Empresas chinesas estão a enviar armas e equipamentos militares para a Rússia

por RTP
Nas últimas semanas, o Ocidente tem vindo a alertar para um eventual apoio militar da China à Rússia Reuters

Empresas chinesas estão a enviar armas, proteções individuais e outros equipamentos para a Rússia por via da Turquia e Emirados Árabes Unidos, segundo dados comerciais e alfandegários obtidos pelo site Politico Europe.

O jornal Politico avançou esta quinta-feira que várias empresas chinesas, incluindo uma com ligações ao Governo de Xi Jinping, enviaram mil espingardas e outros equipamentos para fins militares, como peças de drones e coletes à prova de bala, a entidades russas.

Segundo dados obtidos pelo Politico, fornecidos pelo ImportGenius, um agregador de dados alfandegários, os envios ocorreram entre junho e dezembro do ano passado por via da Turquia e dos Emirados Árabes Unidos.

Os dados aos quais o jornal norte-americano teve acesso mostram que a China North Industries Group Corporation Limited, uma das maiores empresas estatais de defesa do país, enviou armas em junho de 2022 para uma empresa russa chamada Tekhkrim.

Outras entidades russas também receberam 12 encomendas com peças de drones de empresas chinesas e mais de 12 toneladas de equipamentos, enviadas via Turquia no final de 2022.


Tal como explica o Politico, embora os dados não mostrem que Pequim está a vender armas para Moscovo para ajudar especificamente na sua ofensiva contra a Ucrânia, indicam que Pequim está a fornecer às empresas russas equipamentos de “uso duplo”, isto é, materiais que também podem ser utilizados no campo de batalha.

A confirmar-se, esta será a primeira comprovação de que a China está a prestar apoio militar à Rússia, apesar de Pequim se ter declarado neutra no conflito.

Nas últimas semanas, o Ocidente tem vindo a alertar para um eventual apoio militar da China à Rússia, apesar de Pequim ter negado reiteradamente.

No início deste mês, a China negou ter vendido armas à Rússia e sublinhou que “não vai realizar qualquer venda militar a partes beligerantes ou para áreas em conflito”.
O ministro dos Negócios Estrangeiros da China garantiu ainda estar empenhado na paz na Ucrânia, lembrando que Pequim propôs um plano para pôr fim à guerra.

A União Europeia expressou “profunda preocupação” em relação a um eventual apoio militar de Pequim a Moscovo e alertou a China que tal “constituiria uma linha vermelha”.
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