A Câmara de Coimbra aprovou, por unanimidade, denunciar formalmente o acordo com a Académica de utilização do Estádio Cidade de Coimbra, tendo em vista “uma maior tutela” do município sobre aquele equipamento.
“Queremos retornar a uma maior tutela do Estádio à Câmara de Coimbra e tornar mais acessível a sua utilização, quer pela Câmara, quer por outras entidades, sem com isso pôr em causa o futuro da AAC/OAF (Associação Académica de Futebol – Organismo Autónomo de Futebol)”, disse o autarca, durante a reunião do executivo em que a proposta foi aprovada.
José Manuel Silva respondia a perguntas da vereadora do PS Regina Bento, que tinha questionado se já existia “alguma noção de qual a intenção” com a renegociação do acordo, perguntando se essa será feita também com outros clubes da cidade.
O acordo para o estádio, construído com fundos do município, foi celebrado a 29 de abril de 2004 e vigorou até julho de 2014, tendo depois sido renovado automaticamente por dois períodos de cinco anos (até 2019 e depois até 2024).
O acordo que agora será renegociado prevê, atualmente, que a Académica, clube de futebol que milita no terceiro escalão nacional, fique com a receita da exploração publicitária e arrendamento dos espaços presentes no estádio.
No âmbito dos concertos dos Coldplay, que decorreram em maio na cidade, o clube recebeu também uma quantia pela cedência do espaço para a atuação da banda liderada por Chris Martin.
“Iremos dialogar, de espírito aberto”, disse José Manuel Silva, defendendo que o município deve ter “alguma tutela sobre o estádio, que não tinha até aqui”.
A tutela, vincou, “estava entregue ao poder discricionário de um único clube, que não serve os interesses do município, de uma forma genérica”.
O Estádio Cidade de Coimbra, construído aquando da realização do Euro 2004, custou cerca de 50 milhões de euros ao município.