Mundial sub-17. Alemanha tenta fazer história, Brasil quer `penta` e Portugal participa pela quarta vez

A 20.ª edição do Mundial2025 de futebol de sub-17, a primeira com 48 seleções, incluindo Portugal, arranca segunda-feira no Catar, com a Alemanha a tentar reconquistar o título e fazer história, enquanto o Brasil procura o 'penta'.

Lusa /
Presidente da FPF despediu-se dos atletas nacionais, que embarcam para o Catar ao início desta tarde | Foto: FPF

Com a Nigéria, totalista de Mundiais sub-17 com cinco títulos, ausente, o Brasil, que tem quatro, a última em 2019, viaja até ao Médio Oriente com o estatuto de favorito, embora os germânicos prometam ter um palavra a dizer.

Campeã pela primeira vez em 2023, na Indonésia, a Alemanha vai tentar no Qatar tornar-se na primeira seleção europeia com dois Mundiais da categoria no currículo, numa altura em que a prova sofreu alterações.

Normalmente jogado de dois em dois anos, o Campeonato do Mundo de sub-17 passa agora a ser anual e esta será a primeira de cinco edições seguidas que vão acontecer no Qatar.

O número de seleções participantes passou de 24 para 48, com Portugal a registar a sua quarta aparição, a primeira desde 2003. A melhor campanha de equipa lusa aconteceu em 1989, na Escócia, com o terceiro lugar.

Além da Nigéria, o Gana, duas vezes campeão, também vai falhar a competição, assim como a Espanha, uma das seleções com historial de domínio nos escalões de formação, mas que nunca conseguiu vencer o Mundial sub-17, sendo quatro vezes finalista.

A Alemanha aparece a defender a título e com a ambição do ‘bi’, mas Inglaterra (2017), Suíça (2009) e França (2001) também estão na corrida para se tornarem na primeira seleção europeia com dois títulos.

Aliás, os gauleses ficaram mesmo perto desse feito em 2023, acabando por ‘esbarrar’ na final com os germânicos, ao caírem nas grandes penalidades (4-3) depois do 2-2 no tempo regulamentar.

Seis vezes campeão e recordista nos sub-20, e finalista vencido do Mundial que decorreu já este ano no Chile, a Argentina vai tentar novamente encontrar o sucesso nos sub-17, prova que nunca conquistou e que nunca sequer conseguiu alcançar a final. O melhor que conseguiu foi o terceiro lugar em três ocasiões, em 15 participações.

Nesta categoria, o México, campeão em 2005 e 2011, também tem sempre uma palavra a dizer na luta pelo título.

Zâmbia, Uganda, El Salvador e Ilhas Fiji são as seleções estreantes, assim como a República da Irlanda, que conta no ataque com Jadeh Umeh, jogador que atua nos escalões de formação do Benfica.

Todos os encontros do Mundial sub-17 vão decorrer no Doha Sports City, um complexo desportivo com oito estádios, com a final agendada para 27 de novembro no Khalifa International Stadium, que tem capacidade para 45 mil pessoas.

A competição arranca oficialmente na segunda-feira com o encontro África do Sul-Bolivia e o Costa Rica-Emirados Árabes Unidos, os dois primeiros jogos de oito agendados para esse dia.

A quarta vez de Portugal e a segunda de Bino Maçães, ‘bronze’ em 1989
Portugal inicia na segunda-feira a quarta participação no Mundial de futebol de sub-17, sob o comando do selecionador Bino Maçães, que, com as chuteiras calçadas, contribuiu para o melhor resultado de sempre, o terceiro lugar alcançado em 1989.

Há 36 anos, na Escócia, na primeira vez que disputou a competição (regressaria em 1995 e 2003) e na última em que o torneio se disputou no formato de sub-16, a equipa das ‘quinas’ conquistou a medalha de bronze, ao vencer o Bahrain no jogo de atribuição do terceiro lugar, por 3-0.

Bino Maçães, na altura ainda sem direito ao apelido que angariou como treinador, era um dos médios titulares da seleção portuguesa que mais se aproximou da final, lado a lado com uma das maiores referências do futebol nacional, Luís Figo, que marcou dois golos nessa edição.

Sob o comando técnico de Carlos Queiroz, Portugal entrou pela porta grande na prova, com uma equipa que integrava outros futuros nomes sonantes, como Peixe, Abel Xavier, Capucho, Tulipa e Gil (os dois últimos integraram o lote de melhores marcadores, com três golos).

A vitória sobre a Colômbia (3-2) e os empates com Arábia Saudita (2-2) e Guiné-Conacri (1-1) foram suficientes para terminar no primeiro lugar do Grupo D e marcar encontro nos quartos de final com a Argentina, que bateu por 2-1, antes de cair nas ‘meias’, por 1-0, perante a anfitriã Escócia, derrotada na final pelos sauditas, no desempate por grandes penalidades.

Portugal regressou ao maior palco do escalão em 1995, no Equador, já sob a designação de Mundial de sub-17, mas não conseguiu repetir a proeza, sob a liderança do treinador Rui Caçador, tendo sido eliminado nos quartos de final pelo Gana, que se impôs por 2-0 na caminhada até ao título, conquistado com um triunfo na final sobre o Brasil, por 3-2.

Com um plantel que teve em Caneira o elemento com a carreira mais destacada, a seleção lusa parecia condenada a ser afastada na primeira fase, depois de ter perdido de forma categórica na estreia por 3-0, frente à Argentina, e tangencial 3-2 no embate seguinte com a Guiné-Conacri.

Os golos do triunfo sobre a Costa Rica, também por 3-0, marcados praticamente em cima da hora por Vargas, aos 88 e 90+1 minutos, e Adolfo, aos 89, permitiram a Portugal terminar no segundo lugar do Grupo B, atrás de uma Argentina 100% vitoriosa, e obter o apuramento para os quartos de final, nos quais não resistiu ao poderio dos ganeses.

O Mundial de 2003 foi uma montanha-russa - como se anteviu logo na estreia, com o Iémen -, mas o desfecho foi o mesmo, com a eliminação nos quartos de final, perante a Espanha, que bateu o rival ibérico por 5-2 e só foi travada no jogo decisivo, ao perder com o Brasil, por 1-0.

Portugal chegou ao intervalo do jogo inaugural do Grupo C a perder por 2-0 com o Iémen, mas deu a volta na segunda parte e impôs-se por 4-3, antes de ser goleado por 5-0 pelo Brasil, futuro campeão, qualificando-se para os ‘quartos’ num confronto inusitado com os Camarões, em que iniciou a segunda parte a vencer por 4-0 e terminou com um empate 5-5.

Entre os eleitos do selecionador António Violante para a fase final, que se realizou na Finlândia, estavam vários jovens promissores, ainda que apenas João Moutinho, Vieirinha e Miguel Veloso o tenham confirmado com carreiras ao mais alto nível.

Calendário do grupo B do Campeonato do Mundo Catar2025 sub-17 de futebol (horas em Lisboa), que vai decorrer entre segunda-feira e 27 de novembro:

GRUPO B:

1.ª jornada:

- Segunda-feira, 03 nov:
  • Japão - Marrocos, 13:30
  • Nova Caledónia - Portugal, 15:15

2.ª jornada:

- Quinta-feira, 06 nov:
  • Portugal - Marrocos, 12:30
  • Japão - Nova Caledónia, 13:00

3.ª jornada:

- Domingo, 09 nov:
  • Marrocos - Nova Caledónia, 13:30
  • Portugal - Japão, 13:30




PUB