Entrevista de Piers Morgan. Cristiano Ronaldo fala do fim da carreira e deixa críticas ao Manchester United

Cristiano Ronaldo voltou a sentar-se "no sofá" com o jornalista britânico Piers Morgan, em conversa franca e intimista, numa entrevista transmitida em duas partes, onde o craque português abordou o futuro da sua carreira, a família e algumas polémicas que marcaram os últimos anos.

Rui Alexandre Mendes - RTP /
Pedro Nunes - Reuters

Cristiano Ronaldo fala do fim de carreira que "está próximo"

O internacional português reconheceu que o final da sua carreira como futebolista profissional "está cada vez mais perto". "Vai acontecer em breve", admitiu Ronaldo, sublinhando que, apesar de estar preparado, "vai ser um momento muito emocional" e que "provavelmente vou chorar" quando pendurar as chuteiras.

O avançado do Al-Nassr confessou que nada se compara à emoção de marcar um golo, mas afirmou estar pronto para abraçar uma nova fase da vida, com mais tempo dedicado à família e aos seus negócios.

Críticas ao Manchester United

Ronaldo não fugiu a nenhum tema e voltou a falar sobre o Manchester United, clube onde se tornou estrela mundial. O jogador foi claro: "O clube não está no bom caminho". Sem apontar diretamente nomes, disse que os problemas "vêm de cima" e que "milagres são impossíveis" nas condições atuais. Ainda assim, defendeu o treinador português Rúben Amorim, dizendo que "faz o melhor que pode num contexto difícil".

Família e vida pessoal de Cristiano Ronaldo

Cristiano Ronaldo revelou que foram as filhas quem o incentivaram a pedir Georgina Rodríguez em casamento. "Elas perguntaram-me, pai quando é que casas com a mãe? e eu percebi que estava na altura", contou com um sorriso.

O jogador da seleção nacional e do Al Nassr falou ainda sobre a importância da família e dos valores que procura transmitir aos filhos, bem como do seu desejo de alcançar os 1.000 golos oficiais antes de terminar a carreira. Uma meta que considera "difícil, mas possível".

Olhar para o futuro

Na entrevista, gravada na Arábia Saudita, Cristiano Ronaldo garantiu que continuará ligado ao futebol "de alguma forma", mas que o principal foco, após a reforma, será a família. "Quero aproveitar a vida, porque o futebol deu-me tudo, mas também tirou-me muito tempo com quem amo", concluiu.

Confrontado pelo jornalista sobre a coisa mais cara que comprou, o jogador do Al Nassr e da seleção nacional teve de pensar um pouco, mas revelou que foi um avião. "A coisa mais cara que já comprei? Um avião, sim", referiu.

Quanto a carros na garagem, e depois da pergunta de Piers Morgan, Cristiano Ronaldo referiu: "Não sei quantos carros tenho, não conto. É normal, não estou a tentar ser humilde, é um facto. Honestamente, se tivesse de apostar, diria 41, 42. Não sei, juro que não sei. Adoro os Bugattis, são diferentes bestas", acrescentou Cristiano Ronaldo, afirmando que não tem o hábito de conduzir.

O quase acordo com o Arsenal, acabando por assinar com Manchester United

O jogador do Al Nassr e da seleção das quinas voltou no tempo até ao verão de 2003 quando um jovem Cristiano Ronaldo brilhava com a camisola do Sporting. Arsène Wenger, então treinador do Arsenal, foi um dos primeiros a reconhecer o talento do português nascido na Madeira. O clube chegou a preparar uma proposta concreta e Ronaldo até chegou a visitar as instalações em Londres.

No entanto, o Manchester United, impressionado pelo desempenho de Ronaldo num jogo amigável, na inauguração do Estádio de Alvalade, agiu rapidamente e fechou o negócio. Ronaldo tornou-se uma lenda em Old Trafford e, mais tarde, um dos melhores jogadores de todos os tempos do Manchester United.

Ronaldo confirmou a história: "Estive a um passo de assinar pelo Arsenal. Aconteceu muito rápido, mas tenho grande respeito pelo Arsène Wenger e pelo clube".

Cristiano Ronaldo afirmou ainda que o Arsenal pode ser campeão inglês, ganhando a Premier League. "Pode ser, o campeonato inglês é muito competitivo. Sim o Arsenal pode ganhar a liga inglesa", disse o capitão da seleção nacional depois da insistência de Piers Morgan, adepto ferveroso dos "gunners".

Na segunda parte da entrevista de Cristiano Ronaldo a Piers Morgan, o jogador do Al Nassr e da seleção nacional vai falar sobre a morte de Diogo Jota. "Não acreditei quando me enviaram a mensagem. Chorei muito. Foram momentos muito, muito difíceis para o país, para a família, amigos e companheiros de equipa", recordou.
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