Julio Sanhá tem uma história demasiado pesada para os seus 18 anos. Em 2016, aos 14, deixou a Guiné-Bissau, onde vivia com a mãe. Com o sonho de melhorar a vida de ambos, deixou o país. Atravessou o Senegal, Mali, Burkina Faso, Níger, Líbia até cruzar o Mediterrâneo e chegar a Itália numa viagem que demorou três anos. Pelo caminho passou longos meses de prisão na Líbia, onde a sobrevivência depende do dinheiro. Sofreu choques elétricos, temeu pela vida. Sobreviveu a um naufrágio. E nunca esquece a mãe a quem agradece tudo. Julio Sanhá nunca recebeu presentes de Natal. Em 2020 o mundo conheceu o número recorde de 80 milhões de deslocados e refugiados.