"Escandaloso". Biden reitera apoio ao envio de armas para a Ucrânia após ataque de Natal da Rússia

por Joana Raposo Santos - RTP
O ataque russo deixou meio milhão de pessoas na região de Kharkiv sem aquecimento. Foto: Sofiia Gatilova - Reuters

O presidente dos Estados Unidos disse ter pedido ao Departamento de Defesa para continuar a aumentar a entrega de armas à Ucrânia. As declarações de Joe Biden chegam após um ataque da Rússia ao sistema de energia da Ucrânia no dia de Natal, o que o líder norte-americano considerou "escandaloso".

"O objetivo deste ataque escandaloso foi cortar o acesso do povo ucraniano ao aquecimento e à eletricidade durante o inverno e colocar em risco a segurança da sua rede energética", vincou Biden em comunicado.

A Rússia atacou a Ucrânia na quarta-feira com mísseis de cruzeiro, mísseis balísticos e drones, segundo Kiev. Os ataques feriram pelo menos seis pessoas na cidade de Kharkiv, no nordeste do país, e mataram uma na região de Dnipropetrovsk, de acordo com os governadores.

"Hoje, Putin escolheu deliberadamente o Natal para atacar. O que poderia ser mais desumano? Mais de 70 mísseis, incluindo mísseis balísticos, e mais de uma centena de drones", afirmou o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, na plataforma Telegram.

O ataque deixou meio milhão de pessoas na região de Kharkiv sem aquecimento, com temperaturas apenas alguns graus acima de zero. Em várias cidades, incluindo a capital Kiev, houve apagões.

"A maldade russa não vai destruir a Ucrânia e não vai distorcer o Natal", frisou Zelensky.Já na madrugada desta quinta-feira, a Rússia terá lançado 31 drones contra a Ucrânia, dos quais Kiev terá abatido 20, avançou o Exército.

Para além de Joe Biden, também Keith Kellogg, o escolhido de Trump para enviado especial para a Ucrânia e Rússia, criticou o ataque de quarta-feira.

"O Natal deveria ser uma época de paz, mas a Ucrânia foi brutalmente atacada no dia de Natal", condenou. "Os EUA estão mais decididos do que nunca a trazer a paz para a região".

Quase três anos após o início da guerra, Washington comprometeu-se a ajudar a Ucrânia com 175 mil milhões de dólares, mas é incerto se a ajuda continuará a esse ritmo sob o mandato do presidente eleito Donald Trump, que substitui Biden a 20 de janeiro e tem vindo a criticar os apoios deste a Kiev.
Moscovo terá impedido planos de Kiev para matar militares
Entretanto, esta quinta-feira o Serviço Federal de Segurança da Rússia disse ter frustrado vários planos do serviço secreto ucraniano para matar oficiais militares russos de alta patente e as suas famílias em Moscovo.

Segundo o Serviço Federal de Segurança, foram detidos quatro cidadãos russos alegadamente envolvidos nas conspirações.

Já o serviço de informações ucraniano reivindicou a responsabilidade pelo assassinato de Igor Kirillov, chefe das tropas russas de proteção nuclear, biológica e química, que morreu após a explosão de uma bomba acoplada a uma trotinete elétrica à porta do seu apartamento na semana passada.

c/ agências
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