Liverpool pede à UEFA que adote sugestões do relatório sobre final da Champions
O Liverpool pediu hoje à UEFA que adote integralmente as recomendações do relatório de um grupo de peritos que responsabilizou o organismo que gere o futebol europeu pelos incidentes na final da Liga dos Campeões 2021/22.
O Liverpool pede também à UEFA que articule o seu trabalho com o das autoridades, para que “sejam tomadas medidas positivas e transparentes para que não aconteçam mais acidentes”.
O clube inglês, que numa primeira fase viu o ministro francês do Interior culpar os seus adeptos pelos incidentes no Stade de France, lamenta “as narrativas falsas e chocantes que foram divulgadas logo após aquela noite”.
A ‘colagem’ dos britânicos a ‘hooligans’, adeptos violentos, foi “inexplicável”, considera o relatório, depois de estes terem sido inicialmente acusados pelo Governo francês aquando dos desacatos, em maio do ano passado.
Segundo as conclusões da investigação independente, liderada pelo antigo ministro da Educação Tiago Brandão Rodrigues, e realizada aos incidentes no e em torno do Stade de France, em Paris, na vitória do Real Madrid ante o Liverpool (1-0), é a UEFA, “como detentora do evento, que comporta responsabilidade primária pelas falhas que quase levaram a um desastre”.
No documento, também é apontado o dedo às autoridades policiais da capital francesa e à Federação Francesa de Futebol (FFF) pelos problemas de segurança registados em 28 de maio de 2022, bem como a dificuldade em “manter a ordem”, o que ainda assim “não absolve a UEFA de responsabilidades”.
A vasta lista de conclusões do comité de investigação independente elenca a má gestão do volume de pessoas a chegar pelas várias entradas do recinto, defeitos nos acessos, grupos de locais que atacaram adeptos, tentando provocar confrontos, o mau policiamento e a falta de planos de contingência.
O comité deixa um total de 21 recomendações fundamentadas para UEFA e autoridades, depois de ficar claro, quanto aos incidentes no Stade de France, que "o ocorrido na final da 'Champions' foi largamente o resultado de mau planeamento, falta de supervisão, pobre interoperabilidade entre os vários 'stakeholders' e falta de contingências".