As últimas semanas em Moçambique têm sido marcadas por tensão e protestos intensos após as eleições presidenciais de 9 de outubro. No dia 24 de outubro, a Comissão Nacional de Eleições de Moçambique declarou Daniel Chapo, candidato apoiado pela Frelimo — partido no poder desde 1975 — como o vencedor das eleições.
A divulgação dos resultados gerou uma onda de protestos, liderados principalmente pelo candidato da oposição Venâncio Mondlane, do partido Podemos, que recusou reconhecer a validade da votação. Desde então, as manifestações nas ruas têm sido frequentes, e Mondlane convocou uma paralisação geral de sete dias, que teve início a 31 de outubro. Na última semana, houve protestos em várias cidades do país, culminando numa grande manifestação na quinta-feira, na capital, Maputo, que resultou em três mortos e 66 feridos.
Segundo a agência Reuters, esta foi a maior manifestação desde a divulgação dos resultados eleitorais. A polícia recorreu a gás lacrimogéneo para dispersar centenas de manifestantes.
O candidato Venâncio Mondlane reafirmou que não reconhece os resultados anunciados e defende a continuidade das manifestações até que, nas suas palavras, "a verdade eleitoral seja restabelecida".