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"Basta!". Trump não está "satisfeito" com ataques russos a Kiev

por Inês Moreira Santos - RTP
Leah Millis - Reuters

Admitindo não estar "satisfeito", Donald Trump criticou os bombardeamentos russos contra Kiev. A Rússia atacou a capital ucraniana, esta quinta-feira, com drones, mísseis guiados e mísseis balísticos - ataques que fizeram pelo menos 12 mortos e que o presidente norte-americano considerou "desnecessários", exigindo a Vladimir Putin que pare com a ofensiva.

"Não estou contente com os ataques russos a Kiev”, escreveu Trump na rede social Truth Social.

“Desnecessários e em má altura. Vladimir, basta!”.

Na mesma publicação, o presidente norte-americano referiu que “5.000 soldados estão a morrer por semana”.

"Vamos fechar o acordo de paz", acrescentou.



A reação de Trump surge depois de o presidente da Ucrânia afirmar que Washington devia pressionar mais a Rússia para garantir um cessar-fogo.

"Acreditamos que se mais pressão for exercida sobre a Rússia seremos capazes de aproximar as nossas posições", disse Zelensky a jornalistas durante uma visita à África do Sul.

A Rússia atacou esta madrugada a capital ucraniana com uma barragem de mísseis e drones que durou horas. Pelo menos 12 pessoas morreram e mais de 70 ficaram feridas naquele que já é considerado o ataque mais mortífero contra a cidade desde julho passado. O Kremlin negou, contudo, ter visado alvos civis no ataque contra a capital ucraniana desta madrugada.

"O lado ucraniano continua a sua propaganda, e as nossas forças continuam a operação militar especial [expressão usada pela liderança russa para se referir à invasão da Ucrânia]", disse o porta-voz da presidência russa, Dmitry Peskov, na conferência de imprensa diária, quando questionado sobre o ataque mortal em Kiev.

Peskov sublinhou que a trégua da Páscoa, "que foi repetidamente violada pelo lado ucraniano", terminou esta quinta-feira.

"Atualmente, os nossos militares continuam a executar as tarefas atribuídas pelo Comandante Supremo e, neste contexto, continuam a atacar alvos militares e paramilitares", acrescentou Peskov.

O Ministério russo da Defesa reportou um "ataque massivo" na Ucrânia com armas de longo alcance e de alta precisão.

A frustração de Trump está a crescer à medida que o esforço liderado pelos Estados Unidos para obter um acordo de paz entre a Ucrânia e a Rússia não mostra quaisquer progressos.


Já na quarta-feira, Trump acusou o presidente ucraniano de estar a prolongar o “campo de morte” ao recusar a entrega da península da Crimeia, ocupada pela Rússia desde 2014, como parte de um possível acordo. Volodymyr Zelensky tem repetido que o reconhecimento do território ocupado como sendo da Rússia é uma linha vermelha para a Ucrânia.

Esta quinta-feira, depois dos ataques, o líder ucraniano salientou que a Ucrânia concordou com uma proposta de cessar-fogo dos EUA há 44 dias como um primeiro passo para uma paz negociada, mas que os ataques de Moscovo continuaram.
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