Petit deixa comando técnico do Boavista

por Mário Aleixo - RTP
Petit deixa o comando técnico das "panteras" Fernando Veludo - Lusa

Petit vai deixar de ser treinador do Boavista, após sofrer a quinta derrota na Liga, este domingo, frente ao Estrela da Amadora, o técnico já tinha avisado: "Tenho três horas de viagem para pensar bem no que é o meu futuro e o futuro do Boavista".

Petit, de 47 anos, deixa os boavisteiros em desacordo com a liderança do presidente, Vítor Murta, e a gestão do diretor desportivo Bracali.

Mas não são só os resultados terão levado o treinador à saída: há dois meses de salários em atraso a jogadores e três funcionários, além de não haver garantias de reforços em janeiro.

Há também questões relacionadas com cortes de água, gás e treinos cancelados.

Com quatro vitórias, três empates e seis derrotas acumuladas em 13 duelos, o clube do Bessa já não triunfa na prova desde a goleada na receção ao então lanterna-vermelha Desportivo de Chaves (4-1), em 18 de setembro, da quinta ronda, tendo sido igualmente afastado na quarta eliminatória da Taça de Portugal e na primeira fase da Taça da Liga.

Petit tinha voltado ao Boavista em novembro de 2021 para substituir João Pedro Sousa e prossegue como o terceiro técnico com mais partidas (191) pelo clube no qual se estreou como futebolista e trocou os relvados pelos bancos, atrás de Jaime Pacheco (359), que o tinha orientado no inédito título de campeão nacional, em 2000/01, e Manuel José (211).

Além de ter melhorado a prestação dos "axadrezados" na I Liga nas últimas duas épocas, ao evoluir do 12.º (38 pontos) para o nono posto (44), obteve uma inédita participação na ‘final four’ da edição 2021/22 da Taça da Liga e valorizou ativos num clube condicionado frequentemente por salários em atraso e impedimentos de inscrição de novos jogadores.

Petit estava vinculado até junho de 2024, mas culmina a oitava experiência como técnico, após ter passado inicialmente pelo Bessa (2012 a 2015), Tondela (entre 2015 e 2017), Moreirense (2017 e 2018), Paços de Ferreira (2017 e 2018), Marítimo (2018/19) e BSAD (2019 a 2021).

Como médio, notabilizou-se ao serviço de Boavista, Benfica e dos alemães do Colónia, e representou a seleção portuguesa nas fases finais dos mundiais de 2002 e 2006 e dos europeus de 2004 e 2008, tendo concretizado quatro tentos em 57 internacionalizações.



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