EUA enviaram a Kiev nova proposta de acordo sobre minerais, confirma Zelensky
O presidente ucraniano anunciou esta sexta-feira a receção de uma nova proposta de acordo sobre as reservas de minerais, petróleo e gás da Ucrânia, por parte de Washington. Volodymyr Zelensky afirmou que se trata "de um documento completamente diferente" que ainda vai ter de ser analisado.
Sem revelar pormenores, Volodymyr Zelensky garantiu que se trata "de um documento completamente diferente", que inclui "muitas coisas que não tinham sido debatidas e algumas que já haviam sido rejeitadas pelas partes".
Zelensky explicou que é demasiado cedo para falar sobre a proposta, que terá de ser avaliada pelo advogados ucranianos.
Disse igualmente na mesma ocasião que não queria "deixar os EUA com a sensação de que a Ucrânia está contra eles em geral". "Apoiamos a cooperação com os EUA", afirmou Zelensky. "Não queremos enviar quaisquer sinais que possam levar os EUA a interromper a ajuda à Ucrânia"."Inaceitável"
Apesar dos detalhes da proposta enviada esta sexta-feira não terem sido divulgados pelo governo de Kiev, a reação por parte de deputados e de orgãos de comunicação social ucranianos foi de repúdio total.
Depois de notícias de que a Administração Trump teria feito tábua rasa de todas as negociações, regressando à proposta inicial já rejeitada pela Ucrânia, uns e outros consideraram o documento "inaceitável".
De acordo com o jornal Ukrainska Pravda, "a equipa de Donald Trump abandonou todas as soluções de compromisso acordadas há um mês" e o novo documento "cruza quase todas as linhas vermelhas" da Ucrânia, que "priva de parte da sua soberania" e obriga a "reembolsar toda a ajuda americana que recebeu".
O acordo também não menciona qualquer garantia de segurança para a Ucrânia, como insiste Kiev, segundo este meio de comunicação.
De acordo com o NYT, "a nova proposta também descreve as especificidades para o papel da International Development Finance Corporation, uma agência do governo dos EUA responsável por investir em empresas e projetos no exterior. A agência controlaria o fundo ucraniano, nomeando três membros do conselho, enquanto a Ucrânia teria apenas dois. A agência também supervisionaria cada projeto em que os ganhos do fundo seriam investidos".
A administração de Donald Trump prepara há várias semanas este acordo e há uma semana Donald Trump mostrou-se confiante de que o documento irá ser assinado "em breve".
De acordo com estas fontes, refere o jornal norte-americano, "a nova proposta reverte à exigência inicial do Presidente Trump, de que a Ucrânia devolva aos Estados Unidos os milhares de milhões que Kiev recebeu em ajuda militar e financeira desde a invasão em grande escala da Rússia, há três anos".
"O novo projecto também faz eco de versões anteriores, ao omitir qualquer menção a garantias de segurança para a Ucrânia, uma disposição que Kiev há muito pressionava e que conseguiu incluir num projecto no mês passado", mas que Washington terá agora enfiado de novo na gaveta, revela o NYT.