O Estádio de São Luís, com quase 100 anos de história, volta no domingo a ser "palco de um jogo de primeira" após 18 anos e meio de ausência, esperando tornar-se amuleto para um Farense ainda sem vitórias na I Liga de futebol.
A receção ao Boavista, em jogo da sexta jornada da competição, marcará assim o retorno à I Liga do seu mais antigo recinto, depois de o Farense, 18.º e último classificado, com dois pontos, ter efetuado os três primeiros jogos caseiros da época no Estádio Algarve (empate com Famalicão e derrotas com Nacional e Rio Ave).
A SAD algarvia teve de investir mais de 500 mil euros, nos últimos meses, para renovar o sistema de iluminação, colocar um novo relvado e melhorar os acessos e casas de banho, enquadrando o estádio ao nível das exigências que o patamar superior do futebol português impõe.
Passado e presente
Entre 1990 e 2002, a equipa e o estádio - que também recebeu partidas do Mundial de sub-20, em 1991 - viveram os seus momentos de glória, incluindo uma qualificação para a Taça UEFA: o São Luís até passou a ser designado por "inferno" entre os adeptos dos outros clubes, devido ao ambiente intenso que as bancadas à beira do campo criavam aos adversários, especialmente no jogos com os "grandes".
Nas épocas seguintes, o emblema de Faro, em plena crise financeira, foi descendo sucessivos patamares do futebol português, até que, em 2006, os responsáveis da SAD optaram por suspender a equipa de futebol.
Um ano depois, o clube reativou o futebol sénior, que começou a utilizar o Estádio Algarve para os seus jogos oficiais nos escalões distritais, antes do retorno ao São Luís com a subida e consolidação nas competições nacionais.
Na última década, o jogo com maior assistência - estimada em mais de dez mil espetadores - foi a vitória na receção ao União de Leiria (2-1), em que o clube garantiu a subida à II Liga, em 2013.
Agora com uma lotação oficial de cerca de 6.500 espetadores, o São Luís volta a ser estádio de "primeira", mas, face à pandemia, ainda despido dos seus vibrantes adeptos.