No Estádio José Alvalade, Blackstenius, que estava há pouco tempo em campo, fez o único golo da partida, aos 74 minutos, dando o título às ‘gunners’, que repetiram o sucesso de 2007, perante uma equipa catalã que até foi melhor na segunda parte, mas que acabou em lágrimas. (Foto: José Sena Goulão - Lusa)
Numa temporada quase perfeita a nível interno, o FC Barcelona era claro favorito a vencer a final de Lisboa, em que não contou com a portuguesa Kika Nazareth, devido a lesão.
Mesmo assim, Kika tinha a esperança de se tornar a segunda jogadora lusa a vencer a ‘Champions’, juntando-se a Jéssica Silva, mas o sonho foi arruinado pelo Arsenal, muito menos experiente nestas andanças.
As inglesas só tinham disputado uma final, precisamente em 2007, enquanto o FC Barcelona estava na quinta consecutiva.
Com quase 40 espetadores nas bancadas, grande parte ligados ao FC Barcelona, Alvalade foi palco da segunda final da ‘Champions’ feminina em Lisboa, depois do Restelo em 2013/14, e acabou por ser talismã para o Arsenal, que entrou muito bem na partida e até foi melhor durante a primeira parte.
Sem fazerem qualquer falta nos primeiros 45 minutos, as inglesas ganharam praticamente todos os duelos e criaram as melhores oportunidades, chegando mesmo a festejar um golo, que seria na própria baliza de Paredes, num lance anulado pelo VAR, liderado pelo português Tiago Martins, devido a fora de jogo.
Depois disso, a norueguesa Maanum obrigou a guarda-redes do FC Barcelona a grande defesa, com o Arsenal a somar vários lances de algum perigo na área das catalãs, que se iam mostrando algo surpreendidos pela ousadia inglesa.
Por isso mesmo, até final da primeira parte, o FC Barcelona optou por tentar ter mais a bola e evitar ir para o intervalo em desvantagem, com Aitana Bonmatí, duas vezes Bola de Ouro, quase sempre com experiência a pegar no jogo.
A palestra no balneário funcionou e as catalãs regressaram para a segunda parte dominadoras, logo com Pina a acertar na barra.
Seguiram-se remates venenosos de Batlle e da norueguesa Graham, num período em que parecia certo que o golo iria cair para o lado do FC Barcelona.
O Arsenal estava em claro défice físico, com várias jogadoras a pedirem assistência médica e também devido aos quase 30 graus que se fizeram em Lisboa, e o detentor do título estava a puxar dos seus ‘galões’.
Aos 67 minutos, tudo mudou, e por culpa da treinadora do Arsenal, Renée Slegers. A holandesa lançou Mead e Blackstenius e, pouco depois, as duas jogadoras foram determinantes no golo que valeu a ‘Champions’.
Primeiro, Blackstenius ainda obrigou a guardiã Cata Coll a excelente defesa, mas, minutos depois, aos 74, marcou mesmo, recebendo com sucesso um passe de Mead no seio da grande área.
Depois de uma época com Gyökeres a fartar-se de marcar em Alvalade, o estádio ‘leonino’ voltou a ser talismã para a Suécia, mais precisamente para a avançada Blackstenius.
Até final, o FC Barcelona encostou o Arsenal atrás, mas nunca ter arte nem engenho para superar uma defensiva londrina que esteve quase perfeita na capital portuguesa.
Se alguém esteve perto de marcar, e de chegar ao ‘bis’, foi Blackstenius, mas a jogador de 29 anos, isolado, falhou o alvo.