias oficial norte-coreana KCNA.

"À medida que os belicistas dos EUA continuam a prestar apoio militar à Ucrânia e a Israel, mais países são apanhados na guerra e a situação de segurança internacional torna-se mais perigosa, aumentando a ansiedade de que a Terceira Guerra Mundial possa eclodir", disse o chefe de Estado.

Kim não mencionou os cerca de 11 mil soldados que, de acordo com a Ucrânia e alguns dos aliados de Kiev, a Coreia do Norte já enviou para a Rússia.

Aliança tripartida contra a Coreia do Norte

Por outro lado, o líder da Coreia do Norte acusou a aliança militar entre a Coreia do Sul, o Japão e os Estados Unidos de ameaçar a paz e a estabilidade na Ásia-Pacífico e na península coreana, através da realização de manobras militares conjuntas e do envio de armas estratégicas.

Kim defendeu que os três procuram formar uma "NATO asiática" ao mesmo tempo que arrastam membros da Aliança Atlântica e outros aliados para a região.

"Em suma, a aliança militar liderada pelos EUA está a expandir-se para um âmbito mais amplo que abrange a Europa e a região Ásia-Pacífico, e o peso da sua agressão está a ser concentrado em nada menos que o nosso país, o inimigo hostil e beligerante mais antigo dos Estados Unidos", disse o chefe de Estado.

Kim considerou necessário continuar a reforçar a defesa da Coreia do Norte face à possibilidade, sempre presente, de eclosão de um conflito.

"Deixem-me enfatizar mais uma vez que a tarefa mais importante e vital para as nossas Forças Armadas é a guerra, a preparação para enfrentar a guerra", disse o líder.

Kim garantiu que a Coreia do Norte continuará a "reforçar o poder de autodefesa do país focado nas armas nucleares".

 

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