Jogadores da seleção guineense ponderam "medidas extremas" por prémios em atraso

por Lusa

Os jogadores da seleção de futebol da Guiné-Bissau, treinada pelo português Luís Boa Morte, ameaçam “tomar medidas severas” se hoje não lhes forem pagos prémios em atraso e se as condições de trabalho não forem melhoradas.

A posição dos jogadores consta de duas notas publicadas nas redes sociais em que demonstram a “profunda insatisfação” pela falta de pagamento de prémios (pelas vitórias e empates) em atraso e ainda exigem “diligências rápidas” por parte da federação de futebol para os voos de regresso aos seus clubes após os jogos da seleção.

Numa das cartas, os jogadores guineenses exigem a “melhoria de comunicação e de condições de estágios”.

“Salientar que, às solicitações feitas, se espera a sua fiel e prévia resposta no prazo de 12 horas, caso contrário vai se tomar medidas severas sob proteção dos direitos”, refere a carta publicada nas redes sociais de vários jogadores e amplamente divulgada nas redes sociais dos guineenses.

Uma fonte próxima aos jogadores disse à Lusa que os jogadores “ficaram agastados” pela forma como decorreram as viagens da seleção à Libéria, onde a Guiné-Bissau perdeu com a Serra Leoa, por 3-1, em jogo quinta jornada do Grupo A do apuramento africano para o Mundial2026.

“Na verdade, os jogadores ficaram agastados com as viagens. Tiveram de transitar por vários países africanos, vindos de clubes da Europa, América, Médio Oriente, até à Libéria. Na Libéria, as condições de treinos e o transporte interno não foram os melhores”, reconheceu a mesma fonte.

A Guiné-Bissau teve de defrontar a Serra Leoa na Libéria, devido à interdição do estádio nacional dos anfitriões do encontro.

Contactadas pela Lusa, fontes da Federação de Futebol da Guiné-Bissau disseram que a situação está a ser analisada juntamente com o Governo que ainda hoje deverá ter uma reunião com os jogadores “para arranjar solução sobre os prémios em atraso”.

As mesmas fontes indicaram que os prémios em questão são relativos aos jogos de apuramento e à fase final das Taças das Nações Africanas (CAN) de futebol e “que o Governo ficou de pagar” os valores em falta.

A federação referiu não haver “nenhuma hipótese” de os jogadores guineenses se recusarem a entrar em campo no jogo de hoje diante do Burquina Faso, em Bissau, referente à sexta jornada do Grupo A de apuramento para o Mundial2026.
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