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Guerra na Ucrânia. Washington visa Moscovo com novo pacote de sanções

por RTP
“Estamos a aumentar o risco para instituições financeiras envolvidas com a economia de guerra russa”, aponta Janet Yellen, secretária do Tesouro dos EUA. Foto: Drew Angerer - AFP

Os Estados Unidos visaram esta quarta-feira a Rússia com novo pacote de sanções visando enfraquecer a capacidade de Moscovo de se equipar junto de países terceiros para a guerra na Ucrânia. São mais de 300 as entidades atingidas numa tentativa de cortar as vias de fornecimento às forças russas de materiais e equipamentos junto de países terceiros. Moscovo já prometeu uma resposta à altura.

As sanções agora decididas pelos Departamentos do Tesouro e de Estado visam entidades localizadas na Rússia e países terceiros que cooperam com Moscovo, como China, Turquia e Emirados Árabes Unidos. Na mira de Washington estiveram a Bolsa de Valores de Moscovo e várias subsidiárias.

Os Estados Unidos esperam desta forma vir a dificultar transações de grandes quantias de dinheiro e visar também assim entidades envolvidas em projetos de gás natural liquefeito, estratégia pensada para asfixiar o esforço de guerra russo.

“As medidas hoje anunciadas visam as restantes rotas de abastecimento através das quais (a Rússia) adquire materiais e equipamentos internacionalmente, incluindo a sua dependência de fornecimentos essenciais de países terceiros”, explica em comunicado a secretária do Tesouro, Janet Yellen.

Apontando as sanções a mais de 300 entidades, incluindo a Bolsa de Valores de Moscovo, “estamos a aumentar o risco para instituições financeiras envolvidas com a economia de guerra russa, eliminando oportunidades de evasão e diminuindo a capacidade da Rússia de beneficiar do acesso a tecnologias, equipamentos, software e serviços de tecnologia de informação estrangeiros”, pode ler-se.

O anúncio surge na véspera da cimeira do G7 em Itália, durante a qual, segundo um porta-voz da Casa Branca, o presidente Joe Biden pretende mostrar a Vladimir Putin que “o tempo não está do seu lado”.

Este novo pacote de sanções tem como alvo redes transnacionais e afeta mais de 90 indivíduos e entidades a nível internacional num momento em que Washington revê o conceito de complexo militar-industrial russo, disse o Tesouro, procurando dessa forma que sejam em menor número possível os atores destas redes que escapam a sanções apesar de se saber que apoiam o esforço de guerra do Kremlin.

Moscovo já reagiu ao anúncio dos norte-americanos deixando a promessa de retaliar contra o que vê como medidas “agressivas”.

“A Rússia, como sempre nestes casos, não deixará que as ações agressivas dos Estados Unidos fiquem sem resposta”, declarou Maria Zakharova, porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros, citada pela agência TASS.
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