O treinador português Jorge Jesus conduziu hoje o Al Hilal à conquista do 19.º campeonato de futebol na Arábia Saudita, após um hiato de três anos, quando faltam disputar três jornadas.
O antigo treinador de Sporting e Benfica devolve, assim, o troféu de campeão nacional ao Al Hilal, que, depois de se sagrar tricampeão entre 2019 e 2022, viu a série ser interrompida na última temporada pelo Al Ittihad, então sob o comando do técnico luso Nuno Espírito Santo.
A equipa de Jesus reforça o estatuto de recordista de troféus, com mais 11 do que o segundo mais titulado, precisamente o Al Nassr, que tem oito.
Numa época em que voltou ao leme do conjunto de Riade, vindo dos turcos do Fenerbahçe, depois da temporada 2018/19 incompleta, Jesus não poderia ter desejado um melhor regresso, no que diz respeito às provas internas, e privado da grande estrela da equipa, o brasileiro Neymar, devido a lesão, disputando apenas cinco desafios.
O percurso no campeonato saudita acabou por revelar-se mais fácil do que, inicialmente, se esperaria, muito por culpa do grande outro candidato à conquista do ‘cetro’, o Al Nassr, de Luís Castro, Cristiano Ronaldo e Otávio, ter fracassado em alguns jogos e facilitado a vida ao Al Hilal, bem expressiva na tabela classificativa.
A três jornadas da conclusão do campeonato, o Al Hilal venceu por 29 vezes e apenas consentiu dois empates, somando 89 pontos, contra os 77 do Al Nassr, que já não pode chegar à liderança, embora, até final, os dois primeiros colocados ainda se vão defrontar.
Além do campeonato, Jesus também comandou a equipa à conquista da Supertaça, em 11 de abril, e ainda pode erguer a Taça do Rei da Arábia Saudita, num duelo marcado para 31 de maio, diante do Al Nassr.
A campanha na Arábia permitiu a Jorge Jesus alcançar uma marca única de 34 vitórias consecutivas nas diferentes competições, um recorde mundial, mais sete do que o anterior máximo, que pertencia, desde 2016/17, aos galeses do The New Saints, com 27.
O Al Hilal esteve 100% vitorioso desde 25 de setembro de 2023, entre jogos de campeonato (20 jogos), ‘Champions’ asiática (nove), Taça da Arábia Saudita (três) e Supertaça saudita (dois), que ganhou em 11 de abril.
Os comandados de Jesus só voltaram a perder em 17 de abril, na visita ao Al Ain (4-2), na primeira mão das meias-finais da Liga dos Campeões asiática, acabando eliminados na segunda mão.
Para a caminhada vitoriosa foram essenciais os golos do sérvio Aleksandar Mitrovic, melhor marcador da equipa com 37 em todas as competições, bem secundado pelo brasileiro Malcom e Salem Al Dawsari, cada um com 23 remates certeiros.
No meio-campo, o luso Rúben Neves e o sérvio Milinkovic-Savic também estiveram em destaque ao longo do ano, assim como o experiente central senegalês Kalidou Koulibaly e o guarda-redes marroquino Yassine Boné, o melhor da prova.
O campeonato saudita é o 21.º troféu da carreira do treinador português, depois de muitas outras conquistas, entre as quais se destacam as três Ligas portuguesas ao comando do Benfica, um campeonato brasileiro e uma Taça Libertadores, ambas pelo Flamengo.