O presidente do FC Porto, André Villas-Boas, disse hoje, em Ponte da Barca, que a sua direção não vai vender os seus principais ativos “a preço de saldo”.
“O FC Porto não pode vender a preço de saldo. Temos uma responsabilidade maior perante os sócios e temos de defender os nossos ativos”, disse, na ocasião, o dirigente.
André Villas-Boas, que foi recebido com aplausos por centenas de adeptos, afirmou que o clube “tem de cumprir os requerimentos e o licenciamento da UEFA e foi obrigado a olhar para o mercado, tendo recebido propostas” de clubes interessados naqueles jogadores.
“Sabemos o valor dos nossos ativos e iremos respeitar esse valor”, reiterou, ladeado pelos responsáveis da Casa do FC do Porto de Ponte da Barca e acompanhado pelo vice-presidente Francisco Araújo e dos ex-futebolistas João Pinto, António Frasco, Bandeirinha, Helton e Rolando.
Sobre Francisco Conceição, disse que o clube “não vai vender” o jogador “ao desbarato”.
“É um jogador decisivo para o FC do Porto, muito acarinhado pelos adeptos. Temos perfeita noção do valor que ele tem, do que representa, o que nos pode dar nesta caminhada que queremos que seja de sucesso para o título. Não iremos abrir mão do Francisco com propostas que nos parecem totalmente fora de sentido. Se houver alguma coisa digna de ser avaliada, avaliaremos, tal como prometemos ao Francisco”, sublinhou.
Reconheceu que com a venda de Evanilson ao Bournemouth as finanças do clube ficam mais equilibradas, mas que “há ainda muito trabalho a fazer”.
“Nós precisamos de vender por conta do licenciamento da UEFA e da continuação do FC do Porto nas competições europeias. É uma responsabilidade maior que felizmente fica resolvida, mas infelizmente obriga a estas cedências Agora cabe-nos preparar o resto da época e investir de acordo com as necessidades da equipa e do ‘mister’. Restam poucos dias do mercado. A concentração é máxima para que consigamos realizar as operações que temos em vista”, apontou.
Sobre a eventual transferência de Neum Perez da Udinese [Itália] para o FC Porto, referiu que os valores propostos “são impossíveis” para o clube.
“Fizemos uma última proposta que está a ser avaliada pela Udinese. Se não aceitar iremos prosseguir outro caminho”, disse.
O dirigente referiu-se ainda ao momento do clube: “O FC do Porto não deixa de ter um buraco de 500 milhões de euros de passivo. Tem muita pressão por parte de fornecedores e clubes. Temos feito um grande trabalho do ponto de vista financeiro. Nos próximos meses, poderemos informar-vos das nossas de ‘démarches’ na renegociação da dívida. É o segundo grande projeto económico-financeiro do clube. É nesse caminho que estamos orientados e focados”, referiu.