Brasil repudia palavras do líder da CONMEBOL

por Mário Aleixo - RTP
Alejandro Domínguez está no centro da polémica Cesar Olmedo - Reuters

O governo brasileiro repudiou “nos mais fortes termos” a declaração do presidente Confederação sul-americana de futebol (CONMEBOL), que afirmou que uma Taça Libertadores sem equipas brasileiras seria como “o Tarzan sem Chita (um macaco)”.

As declarações ocorrem em contexto em que as autoridades da CONMEBOL têm reiteradamente falhado em adotar providências efetivas para prevenir e evitar a repetição de atos de racismo em partidas por ela organizadas, incluindo medidas para combater a impunidade e promover a responsabilização dos responsáveis”, reclamou o governo brasileiro, em comunicado.

Durante o sorteio das fases de grupos da Taça Libertadores e da Taça sul-americana, e quando questionado sobre como seriam as competições continentais sem o Brasil, o líder da CONMEBOL, o paraguaio Alejandro Domínguez, afirmou: “Seria como Tarzan sem Chita. Impossível”.

A frase polémica foi interpretada como racista no Brasil, uma vez que a comparação com macacos é um dos insultos mais frequentes que os adeptos de outras equipas latino-americanas usam contra os jogadores brasileiros.

Explicações de Alejandro Dominguez

Alejandro Domínguez explicou que a expressão usada “é uma frase popular”, garantindo que nunca teve intenção de “menosprezar nem desacreditar ninguém”.

Reafirmo o meu compromisso de continuar a trabalhar por um futebol mais justo, unido e livre de discriminação”, afirmou.

O debate sobre uma hipotética Taça Libertadores sem equipas brasileiras surgiu na sequência de uma declaração da presidente do Palmeiras, Leila Pereira, que apontou para essa possibilidade depois de criticar a fraca resposta do organismo a um recente caso de racismo.

No início de março, o jovem futebolista Luighi, de 18 anos, do Palmeiras, foi alvo de insultos racistas na visita da equipa sub-20 do Palmeiras aos paraguaios do Cerro Porteño que, entretanto, foram castigados.

PUB