O presidente da Liga Portuguesa de Futebol Profissional (LPFP), Pedro Proença, afirmou que a utilização do videoárbitro (VAR) é, neste momento, insustentável financeiramente nos escalões inferiores à I Liga portuguesa de futebol.
"Gostaríamos de ter videoarbitragem na II Liga, no Campeonato de Portugal e no futebol distrital, mas o custo é incomportável. Os custos tecnológicos tendem a reduzir ao longo do tempo, mas é insustentável um modelo que consiga ter videoarbitragem na I Liga, na II Liga e na III Liga que está para aparecer", assumiu.
Responsável máximo pela LPFP desde julho de 2015, o antigo árbitro, presente, por exemplo, na final do Euro2012, na qual Espanha goleou a Itália (4-0), salientou que o VAR permite à arbitragem prestar "um serviço de maior qualidade" face ao de 2015, já que o "erro grosseiro tendeu a desaparecer" e decisões como as fora de jogo conseguem ser tomadas ao "frame".
Acerca do número de equipas que devem competir no escalão maior do futebol luso, Pedro Proença mostrou-se favorável à manutenção das 18, com 306 jogos por época, mas admitiu que a dimensão futura da I Liga vai depender da eventual "reformulação" da Liga dos Campeões a partir de 2024, cuja decisão oficial vai ser tomada em 19 de abril.
"Teremos sempre o maior número de clubes possível nas competições profissionais, tentando um equilíbrio. A UEFA solicita às ligas nacionais mais quatro datas. Só poderemos ter uma ideia quanto aos quadros competitivos quando se estabelecer o novo quadro competitivo internacional, a partir de 2024", referiu.
O dirigente enalteceu ainda a centralização dos direitos televisivos no futebol português a partir da época 2028/29, já aprovada pelo Governo, tendo classificado a decisão como essencial para a Liga poder controlar "um produto absolutamente fundamental para a valorização da marca" e da sua possível internacionalização.
Para Pedro Proença, a diminuição do rácio entre os clubes que mais dinheiro recebem e os que menos recebem, atualmente de "um para 15", não vai diminuir necessariamente as verbas que os "clubes grandes" recebem, mas aumentar as receitas dos "mais pequenos", melhorando a competitividade e deixando as equipas portuguesas "mais preparadas" para competirem a nível internacional.
Convicto de que "apenas os 90 minutos (de jogo) devem separar" os clubes da LPFP, sendo parceiros nas restantes dimensões da "indústria do futebol", Pedro Proença avançou também que o organismo está prestes a "assinar o maior patrocínio" alguma vez conseguido, embora sem revelar os contornos da operação.