Forças russas evacuam localidades próximas da central nuclear de Zaporizhia

por RTP
Alexander Ermochenko - Reuters (arquivo)

De acordo com o Estado-Maior da Ucrânia, as forças russas estão a retirar moradores com passaporte russo para as cidades costeiras de Berdyansk e Prymorsk, na zona costeira junto ao Mar de Azov.

“Os primeiros a serem retirados são os que aceitaram a cidadania russa nos primeiros meses de ocupação”, segundo adiantam as tropas ucranianas.

De acordo com a BBC, a cidade de Enerhodar também foi evacuada. O prefeito ucraniano de Melitopol, Ivan Fedorov, adiantou que há filas de espera de cinco horas com a saída de milhares de pessoas da cidade.

À televisão britânica, o diretor-geral da Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA), Rafael Grossi, admitiu que a retirada de residentes que vivem junto à central nuclear pode sinalizar que haverá, em breve, combates pesados entre forças russas e ucranianas nas redondezas.

Já na sexta-feira, num sinal de intensificação dos combates, o governador da área ocupada pela Rússia, Yevgeny Balitsky, ordenou a retirada de civis daquela região.

No sábado, Rafael Grossi já tinha assumido a preocupação sobre a segurança da central nuclear de Zaporizhia e considerou que a situação está a tornar-se mais perigosa.

“A situação na área perto da central nuclear de Zaporijia está a tornar-se cada vez mais imprevisível e potencialmente perigosa”, afirmou o diretor-geral da AIEA
, que acrescentou ainda a preocupação com “a segurança nuclear” e “os riscos de proteção” da central.

O diretor-geral da AIEA adiantou ainda que os especialistas da ONU em Zaporizhia “continuam a ouvir bombardeamentos regularmente”.

“Devemos agir agora para prevenir a ameaça de um grave acidente nuclear e as suas consequências para a população e para o meio ambiente”, acrescentou Grossi.

A central nuclear de Zaporizhia está perto da linha da frente dos combates. Nos últimos meses, Rússia e Ucrânia têm trocado acusações sobre os ataques que ocorrem perto da central nuclear.

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