`Timings` de mercado explicam Otávio e Moutinho, justifica treinador do FC Porto
Os ‘timings’ da janela de transferência de verão ajudaram a justificar a repentina saída do influente futebolista Otávio do FC Porto, com repercussões na ‘novela’ João Moutinho, vincou hoje o treinador Sérgio Conceição.
Em 22 de agosto, dois dias após ter estado ausente da vitória ‘azul e branca’ na receção ao Farense (2-1), o médio internacional português foi oficializado como reforço do vice-campeão saudita Al Nassr, treinado por Luís Castro e com Cristiano Ronaldo no plantel.
“Foi difícil perder um jogador da qualidade dele, principalmente antes de um jogo. Somos exigentes, muito rigorosos e mudar a dinâmica da equipa de um momento para o outro… Não nos podemos esquecer que já perdemos um campeonato por dois pontos [na época passada] e o jogo com o Farense valia três”, notou Sérgio Conceição, que viu o clube de Riade desembolsar os 60 milhões de euros (ME) contemplados na cláusula de rescisão.
Eleito como o melhor jogador da última edição da I Liga, Otávio terminou uma ligação de nove anos e tornou-se mesmo a venda mais avultada da história do FC Porto, mas ditou mudanças na abordagem dos ‘dragões' à reta final da janela de transferências, que foi também marcada pelo regresso de João Moutinho ao futebol português 10 anos depois.
“Teve a ver com esse ‘timing’. O presidente [Jorge Nuno Pinto da Costa] falou-me nessa situação e, olhando para o passado recente, parecia-me que o João Moutinho estava em condições de nos poder ajudar. Falei, inclusive, com ele ao telefone no início da semana. Temos seis jogadores para essa posição. Entretanto, com essa saída do Otávio, houve situações a ajustar”, rebobinou o treinador, que esteve 37 dias sem falar aos jornalistas.
O médio internacional português, que tinha passado com sucesso pelos ‘dragões’ entre 2010 e 2013, acabaria por ser oficializado pelo Sporting de Braga em 25 de agosto, na sequência de uma trajetória de cinco temporadas pelo Wolverhampton, da Liga inglesa.
“Eu e o presidente tivemos de conversar durante dois ou três dias sobre as entradas e as saídas para o equilíbrio [do plantel], algo que é fundamental para sermos competitivos. O João Moutinho optou por ir para o [Sporting de] Braga. Tal como o [Ricardo] Quaresma, o Pepe e outros jogadores, ele faz parte do ADN deste clube”, analisou Sérgio Conceição.
Depois da saída de Otávio, o FC Porto contratou em definitivo o avançado espanhol Iván Jaime (ex-Famalicão) e selou junto dos neerlandeses do Ajax os empréstimos do lateral direito mexicano Jorge Sánchez e do extremo Francisco Conceição, filho do técnico, que retornou aos vice-campeões nacionais uma época depois de ter chegado a Amesterdão.
“É extremamente válido no seu jogo e na forma de desequilibrar e tem irreverência. É um jogador que necessitávamos. As alas eram uma das situações em que nos tínhamos de precaver, olhando ainda para o histórico de lesões do [Gabriel] Veron, que estará de fora algum tempo. O Francisco Conceição conhece e ama o clube e a cidade e está dentro do nosso trabalho. Não era possível ir buscar alguém a custo zero e com a sua qualidade. Pareceu-me haver polémica em torno de um atleta que nos pode ajudar muito”, concluiu.
O FC Porto, um dos líderes da I Liga, com 10 pontos, visita o Estrela da Amadora, 13.º, com quatro, na sexta-feira, às 19:15, no Estádio José Gomes, na Amadora, no jogo de abertura da quinta jornada, sob arbitragem de João Pinheiro, da associação de Braga.