A Ucrânia suspeita que a Rússia esteja por trás do envenenamento da mulher do líder da `secreta` militar ucraniana, afirmou hoje o porta-voz desta estrutura, Andrii Yussov.
"Esta é a hipótese principal", declarou Yussov, citado pela agência France-Presse (AFP), garantindo que se tratou de um envenenamento deliberado por metais pesados e não de um acidente.
De acordo com Yussov, "o alvo" do envenenamento foi Marianna Budanova, e não o seu marido. "É simplesmente impossível chegar diretamente ao comandante (Boudanov) desta forma", frisou o porta-voz.
Budanova foi hospitalizada "há mais de uma semana", acrescentou Youssov. No entanto, é impossível estabelecer a data exata do envenenamento porque "o atentado pode ter sido prolongado no tempo", afirmou o porta-voz.
Yussov confirmou as informações da imprensa de que vestígios de metais pesados foram descobertos em "vários" colaboradores da inteligência militar, sem dar detalhes.
Marianna Budanova é mulher de Kyrylo Budanov, chefe da secreta militar da Ucrânia, conhecida pela sigla local GUR, e está em tratamento hospitalar.
Inicialmente, Andrii Yusov não forneceu mais detalhes sobre o caso, nem disse quem poderia estar por trás da tentativa de envenenamento.
No início do ano, o porta-voz disse à imprensa ucraniana que Budanov tinha sobrevivido a dez tentativas de assassínio levadas a cabo pelo FSB, o serviço de segurança do Estado russo, que invadiu a Ucrânia em fevereiro de 2022.
Budanov tinha dito anteriormente à imprensa local que a sua mulher mora com ele no seu escritório, o que poderia sugerir que era ele o alvo do envenenamento, mas também houve especulações de comentadores russos, sugerindo que o líder da secreta estaria a ser vítima de lutas internas na Ucrânia.
A imprensa ucraniana, citando fontes no GUR, informou que Budanova está atualmente hospitalizada em Kiev.
A natureza exata dos metais pesados que causaram o envenenamento não foi divulgada. No entanto, os meios de comunicação social locais afirmaram que os metais não foram utilizados domesticamente ou em equipamento militar, pelo que os representantes do GUR presumem que o envenenamento foi realizado intencionalmente, possivelmente através de alimentos ou bebidas.