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Guerra na Ucrânia. A evolução do conflito ao minuto

Guerra na Ucrânia. A evolução do conflito ao minuto

por Joana Raposo Santos, Carlos Santos Neves - RTP

Depois da confirmação do primeiro ataque com mísseis de longo alcance norte-americanos contra solo russo, a Ucrânia aguarda uma retaliação que Moscovo já deu como inevitável. Acompanhamos aqui, ao minuto, o evoluir da situação no leste da Europa.

Emissão da RTP3


Maria Senovilla - EPA

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por RTP

Forças russas capturam aldeia no leste da Ucrânia

As forças russas tomaram o controlo da povoação de Illinka, na região de Donetsk, no leste da Ucrânia, informou a agência noticiosa estatal RIA esta quarta-feira, citando o Ministério da Defesa.
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por RTP

Militares ucranianos dizem ter abatido 56 drones russos e dois mísseis durante a noite

Os militares ucranianos disseram ter abatido 56 dos 122 drones e dois dos seis mísseis lançados pela Rússia durante a noite. A força aérea da Ucrânia avançou ainda que perdeu o rasto de 58 drones lançados por Moscovo, enquanto cinco drones regressaram à Rússia e um foi para a Bielorrússia.
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por Lusa

"Linhas vermelhas" do Kremlin contra "luzes verdes" do Ocidente

Valentyn Ogirenko - Reuters

Desde o início da invasão russa da Ucrânia, Moscovo tem alertado o Ocidente para "linhas vermelhas" que não poderiam ser ultrapassadas no seu apoio a Kiev, sob ameaça da escalada militar e de um conflito global com a NATO.

O caso mais recente foi a aprovação na terça-feira pelo líder do Kremlin, Vladimir Putin, de um decreto que alarga a possibilidade de utilização de armas nucleares, depois de os Estados Unidos terem autorizado Kiev a atacar solo russo com mísseis norte-americanos de longo alcance.

As ameaças de Moscovo remontam, porém, à década que antecedeu a invasão da Ucrânia, em 24 de fevereiro de 2022, a propósito de uma alegada ingerência ocidental para depor o regime ucraniano pró-russo na revolução Euromaidan em 2014, do apoio militar desde então às autoridades de Kiev e, sobretudo, da sua aspiração de aderir à NATO.
Ameaça à Rússia e sanções


No dia da invasão ucraniana, que cumpriu mil dias na terça-feira, Vladimir Putin argumentou que a sua "operação militar especial" resultava de uma "ameaça real aos interesses e à existência do Estado [russo] e da sua soberania".

O líder mencionou na ocasião que se tratava de uma "linha vermelha" há muito apontada e que tinha sido ultrapassada, numa referência concreta à expansão da NATO no leste europeu.

Alguns dias depois, o Presidente russo mandou colocar em alerta máximo as forças de dissuasão do seu Exército, que podiam incluir a componente nuclear, devido a "declarações agressivas" do Ocidente e ao anúncio de sanções contra Moscovo, que na altura comparou a "uma declaração de guerra".

Tanques modernos


Após o envio pelos aliados de Kiev de equipamento militar da era soviética, os parceiros ocidentais acabaram por ultrapassar as suas hesitações e autorizar no início de 2023 o envio de tanques modernos, que incluíram o alemão Leopard 2, o britânico Challenger 2 e o norte-americano Abrams.

Reagindo à "luz verde" de Berlim, a Embaixada russa na capital alemã advertiu que se tratava de uma medida "extremamente perigosa" e que levava o conflito para "um novo nível de confronto".

No mesmo mês, o antigo Presidente russo e número dois do Conselho de Defesa Nacional, Dmitri Medvedev, alertava que o patrocínio do Ocidente a Kiev e uma derrota da Rússia poderia transformar uma guerra convencional num conflito nuclear, numa das suas várias declarações catastrofistas e que começaram a ser pouco consideradas.

Adesão da Finlândia e Suécia à NATO


O Kremlin avisou em abril de 2023 que tomaria "contramedidas" após a adesão da Finlândia à NATO, considerando o alargamento da Aliança Atlântica como "um atentado à segurança" da Rússia e retomaria o mesmo discurso no seguimento da posterior integração da Suécia, após décadas de neutralidade de Estocolmo.

A par desta retórica, Moscovo começou a abandonar os tratados internacionais que regulam os arsenais nucleares desde a Guerra Fria, enquanto transferia armas nucleares táticas para a Bielorrússia, que faz fronteira com a Lituânia, Estónia e Polónia, três membros da NATO, além da Ucrânia.

Caças F-16


Solicitados por Kiev desde o início do conflito, os caças norte-americanos F-16 começaram a sobrevoar os céus da Ucrânia no último verão, após a formação em tempo recorde de pilotos e pessoal de terra da Força Aérea ucraniana, no âmbito de uma coligação internacional liderada por Países Baixos e Dinamarca e também integrada por Portugal.

No seguimento da "luz verde" de Washington, o Ministério dos Negócios Estrangeiros russo declarou que o uso dos F-16 aumentaria o risco de um confronto militar direto entre Moscovo e a NATO e estes caças modernos passariam a ser um alvo militar legítimo para a Rússia, "onde quer que voem".

Ataques à Rússia


Ao fim de mais de dois anos de guerra, os Estados Unidos deram em maio um aval excecional para o uso defensivo do seu armamento num raio limitado do solo russo, em consequência da invasão russa de Kharkiv, no nordeste da Ucrânia.

O acordo de Washington para salvar a segunda maior cidade ucraniana - a que se juntou também a Alemanha e o Reino Unido - levou Putin a dizer que os países ocidentais estavam "a brincar com o fogo", numa ameaça reiterada após sucessivas transferências de armamento de ataque e antiaéreo dos aliados da NATO, mas de utilização exclusiva no seu território.

Mísseis ATACMS


Num mês marcado pela eleição do republicano Donald Trump para a presidência dos Estados Unidos, levantando dúvidas sobre a continuação do apoio militar de Washington a Kiev, o Presidente cessante, Joe Biden, autorizou no domingo o uso de mísseis de longo alcance contra a Rússia.

O Kremlin já tinha considerado anteriormente que este aval era uma das suas principais "linhas vermelhas" e suscetível de uma crise nuclear.

Em reação ao anúncio norte-americano de domingo e à primeira utilização das forças ucranianas de mísseis norte-americanos de longo alcance ATACMS na região russa de Bryansk, o chefe da diplomacia de Moscovo, Serguei Lavrov, ameaçou com uma "resposta apropriada" e a uma "nova fase" da guerra.

O seu Ministério já tinha associado um eventual ataque com armas norte-americanas em território russo a uma "participação direta dos Estados Unidos e dos seus satélites", que significaria uma "mudança radical na essência e na própria natureza do conflito".

Depois do acordo de Washington, o Reino Unido e a França confrontam-se com a mesma decisão, sendo que a Alemanha já declarou que não autoriza o uso dos seus mísseis Taurus, com uma capacidade de penetração superior no dobro dos cerca de 300 quilómetros dos ATACMS.

Mas esta posição poderá mudar se o atual chanceler, Olaf Scholz, perder para a oposição as próximas legislativas, em fevereiro.

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por RTP

Kremlin diz que congelar conflito na Ucrânia não convém à Rússia

O Kremlin disse esta quarta-feira que a opção de congelar o conflito na Ucrânia não convém à Rússia, embora tenha reafirmado que o presidente Vladimir Putin está aberto a negociações.

O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, recusou-se a comentar a decisão da embaixada dos EUA em Kiev de fechar e emitir um aviso sobre um potencial "ataque aéreo significativo", remetendo a questão para o Ministério da Defesa.
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por RTP

Moscovo diz que papel da NATO nos ataques com mísseis não ficará impune

O chefe da espionagem da Rússia, Sergei Naryshkin, disse esta quarta-feira que as tentativas dos países da NATO de facilitar os ataques de mísseis ucranianos nas profundezas da Rússia não ficarão impunes, informou a agência estatal de notícias RIA.

"Os nossos inimigos têm de admitir que a determinação do presidente russo em defender firmemente os interesses fundamentais do país por todos os meios disponíveis reduz a margem de manobra de Washington e Bruxelas", declarou o responsável à revista National Defense.

"As tentativas de alguns aliados da NATO de participarem na previsão de possíveis ataques de longo alcance com armas ocidentais em território russo não ficarão impunes", acrescentou.

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por RTP

Pequim apela à "calma"

A China apelou esta quarta-feira à "calma" e à "contenção", depois de o presidente russo, Vladimir Putin, ter assinado um decreto que alarga as suas opções de utilização de armas nucleares.

"Nas atuais circunstâncias, todas as partes devem manter a calma e a contenção, trabalhando em conjunto através do diálogo e da consulta para aliviar as tensões", declarou o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros da China, Lin Jian, em conferência de imprensa.
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por RTP

Kiev confirma ataque a posto de comando russo em Belgorod

O serviço de inteligência da Ucrânia confirmou esta manhã que um posto de comando russo na cidade de Gubkin, na região de Belgorod (a cerca de 168 quilómetros da fronteira ucraniana) foi "atingido com sucesso".

Não foi especificado quem levou a cabo o ataque, quando é que ocorreu nem que tipo de armamento foi utilizado.

A informação chega um dia depois do uso de mísseis norte-americanos de longo alcance por Kiev.

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por Lusa

EUA vão fornecer minas antipessoais a Kiev

Os EUA reforçam o envio de armamento para a Ucrânia EPA

Os Estados Unidos vão fornecer à Ucrânia minas antipessoais, para reforçar a defesa do país contra a invasão lançada pela Rússia, disse um dirigente governamental norte-americano.

Washington vai enviar para Kiev "minas antipessoais não persistentes", equipadas com um dispositivo de autodestruição ou autodesativação, disse à agência de notícias France-Presse, na terça-feira à noite, a mesma fonte, que não foi identificada.

A decisão surgiu horas após fontes do Pentágono terem dito que os Estados Unidos vão enviar para a Ucrânia 275 milhões de dólares (260 milhões de euros) em novas armas, antes de Donald Trump tomar posse como Presidente dos Estados Unidos, a 20 de janeiro de 2025.

A administração de Joe Biden está a apressar-se para fazer o máximo que puder para ajudar Kiev a combater a Rússia nos dois meses que restam ao atual Presidente norte-americano, pois o pacote de ajuda está ainda por aprovar.

A última parcela de ajuda em armamento surge num momento em que crescem as preocupações sobre uma escalada no conflito, com ambos os lados a pressionar para obter qualquer vantagem que possam explorar se Trump exigir um fim rápido para a guerra, tal como o presidente eleito prometeu fazer.

Na segunda-feira, Biden autorizou a Ucrânia a disparar mísseis de longo alcance na Rússia, com o Presidente russo, Vladimir Putin, a aumentar a parada e a decretar a possibilidade de o exército da Rússia utilizar armas nucleares.

As autoridades norte-americanas afirmaram que a mudança de estratégia da Rússia na doutrina nuclear era esperada.

No entanto, Moscovo alertou na terça-feira que o novo uso do Sistema de Mísseis Táticos do Exército, conhecido como ATACMS, pela Ucrânia, dentro da Rússia poderá desencadear uma resposta forte.

 

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Ponto de situação
por RTP

Embaixada dos EUA fechada na antecipação de bombardeamento russo

  • A embaixada norte-americana na capital ucraniana está esta manhã de portas fechadas. A representação diplomática dos Estados Unidos afirma ter recebido "informações específicas" sobre um potencial ataque aéreo russo em larga escala, em retaliação pelo primeiro lançamento de mísseis de longo alcance, por parte das forças de Kiev, contra território da Federação Russa. Na rede social X, a embaixada recomenda aos cidadãos norte-americanos na Ucrânia que se preparem para procurar abrigo, caso soem os alarmes;


  • A Ucrânia lançou os primeiros mísseis de longo alcance de fabrico norte-americano contra a Rússia. Os ucranianos atacaram a região russa de Bryansk com pelo menos seis projéteis. Segundo o Ministério russo da Defesa, os fragmentos caíram numa instalação militar não especificada. Houve um incêndio, mas não provocou vitimas nem danos materiais;


  • Kiev aprovou o Orçamento para o próximo anos com uma verba sem precedentes de 60 por cento para a área da defesa e segurança;


  • No Parlamento Europeu, no dia em que se assinalaram mil dias de guerra, o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, disse que já haverá perto de 100 mil soldados norte-coreanos na fronteira;


  • O ministro russo dos Negócios Estrangeiros desafiou Donald Trump a tomar uma posição em relação à Ucrânia. Sergei Lavrov garante que Moscovo dará uma resposta adequada ao apoio militar norte-americano;


  • A Alemanha alerta que dois cabos submarinos que ligam o pais à Finlândia foram cortados num ato de sabotagem. Para já, a ministra dos Negócios Estrangeiros não acusa nenhum país. Os cabos de comunicações têm quase 1.200 quilómetros. Além deste caso, houve também problemas com uma ligação de 218 quilómetros entre a Lituânia e a ilha de Gotland, na Suécia. A Alemanha diz que estas ações se enquadram no padrão de uma guerra híbrida;


  • O primeiro-ministro português anunciou que a contribuição de Portugal para o conflito na Ucrânia vai apostar mais em soluções duradoras de paz. Luís Monetenegro diz que o objetivo será sempre o evitar a escalada do conflito;


  • O presidente da República afirma que os mil dias de invasão russa na Ucrânia foram um teste à NATO e que estamos num momento "psicologicamente importante" e sensível. Marcelo Rebelo de Sousa acredita que a aliança europeia e norte-americana se mantém firme e recorda que a Ucrânia já estava a pedir há muito tempo o apoio que recebeu agora.
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por RTP

Moscovo promete resposta a mísseis norte-americanos lançados por Kiev

Foto: Carlos Barria - Reuters

A Ucrânia atacou pela primeira vez território russo com mísseis de longo alcance fornecidos pelos Estados Unidos. Moscovo promete uma resposta apropriada e acusa a Ucrânia e o Ocidente de quererem agravar o conflito.

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Rússia acena com armas nucleares após ataque com mísseis de longo alcance

Foto: Yuri Kochetkov - EPA

A Rússia promete responder com armas nucleares em caso de um ataque com armamentos convencionais. O presidente Putin assinou uma nova doutrina nuclear do país no dia em que a Ucrânia atacou território russo com mísseis de longo alcance ocidentais.

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Armamento nuclear. Bluff de Vladimir Putin ou último recurso?

O arsenal nuclear é o último recurso a que o presidente russo poderá recorrer passados que estão mil dias da guerra na Ucrânia. Com a chegada de Donald Trump à Casa Branca, um cenário em cima da mesa poderá ser a tentativa de ganhar uma derradeira vantagem em possíveis negociações apadrinhadas pelo novo presidente norte-americano.

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por RTP

Pentágono reage com naturalidade à nova doutrina nuclear do Kremlin

O Pentágono encara com naturalidade à atualização da doutrina russa do nuclear e fala de retórica irresponsável de Moscovo, considerando no entanto que se tratará de mera retórica e que não existe verdadeira intenção de usar esse tipo de armamento.

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por RTP

Ataque da Ucrânia à Rússia dominou final da Cimeira do G20 no Brasil

O ataque da Ucrânia à Rússia com mísseis de longo alcance dominou a Cimeira do G20 no Brasil. França a Alemanha acusam Putin de estar a agravra a situação de guerra. O presidente americano manteve o silêncio.

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Ucrânia. Marcelo diz não estar à espera que haja "perda de controlo"

Foto: Nuno Patrício - RTP

Apesar dos recentes desenvolvimentos, o presidente da República disse que não está à espera "que haja uma perda de controlo e uma escalada" no conflito entre a Rússia e a Ucrânia.

"Trata-se de administrações muito experientes, que lidam com isto há muitos anos", disse Marcelo Rebelo de Sousa esta terça-feira.

Sobre a autorização dos EUA à Ucrânia para utilizar mísseis de longo alcance em território russo, Marcelo sublinha que "este é um apoio que vai mais longe em termos de capacidade de contraofensiva, mas mesmo assim é limitado".

Relativamente à notícia de que Vladimir Putin assinou uma nova doutrina de recurso alargado a armas nucleares, o presidente da República lembra que "não é a primeira vez" que a Rússia utiliza esta "terminologia tradicional" com ameaças de utilização de armamento nuclear, mas sublinha que Moscovo tem de ter consciência que "há patamares que não se podem ultrapassar".

"Os valores devem ser defendidos, mas há sempre uma ideia subjacente a tudo: afirmar esses valores, mas sempre construindo a paz", sublinhou.
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