Estrela da Amadora à beira da despromoção

por RTP
Com esta decisão não há dinheiro para pagar as dívidas, nem para continuar a sustentar o Estrela da Amadora

O Estrela da Amadora viu a Direcção-geral dos Impostos indeferir o pedido do clube de adesão ao Procedimento Extrajudicial de Conciliação (PEC). Antes desta informação ter sido divulgada já o presidente do clube receava o fim do Estrela face a uma decisão negativa da DGI, e dizia que essa decisão deverá representar o fim do clube.

A Antena 1 já confirmou que a Direcção-geral dos Impostos indeferiu o pedido do Estrela da Amadora de adesão ao PEC, justificando a sua decisão com a alegada falta de viabilidade do projecto apresentado pelo clube.

A Segurança Social, que é também credora do clube, aceitou recentemente o pedido de adesão ao PEC. Porém, a administração fiscal vem agora impedir o avanço do processo.

Caso conseguisse o acesso ao PEC, o Estrela da Amadora poderia resolver as dívidas que tem, recorrendo a meios alternativos de negociação com os seus credores.

O pagamento faseado das dívidas é uma das vantagens, que poderia acontecer desde que houvesse acordo entre todas as partes.

"Fica em causa todo o clube", diz presidente

O presidente do Estrela já temia esta decisão. Esta tarde, ainda antes do Público avançar a notícia, António Oliveira dizia que, caso a DGI impedisse o acesso do clube ao PEC, seria todo o Estrela da Amadora que ficaria em causa.

"Fica em causa muita coisa", começou por dizer aos jornalistas, após uma audição no Parlamento.

Confrontado com o possível fim do emblema da Amadora, António Oliveira tentou recusar esse cenário inicialmente, embora tenha acabado por admitir que sem PEC não há condições para o clube continuar a funcionar.

"Não me levem a crer que penso nessa palavra, porque não quero acreditar que haja um fim. Acredito que vai haver bom senso de não deixar acabar o clube. Não estamos a falar só de profissionalismo. Mesmo descendo às modalidades amadoras e às competições profissionais, o clube está todo em risco, porque não temos condições para suportar as despesas que tem", alertou.

"Mesmo em relação ao trabalho social do clube com a ocupação de tempos livres a 400 jovens, deixa de haver condições para pagar a 30 treinadores, 16 massagistas", acrescentou.

"Não temos qualquer probabilidade de continuar. Fica em causa todo o resto do clube", reconheceu.

Com esta decisão de impedir o acesso ao PEC, o Estrela da Amadora passou a integrar a lista dos maiores devedores do Fisco, com dívidas superiores a 5 milhões de euros, juntando-se ao Salgueiros e ao Boavista, que já estavam nessa lista.
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