Mundial clubes. Abel Ferreira tenta o título maior
Abel Ferreira, em festa pela conquista da Taça Libertadores, pode tornar-se dentro de dias o primeiro treinador português a vencer o Mundial de clubes de futebol, que o Palmeiras disputa no Qatar, de 4 a 11 de fevereiro.
Um golo do suplente Breno Lopes, aos 90+9 minutos, deu ao conjunto de Abel Ferreira o título sul-americano e o direito de sonhar com o Mundial, que ficou a dois triunfos de distância, já que os brasileiros começam nas meias-finais.
O Tigres, do México, ou o Ulsan Hyundai, da Coreia do Sul, são o primeiro adversário dos brasileiros, seguindo-se, provavelmente, o poderoso Bayern Munique, o grande favorito a conquistar a 17.ª edição da prova.
Caso consiga tamanha proeza, Abel Ferreira torna-se o primeiro português a consegui-lo, na "era" Mundial de clubes, em 2000 e desde 2005, ou, antes, de 1960 a 2004, na Taça Intercontinental, disputada entre os campeões europeu e sul-americano.
Um golo de Roberto Firmino, aos 99 minutos, derrotou o atual treinador do Benfica, que, pelo "Fla", venceu Taça Libertadores, campeonato brasileiro, as supertaças sul-americana e brasileira, o campeonato Carioca e a Taça Guanabara.
Jesus começou nas meias-finais, fase que Manuel José atingiu em 2006, ao comando dos egípcios do Al-Ahly, que perderam por 2-1 com os brasileiros do Internacional, para, depois, acabarem no terceiro lugar, com um 2-1 aos mexicanos do América.
Além de Manuel José, nenhum outro técnico luso tem historial na prova, nem José Mourinho, apesar de ter conquistado por duas vezes a Liga dos Campeões, em 2003/04, ao serviço do FC Porto, e em 2009/10, ao comando do Inter de Milão.
Mourinho conquistou o direito de disputar o título mundial em 2004 e 2010, mas, após os cetros europeus, mudou sempre de clube, primeiro do FC Porto para o Chelsea e depois do Inter de Milão para o Real Madrid, pelo que nunca pôde sequer tentar.
O FC Porto também venceu a prova em 1987, mas igualmente com um treinador estrangeiro: depois de vencer a Taça dos Campeões de 1986/87, Artur Jorge rumo ao Racing Paris, sendo substituído pelo então jugoslavo Tomislav Ivic.
Num embate inesquecível, devido à neve que cobriu o relvado do Estádio Nacional de Tóquio, o "onze" de Ivic ganhou por 2-1, após prolongamento, graças a um golo do argelino Rabah Madjer, que já tinha sido um dos "heróis" do 2-1 ao Bayern, em Viena.
Quanto ao Benfica, perdeu as edições da Taça Intercontinental de 1961 e 1962, face aos uruguaios do Peñarol e aos brasileiros do Santos, mas em ambas liderado por treinadores estrangeiros.