Os medalhados olímpicos Fernando Pimenta e Patrícia Sampaio e o treinador Carlos Resende consideraram que só com a valorização social e profissional do desporto Portugal pode apresentar melhores desempenhos internacionais nas diversas modalidades.
Estes agentes desportivos falavam na conferência "Game Changers: Liderança Transformacional no Contexto Desportivo", na Faculdade de Desporto da Universidade do Porto, iniciativa inserida no Tomorrow Summit.
“Preocupa-me a falta de cultura desportiva em Portugal. Ouço várias vezes que o judo é uma brincadeira, que não é um trabalho a sério. Para a maioria das pessoas, treinar não é um trabalho. Esforço-me a cada minuto do dia para atingir a excelência e nem assim o que faço é visto como uma profissão”, lamenta Patrícia Sampaio, medalha de bronze na categoria de -78 kg em Paris2024.
Carlos Resende, antigo internacional de andebol e agora treinador, com passagens pelo FC Porto, Benfica e ABC, entre outros, acusou os sucessivos governos de “falta de coerência e visão”.
“Falta uma verdadeira estratégia para o desporto, pois sai muito mais caro a Portugal não investir nele, nomeadamente em despesa futura com a saúde, bem maior. Os governantes não se deviam preocupar com o desporto unicamente de quatro em quatro anos, nos Jogos Olímpicos, nomeadamente na hora de se juntarem aos atletas nas fotos dos medalhados”, destacou o também professor universitário.
Os três oradores concordam que a aposta da tutela no desporto para 2025 fica aquém do necessário: inicialmente, foi anunciada uma verba de 42,5 milhões de euros, um decréscimo de 16% em relação a 2024 (50,3 milhões), valor entretanto corrigido pelo governo para os 54,5 milhões.