A mesa da Assembleia Geral demitiu-se em bloco esta quinta-feira, confirmou o presidente Jaime Marta Soares. Vários membros do Conselho Fiscal e Disciplinar, incluindo o presidente, apresentaram também a demissão.
Continua o cenário de crise no Sporting. Desta vez, vários responsáveis do clube decidiram apresentar o pedido de demissão, incluindo a mesa da Assembleia Geral, confirmou o presidente Jaime Marta Soares.
Em declarações à agência Lusa, o presidente demissionário da mesa da Assembleia Geral do Sporting apelou à demissão do presidente do clube. "Apelo à direcção, ao senhor presidente Bruno de Carvalho, que siga este nosso exemplo, que apresente a sua demissão", disse esta tarde.
A RTP sabe que Jaime Marta Soares terá tentado convencer Bruno de Carvalho a demitir-se na quarta-feira mas, perante a recusa, a mesa da Assembleia decidiu demitir-se.
Na direção do clube, já apresentaram demissão um dos vogais, Luís Loureiro, bem como Jorge Sanches e Rita Matos, vogais suplentes. A demissão de António Rebelo, um dos dois vice-presidentes de Bruno de Carvalho, poderá também estar iminente.
Numa nota pessoal enviada à Lusa esta quinta-feira, Bruno Carvalho fez saber que não equaciona pedir a demissão e que vai processar várias figuras que criticaram nos últimos dias.
"Marcação imediata de eleições"
Quem já decidiu seguir o exemplo foi o Conselho Fiscal e Disciplinar, com a demissão do presidente e de vários outros membros, que pedem ao presidente Bruno de Carvalho e restante direção para que renunciem aos seus cargos.
"Tendo em conta os superiores interesses do Sporting Clube de Portugal, que são e sempre foram a nossa maior preocupação, apelamos a que o presidente e os restantes membros do Conselho Diretivo apresentem a sua renúncia ao cargo de forma a permitir a marcação imediata de eleições", lê-se num comunicado enviado à agência Lusa.
Além do presidente do Conselho Fiscal e Disciplinar, Nuno Silvério Marques, e do vice-presidente, Vicente Caldeira Pires, apresentaram também a demissão Vítor Bizarro do Vale, Miguel Almeida Fernandes e Nuno Miguel Santos.
Os responsáveis demissionários indicam que têm "acompanhado com preocupação os factos ocorridos e que em nada dignificam a história, a imagem e os interesses do Sporting".
"Estatutariamente, a resolução passará sempre por uma de três situações: renúncia ao cargo por parte do presidente do Conselho Diretivo, renúncia ao cargo por parte da maioria dos membros do Conselho Diretivo ou convocação de uma Assembleia Geral para a revogação do mandato", defendem.
A demissão em bloco dos vários responsáveis acontece dois dias depois da invasão de 50 pessoas de cara tapada à Academia de Alcochete, onde treina o Sporting. Os alegados adeptos irromperam pelas instalações do clube e agrediram jogadores e equipa técnica no balneário da equipa principal de futebol.
Na sequência destes eventos, a GNR deteve 23 suspeitos e recolheu o depoimento de 36 pessoas, entre jogadores, equipa técnica e funcionários do clube.
Na quarta-feira, o Ministério Público confirmou que os detidos são suspeitos de práticas que podem confirmar crimes de sequestro, ameaça agravada, ofensa à integridade física qualificada, e terrorismo, entre outros crimes.
Luís Loureiro, vogal do conselho diretivo
apresentou demissão