Governo frisa vontade da FPF em "virar página" após diferendo com Fernando Gomes
O ministro dos Assuntos Parlamentares, Pedro Duarte, salientou quinta-feira a vontade da Federação Portuguesa de Futebol (FPF) em "virar a página" de um "episódio não positivo para a imagem externa do país" com Fernando Gomes.
"Não foi positivo para o futebol português e a imagem externa do país. Não trouxe vantagens. Se pudesse ter sido evitado, teria sido preferível para todos. Eu queria registar a atitude e postura construtiva que verificámos da parte do presidente da FPF, no sentido de virar a página desse episódio. O apelo que foi feito do meu lado para que pudéssemos virar a página foi acolhido e proativamente afirmado pelo presidente. Há um grande alinhamento a esse respeito", expressou Pedro Duarte.
O presidente da FPF, Pedro Proença, reuniu-se hoje com o ministro dos Assuntos Parlamentares e o secretário de Estado do Desporto, Pedro Duarte, na Assembleia da República, em Lisboa, na sequência das declarações do atual líder do Comité Olímpico de Portugal (COP) e antigo presidente do organismo, Fernando Gomes.
"É evidente que todos preferiríamos que Portugal pudesse ter um representante no Comité Executivo da UEFA. No entanto, a robustez, reputação, provas dadas e o desempenho do futebol português dão-nos garantias de que, mesmo não tendo conseguido essa função, não vamos em nada ser prejudicados nos objetivos que temos pela frente. Manifestei a nossa disponibilidade para se poder respirar uma pacificação no mundo do futebol português", realçou o governante aos jornalistas.
Em 29 de março, Pedro Proença revelou ter o apoio de Fernando Gomes para a sua candidatura ao Comité Executivo da UEFA, algo que, horas mais tarde, o recém-eleito líder do COP negou, numa carta enviada aos presidentes das 55 federações europeias de futebol, na qual confessou não partilhar "uma visão comum para o futebol e o desporto" com o seu sucessor no organismo que rege o futebol no país, com o presidente da FPF a terminar sendo o candidato com menos votos obtidos.
"Independentemente das questões pessoais que possam ocorrer, aquilo que me interessa são as relações institucionais. Não acho que seja admissível que a FPF e o COP estejam de costas voltadas. Pareceu-me, na reunião de hoje, que não será manifestamente essa a vontade. Eu fico muito feliz com isso", disse Pedro Duarte.
O governante espera que as duas instituições se foquem nos importantes desafios que terão no futuro, reforçando a convergência encontrada durante a reunião nos vários temas abordados, entre os quais a organização do Mundial de futebol de 2030.
c/Lusa