As limitações às viagens entre Portugal, Brasil ou Reino Unido causam apreensão nos agentes de futebol perante o fecho da janela de transferências na segunda-feira, mas a crise económica será o principal motivo para a diminuição dos negócios.
O agravar da situação pandémica no país e no mundo tem aumentado as restrições dos voos entre países. Na quarta-feira o Governo português anunciou a decisão de suspender os voos de e para o Brasil, a partir das 00h00 desta sexta-feira. Desde sábado que há também uma interrupção total de voos entre Portugal e Reino Unido.
As relações futebolísticas entre estes países são grandes e, para os agentes de futebol portugueses, o "timing" destas decisões não é bom por surgir em cima do fecho da segunda "janela de transferências", que acontece na segunda-feira no futebol português e em grande parte da Europa.
Pedro Neto revelou que está neste momento “a meio de duas operações” neste mercado de transferências e que a grande dificuldade está a ser “a ligação entre países”.
Empréstimos superam dificuldades
Também Artur Fernandes reconheceu a dificuldade em fazer negócios entre clubes face às limitações e acrescentou que os clubes com maior capacidade financeira terão sempre uma maior facilidade em resolver os problemas.
O empresário de futebol lembrou que se um jogador do Brasil estiver a ser negociado para um clube grande, será mais fácil fretar um avião do que se um clube de menor dimensão quiser fazer um negócio nesta altura.
A ligação entre Portugal e o Reino Unido, por exemplo, pode ser feita por França de comboio, apontou ainda.
“As limitações das fronteiras têm sido ultrapassadas com viagens para um país que permite entrar, ou seja, de país em país até encontrar um que deixe viajar para Portugal, em vez de diretamente”, realçou.
Artur Fernandes considerou assim que até segunda-feira o mercado será “fraco” e assente mais em empréstimos entre clubes.
Negócios limitados
O agente de futebol Carlos Gonçalves também apontou para um mercado “de poucos acertos” perante todas as limitações, quer de viagens, quer económicas.
“A pandemia está a afetar mais o futebol, mas a limitações de não poder viajar afetam sempre, principalmente numa profissão que temos de estar sempre em viagem”, contou à Lusa.
Carlos Gonçalves frisou que o futebol não está a escapar ao que acontece no mundo onde “poucas atividades podem dizer que aumentaram os negócios”.