Os italianos da Roma, treinada pelo português José Mourinho, e os neerlandeses do Feyenoord tentam quarta-feira salvar épocas dececionantes e serem os primeiros a erguer a recém-criada taça da Liga Conferência Europa (LCE) de futebol, em Tirana.
Na final da LCE, na Arena Nacional da capital albanesa, sob arbitragem do árbitro romeno Istvan Kovacs, defrontam-se os ataques mais concretizadores da nova prova, com o Feyenoord a acumular 28 golos em 12 jogos, mais um do que a Roma, graças aos seus avançados, respetivamente o nigeriano Cyriel Dessers (10) e o inglês Tammy Abraham (nove), os melhores marcadores da competição.
A equipa de Mourinho costuma alinhar num esquema de três defesas centrais, optando por transições rápidas, normalmente lançando Zaniolo e Pellegrini na profundidade, ao passo que o conjunto orientado pelo neerlandês Arne Slot, 43 anos, ainda invicta na prova, dispõe-se em 4-2-3-1, dando prioridade à posse de bola, com o colombiano Sinisterra no apoio a Dessers.
Percurso da AS Roma
Para chegar à final, a Roma venceu o Grupo C da LCE, com 13 pontos, mas não se livrou de uma pesada derrota por 6-1 frente aos noruegueses do Bodo/Glimt.
Nos oitavos de final, a equipa romana ultrapassou os neerlandeses do Vitesse (empate 1-1 em casa e vitória 1-0 fora), vingando depois o desaire com o Bodo/Glimt nos quartos de final (derrota por 2-1 fora e vitória de 4-0 em casa).
Nas meias-finais, a Roma superiorizou-se os ingleses do Leicester (empate 1-1 fora e vitória 1-0 em casa), garantindo a presença na final.
Percurso do Feyenoord
Já o Feyenoord venceu de forma destacada o Grupo E, com 14 pontos, e nos "oitavos" deixou pelo caminho os sérvios do Partizan (vitórias por 3-1 em casa e 5-2 fora).
Nos quartos de final, a equipa neerlandesa bateu os checos do Slavia de Praga (empate 3-3 em casa e triunfo fora por 3-1), medindo depois forças com os franceses do Marselha.
Nas meias-finais, o Feyenoord foi mais forte (vitória por 3-2 em casa e empate 0-0 fora), e chegou ao jogo da decisão.
Competições internas para esquecer
Já nos respetivos campeonatos, as coisas não correram tão bem às duas equipas.
A equipa romana só na sexta-feira conseguiu assegurar o sexto lugar e correspondente qualificação para a Liga Europa, triunfando na visita ao Torino, por 3-0, a única vitória nas últimas seis rondas da Serie A, na 38.ª e última ronda.
Com os compatriotas Rui Patrício e Sérgio Oliveira ao dispor, Mourinho, vencedor de duas "Champions" (FC Porto, 2004, e Inter, Ita, 2010) e duas UEFAS (FC Porto, 2003, e Manchester United, Ing, 2017), procura dar um título continental nesta nova prova aos "giallorossi", que venceram a Taça das Cidades com Feira, antecessora da Taça UEFA e da Liga Europa, em 1961.
A Roma não conquista nada desde a Taça de Itália em 2008, embora tenha chegado às finais da Taça dos Clubes Campeões Europeus de 1984 (derrotada pelo Liverpool, Ing) e da UEFA em 1991 (batida pelo Inter, Ita).
Já o Feyenoord, terceiro no campeonato neerlandês, a 12 pontos do campeão Ajax, apresenta-se com melhor currículo europeu, mas já não atingia uma final continental há 20 anos, desde a sua segunda conquista da UEFA, em 2002, diante do alemão Borussia Dortmund, com um "bis" do antigo avançado do Benfica van Hooijdonk, depois de já ter erguido o troféu em 1974, frente ao inglês Tottenham.
A equipa de Roterdão conquistou ainda o mais ambicionado título de campeã europeia em 1970, diante do escocês Celtic Glasgow.