Real Madrid "não volta a jogar" com menos de 72 horas de descanso
O Real Madrid recusa voltar a competir se não for respeitado o período mínimo de 72 horas de descanso entre dois encontros, tal como apela a FIFA, comunicou no sábado o campeão mundial, europeu e espanhol de futebol.
O Real Madrid disputou o 48.º desafio da temporada, e último antes da paragem para as seleções nacionais, apenas 69 horas e meia depois do início da visita de quarta-feira ao rival Atlético de Madrid, para a segunda mão dos oitavos de final da Liga dos Campeões.
A eliminatória chegou empatada ao final do prolongamento desse embate (2-2), após os ‘colchoneros’ terem reagido em casa (1-0) à derrota averbada fora na semana anterior (2-1), mas os ‘merengues’ triunfaram através do desempate por grandes penalidades (4-2).
“É a última vez que jogámos com menos de 72 horas de descanso, nunca mais faremos isso. Pedimos duas vezes à Liga para mudar o horário da partida, mas nada aconteceu”, disse o treinador do Real Madrid, o italiano Carlo Ancelotti, no final do jogo em Villarreal.
Na véspera, o técnico já tinha defendido que os organizadores de competições priorizam as receitas em vez de se preocuparem com a saúde e o risco de lesão dos futebolistas.
O Real Madrid ascendeu provisoriamente à liderança da Liga espanhola, com 60 pontos, contra 57 do FC Barcelona (menos dois desafios), segundo classificado, e 56 do Atlético de Madrid (menos um), terceiro, antes de os ‘blaugrana’ visitarem hoje os ‘colchoneros’.
Em 2023, a FIFA acautelou um período mínimo de 72 horas de descanso entre partidas, num conjunto de recomendações para proteger o estado físico dos jogadores, sem que essa norma esteja incluída nos regulamentos das competições profissionais espanholas.
“A Associação de Futebolistas Espanhóis (AFE) considera fundamental que os jogadores disponham, pelo menos, de 72 horas de descanso entre jogos, de forma a preservar o estado de saúde, tanto a nível físico, como mental. Um critério que existe, aliás, nas recomendações da FIFPRO [Associação Internacional de Jogadores], da qual a AFE é membro fundador”, defendeu a Associação.